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Saúde do trabalhador olhar da psicologia

Por:   •  12/6/2018  •  2.299 Palavras (10 Páginas)  •  412 Visualizações

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Antigamente o adoecer era visto unicamente por causas biológicas, sendo a comparação do corpo como um simples receptáculo de doenças, isso levou a um grande avanço forçando-os a progredir, que foi e ainda é de grande utilidade principalmente no avanço da tecnologia da área da medicina.

Segundo Limongi França e Rodrigues (2013) os métodos biológicos foram de grande eficácia, no entanto com os agentes psicossociais não ocorreu da mesma maneira e assim outros métodos tiveram que ser criados para a compreensão de fatores como emoções e conflitos, sendo que sua importância iniciou na época da revolução industrial junto com a tentativa de regular a higiene nas condições de trabalho.

Para Limongi França e Rodrigues (2013) o local de trabalho está passando por muitas mudanças e transformações, que colocam novos desafios para a segurança e saúde dos trabalhadores, essas transformações por sua vez estão fazendo surgirem os riscos psicossociais. A exposição destes a tais riscos podem trazer diversas consequências negativas, para as organizações e para a saúde dos trabalhadores. Sendo esses riscos, por exemplo, o stress, o controle de trabalho e o número de horas extras trabalhadas que podem ser identificados a partir de várias fontes, como: incidentes e acidentes no local de trabalho, absentismo, rotatividade dos trabalhadores, as condições de trabalho que estão na base dos riscos psicossociais entre outros. O sofrimento no trabalho surge quando o trabalhador insiste em viver em um ambiente no qual já não está lhe fazendo bem há muito tempo.

O bem-estar está relacionado à idéia de ambiente gratificante e, assim, quando o mesmo é realizado em tal ambiência, leva os trabalhadores a gostarem do produto realizado. Já, a idéia de sofrimento está relacionada à subjugação do trabalho e, quando isso ocorre, se imprime raiva ao produto. Percebe-se, assim, que o trabalho está conformado pelo afeto. (CODO ET., 1993).

Atualmente os fatores biopsicossociais são aceitos como causadores de doenças, tendo a organização e as relações como importante ator no surgimento de doenças no trabalho. Mesmo assim o saber médico ainda dificulta, sendo que ele visa principalmente à biologia e acaba por excluir todos os demais fatores sobre o adoecer.

Para a compreensão do bem estar do trabalhador é preciso que leve em consideração todos os aspectos, de forma que possa se identificar e analisar corretamente as circunstâncias indutoras de estresse como, por exemplo: “O tipo de trabalho, as relações interpessoais, os papéis que se desempenham, os sistemas de promoção e o estilo de liderança são elementos determinantes do bem-estar, da saúde, da qualidade de vida e da satisfação do trabalho.” (Martins, 2004, p. 259) para que assim tenha eficácia em modificá-las ou de minimizar seus efeitos.

Um tema muito recorrente quando se fala em saúde do trabalhador é o Estresse, sendo também uma palavra de uso no senso comum. Segundo Baruki (2015) a palavra estresse tem vários significados e não deve ser confundido com riscos psicossociais. Para Martins (2004)o termo pode ser divido em dois,em bom e ruim, os quais denominam de “eustress”, que seria o estresse positivo e que acaba servido de estimulação para a realização da tarefa, e o “distress”, que seria de situação e experiências negativas que podem acarretar consequências negativas na saúde e bem estar psicológico. Acredita-se que o trabalho é o causador do estresse, podendo assim ocasionar doenças, porém, não deve ser visto apenas como vilão, dependendo do contexto pode vim a servir como motivação.

Segundo Farber (1984) existem alguns fatores que vem diferenciando o estresse da síndrome de Burnout. Sendo o primeiro mais conhecido como uma reação orgânica e psicológica quando surge uma necessidade de adaptação, diferente da síndrome que vem a ser um distúrbio de caráter depressivo, também conhecido como a doença do esgotamento profissional, no qual o indivíduo fica em atitude defensiva em relação ao trabalho.

Segundo Carlotto e Câmara (2008) a definição de Burnout foi inicialmente aplicada pelo psicólogo clinico Herbert J. Freudenberger no início dos anos 70. É conhecido como distúrbio psíquico de caráter depressivo, acompanhando de esgotamento físico e mental intenso, no entanto as causas estariam ligadas a vida profissional. Seus sintomas podem vir acompanhados de: sentimentos negativos, enxaquecas, dores de cabeça, insônia, insatisfação no trabalho, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, insônia. O Burnout é composta por 3 fases que se evoluem de forma progressiva: esgotamento emocional, desumanização da relação com o outro e sentimento de insucesso profissional.

Segundo Beck (1997) a terapia cognitiva parte do princípio de que a maneira como pensamos determina o modo como nos sentimos e nos comportamos. Ela acredita que para ocorrer a modificação de comportamento é necessário mudar a forma como se pensa uma determinada situação. Essa mudança ocorre numa escala, sendo primeiro necessário modificar o P.A (pensamento automático), segundo a Crença Intermediária e por fim a crença central. Essa abordagem na síndrome de Burnout consistiria em primeiramente identificar no indivíduo estes três níveis, para então se definir quais técnicas usar. A terapia cognitiva juntamente com o cliente levantar hipóteses sobre o sofrimento da síndrome. O terapeuta cognitivo iria analisar toda história vital do paciente, para então decidir o melhor método de intervenção.

O absenteísmo, que é uma das características presentes na síndrome seria relativo ao que a terapia cognitiva comportamental define de estratégia compensatória, na qual o indivíduo tenta evitar o contato com o estímulo aversivo, neste caso o trabalho.

Enfim, as diversas técnicas visam identificar, testar a realidade e corrigir as conceituações cognitivas distorcidas, o paciente aprende as técnicas utilizadas pelo terapeuta para que se torne seu próprio terapeuta futuramente. No Burnout, seria justamente isso, achar a causa do sofrimento, corrigi-lo e potencializar a autonomia do mesmo, para que possa enfrentar as situações adversas do seu trabalho, visto que de acordo com Gazzotti e Vasques- Menezes (1999) ao se sentir sem alternativa para compartilhar suas dificuldades, anseios e preocupações, aumenta –se a tensão emocional do indivíduo, causando a síndrome de Burnout.

O presente trabalho estabelece como objetivo geral conhecer as práticas e os tratamentos para a Síndrome de Burnout sob o olhar da teoria cognitivo-comportamental na bibliografia disponível. E como objetivo específico,

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