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Psicoterapia Humanista

Por:   •  3/5/2018  •  2.011 Palavras (9 Páginas)  •  290 Visualizações

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EXPERIMENTO – CAPÍTULO 9.

Como um artista que combina a realidade “lá fora” com a sua experiência interior, o mesmo acontece no experimento terapêutico, onde o indivíduo não esta tentando simplesmente reproduzir alguma coisa que já aconteceu ou que poderia acontecer, ao contrário, ele se liga à realidade externa ao expressar as necessidades que tem naquele momento, se fazendo experienciar no presente o que lhe parece passar da conscientização para a ação experimental. Assim, através do experimento, o paciente é levado a confrontar as emergências de sua vida ao representar seus sentimentos e ações abortados numa situação de relativa segurança, onde a exploração ousada pode ser apoiada. Portanto, não podemos conhecer um eu, mas podemos somente revelar nosso eu.

Existem diversas formas que o experimento pode assumir. Nós as dividimos da seguinte maneira: 1) Representação; 2) Comportamento dirigido; 3) Fantasia; 4) Sonhos; e 5) Para-casa. 1) Para o gestalt terapeuta, a representação é a dramatização de algum aspecto da vida do cliente dentro da cena terapêutica. Pode começar a partir de alguma coisa dita pelo cliente, ou de um gesto seu. A representação pode assumir diversas formas. No texto, foram escolhidos somente quatro exemplos, embora ela possa ser usada para acrescentar pungência e profundidade a muitas experiências humanas. 2) Algumas mudanças de comportamento não exigem nenhuma elaboração profunda anterior, mas apesar disso podem alterar o modo pelo qual o indivíduo experiência a si mesmo, experiência e é experienciado pelos outros. O comportamento dirigido não é planejado para levar uma pessoa a fazer coisas que não quer. Seu objetivo é dar à pessoa a oportunidade de praticar comportamentos que ela pode estar evitando. Através de suas próprias descobertas, ao experimentar tais comportamentos, a pessoa revelará aspectos seus que, por sua vez, proporcionarão posteriores autopercepções. Pode-se usar também o comportamento dirigido quando se quer mobilizar o auto-apoio da pessoa. 3) A fantasia é uma força expansiva na vida de uma pessoa – ela ultrapassa as pessoas, o ambiente ou o evento imediato que, de outra forma, poderiam limitá-la. Quatro grandes propósitos podem ser conseguidos através do uso da fantasia: a) Contato com um evento, sentimento ou característica pessoal resistente; b) contato com uma pessoa indisponível ou com uma situação inacabada; c) exploração do desconhecido; d) exploração dos aspectos novos ou não familiares de si mesmo. 4) O sonho é a base para o experimento que visa trazê-lo à vida na experiência terapêutica. Perls inventou várias técnicas para dotar de imediaticidade o relato e a elaboração do sonho. Primeiramente ele instruía o sonhador a contar o sonho como se estivesse ocorrendo no presente, onde o sonhador é auxiliado a representar partes de seu sonho como sendo aspectos da sua própria existência. O sonho se torna um ponto de partida para uma experiência totalmente nova. Assim, todos os componentes do sonho, pequenos ou grandes, humanos ou não-humanos, são representações do sonhador, pois somente representando, as pessoas podem conseguir a identificação total, e a identificação é a ação contrária à alienação. À medida que a pessoa reconhece sua afinidade para com os muitos aspectos do seu sonho, ele está simultaneamente ampliando o seu senso de diversidade, sua experiência de eu, e centrando-se em seu mundo, em vez de estar arbitrariamente dividindo-o em “o mundo lá fora” e eu. O sonho pode ser usado também como um ponto de partida para descobertas com respeito aos relacionamentos presentes do sonhador com outros membros do grupo, com o terapeuta, ou para o reconhecimento de uma posição existencial que merece ser explorada. Acentuam-se a flexibilidade e a validade teórica de se ultrapassarem as facetas puramente projetivas do sonho, fazendo-se uma confrontação direta com um mundo ativo. Nele, onde as pessoas e as coisas se comportam de formas imprevisíveis, tomando frequentemente direções surpreendentes, o sonhador ultrapassa suas próprias fantasias a respeito da natureza e do mundo lá fora. 5) Algumas horas por semana dificilmente bastam para que haja um crescimento, desta forma, alguma coisa tem de acontecer, além das horas terapêuticas, para que fiquei assegurado um alto nível de impacto. O objetivo é educar o cliente para um senso de sua própria aptidão. Assim, com a utilização daquilo que denominamos para-casa, o envolvimento terapêutico pode ser muito ampliado, permitindo ao cliente coisas que de outra forma não lhe seriam possíveis. O principal valor deste para-casa é que, em vez de fazê-lo numa sessão de terapia, este homem o fez por si mesmo, sozinho. Ele permitiu uma expressão livre de si mesmo.

Em conclusão, o experimento nos proporciona um corpo diversificado de técnicas que ajudam a tornar a terapia uma experiência viva, presente, e não uma experiência em que a pessoa pode falar excessivamente a respeito de sua vida. O experimento deve fluir livremente das expressões e conscientizações do cliente. Toda expressão e toda conscientização possui uma direção que, quando obstruída, produz tensão e impede o indivíduo de atingir uma finalização. Quando nos interessamos por esta direção, iniciamos uma busca da libertação do movimento do cliente, para que ele ultrapasse as barreiras e chegue ao seu lugar natural de repouso.

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