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Psicologia Social: Psicologia Cognitiva

Por:   •  23/3/2018  •  3.920 Palavras (16 Páginas)  •  376 Visualizações

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Sternberg (2010) define que os problemas podem ser classificados como mal estruturados (quando não possuem caminhos fáceis e claros para suas soluções) e bem estruturados (quando esses caminhos são claros). Os problemas bem estruturados podem ainda exigir uma série de movimentos, de possibilidades para que se possa atingir sua solução, quando isso acontece temos um problema de movimento. Ele ainda afirma que os problemas podem ser ricos ou pobres em conhecimento. Um problema é considerado rico em conhecimento quando esse exige que os participantes tenham um conhecimento prévio de algum assunto específico para resolvê-lo. Quando isso não ocorre, e as informações para solucionar o problema já são apresentadas na sua formulação, dizemos que esse problema é pobre em conhecimento.

A solução de problemas obtidas em grupo é melhor do que aquelas obtidas individualmente. Existem alguns obstáculos e auxílios para a resolução de problemas, os obstáculos são: a configuração mental, o entrincheiramento e a fixação funcional. Existe também a transferência, que é quando aproveitamos do conhecimento ou habilidades adquiridas em uma solução de problema anteriormente feita para solucionarmos outros problemas, e a incubação, que é quando deixamos o problema de lado durante um curto período de tempo para que possamos achar a solução do problema. (Sternberg, 2010)

De acordo com o estudo realizado por Silva e Adda (2007), existem diversos métodos para avaliar a noção de tempo, entre eles três são mais utilizados os de estimativa, reprodução e produção. No de estimativa a pessoa deve expressar verbalmente quanto tempo determinado intervalo durou, na reprodução uma determinada duração é apresentada ao participante e esse deve replica-la, e no de produção o experimentador deve dizer um determinado intervalo e o participante tem que produzir esse intervalo de alguma forma.

Nesse artigo foi apresentado duas teorias sobre a noção de intervalo de tempo: a teoria da contagem atencional e a teoria do relógio interno. Na teoria da contagem atencional, a noção de tempo esta diretamente relacionada com a atenção direcionada a passagem de tempo, sendo assim quanto menos atenção é destinada a processos temporais menor será sua noção de passagem de tempo e quanto mais atenção é destinada aos processos temporais maior será a sua noção de passagem de tempo. Além disso, quando pessoas submetidas a determinadas tarefas que trabalhem com estimativa e reprodução, aquelas que têm menos habilidades em impedir interferências tendem a cometer mais erros (Zakay,1992, citado em Silva e Adda, 2007).

Diversas interferências podem aparecer durante a passagem de tempo e serão alvo da atenção, assim tirando a atenção dos processos temporais e direcionando ela para processos não temporais. Dessa forma, diversos erros são esperados na hora de perceber o intervalo de tempo. Tudo isso sugere que pessoas impulsivas, que encontram certa dificuldade em inibir distratores deverão ter maiores dificuldades na noção de tempo, do que pessoas não impulsivas (Barkley,2001, citado em Silva e Adda, 2007).

Na teoria do relógio interno, diferentemente da contagem atencional, não há relação com a atenção, nela a estimativa de tempo irá envolver um sistema neural, assim o cérebro destina áreas para a implementação da noção temporal. Essa teoria envolve três etapas: acumulação de unidades temporais, armazenamento, comparação e decisão. Na etapa de acumulação um marca-passo emite pulsos de maneira constante e esses pulsos são mantidos em um acumulador, onde ficará mantido todo o material necessário para a medição de tempo (Matell e Meck,2000, citado em Silva e Adda, 2007).

De acordo com a amplitude do intervalo de tempo, o armazenamento pode se referir a memória de trabalho ou a memória de longo prazo. Depois irá ocorrer o mecanismo de comparação dos valores de duração de tempo que foi observado no ambiente externo com aquele armazenado na memória, o resultado da comparação fará com que a pessoa tome a decisão da resposta temporal (Church,1984, citado em Silva e Adda, 2007).

Essas duas teorias mesmo que diferentes, uma considerando a atenção e a outra descrevendo as etapas de armazenamento, comparação e decisão, e independente do método escolhido para analisar a noção de intervalos de tempo, seja nas etapas de estimativa, ou de produção ou de reprodução, confirmam o envolvimento de funções cognitivas no processo de noção temporal.

De acordo com Avni-Babad e Ritov, as pesquisas sobre o tempo podem ser divididas em dois paradigmas: prospectivo e retrospectivo. No prospectivo o experimentador avisa antes da atividade que o participante deverá julgar o tempo que essa leva, e no retrospectivo o participante não deve saber que terá que estimar a duração de uma determinada atividade após seu término. Segundo Block (1989) o primeiro paradigma é chamado de duração experimentada e o segundo de duração lembrada.

A lembrança de um período de tempo não é simplesmente uma reflexão sobre a real duração e alguns modelos propõem que a retrospecção de um determinado período é baseada em informações anteriores guardadas na memória de longo prazo. Desse modo, eventos que ocorreram durante a atividade servem como marcos de reconstrução de durações, sendo assim quanto mais eventos lembrados, mais longa será a estimativa de tempo (Avni-Babad e Ritov, 2003).

Avni-Babad e Ritov fizeram diversos experimentos com os dois paradigmas envolvendo tarefas rotineiras e não rotineiras. Tarefas rotineiras são aquelas que possuem um padrão repetitivo de alta previsibilidade de eventos e ações, onde a pessoa se encontra habituada com um determinado procedimento, já as tarefas não rotineiras, são aquelas que não são conhecidas ou esperadas, em que atraem a atenção da pessoa, devido a uma mudança no contexto. Dessa forma, estima-se que a retrospecção de uma atividade não rotineira deve ser mais longa do que a de uma atividade rotineira.

Os experimentos de Avni-Babad e Ritov trouxeram alguns resultados relevantes que podem trazer novas discussões. Em seus experimentos pode-se concluir que quando um participante está em um comportamento habitual ele desloca seus pensamentos para fora do comportamento, enquanto, quando está em um comportamento não habitual tem que dirigir a atenção para esse comportamento, dessa forma não é destinada tanta atenção ao tempo. Desse modo, quando usado o paradigma de retrospecção para estimar o tempo de uma atividade rotineira as pessoas o lembram como sendo menor do que realmente foi, e também menor do que aqueles que fizeram atividades não rotineiras.

Outro

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