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Psicologia Social II

Por:   •  7/11/2018  •  3.084 Palavras (13 Páginas)  •  356 Visualizações

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Em contrapartida, buscamos também algumas definições a respeito da orientação sexual dos sujeitos estudados na pesquisa, procurando uma definição para o que seria considerado gay em nossa sociedade, colocamos a definição de homossexual segundo o dicionário Aurélio (2016) que pode ser entendido como “...quem sente atração sexual por pessoas do mesmo sexo ou tem relações sexuais ou afetivas com pessoas do mesmo sexo”. Percebemos que nessa definição de homossexual ou gay, que esse termo significa mais do que somente as relações sexuais, envolvem-se também relações afetivas.

Já para a definição da orientação sexual lesbiana, acabamos por abordar a linha proposta para Mott (2000) que vai além do significado das especificas relações eróticas que são estabelecidas, porém as mesmas não são excluídas enquanto indicação de mulheres adeptas a práticas sexuais com outras mulheres, envolvem-se também identidade, afirmação, estilo de vida e um projeto civilizatório alternativo, o qual o autor denomina de cultura homossexual.

Acabamos por adotar duas vertentes para abordar a violência sofrida ou vivenciada por gays e lésbicas nesse estudo, sendo elas no trabalho e na sociedade, ou seja, a interpessoal e a simbólica. Definiremos abaixo cada uma delas.

A violência interpessoal pode ser entendida através do conceito colocado por Bicalho (2008, p.12):

Decorre do ato de agredir o sujeito física ou discursivamente em seu ambiente de trabalho, impactando de modo degradante em questões atinentes ao seu trabalho, á sua vida pessoal e ás suas relações; com destaque para as implicações psicopatológicas.

Já nos estudos organizacionais brasileiros podemos destacar o trabalho de Lopes et al. (2009) que analisaram nos estudos a violência sofrida no trabalho por homossexuais masculinos, porém, as autoras consideraram que a violência interpessoal como significando o mesmo que assédio moral apenas, já que não foram conduzidos estudos para o aprofundamento do assunto.

A segunda vertente de violência que será analisada nesse estudo, busca fundamentar-se no conceito elaborado por Bourdieu (2007) sobre a violência simbólica, onde é considerado como sendo as formas e as significações que o sujeito dá á sua realidade que não são consideradas inquestionáveis, afastando-os de sua existência como sendo natural, mas sim como uma construção sócio-histórica.

Continuando com ás ideias originais de Bourdieu (2003, pp. 7-8), compreende-se que a violência simbólica é uma “violência suave, insensível, invisível as suas próprias vítimas”. Sendo assim muitos sujeitos poderão vivenciar em seu cotidiano vários tipos de violências, sem se darem conta de tais, para isso, esse estudo buscará deixar um pouco mais claro, tais questões.

- METODOLOGIA

Buscamos desenvolver esta pesquisa com indivíduos que trabalhem, tanto na categoria, formal ou informalmente, em uma das capitais do Nordeste brasileiro: Fortaleza. Os sujeitos que compõem o grupo de interesse a ser estudado da pesquisa proposta são: gays e lésbicas. Destacamos que o desenvolvimento desta pesquisa se propõe a analisar as duas categorias de violências expressas e descritas no referencial teórico: interpessoal e simbólica.

A pesquisa se caracteriza como qualitativa que segundo Haguette (2003, p.63) “fornece uma compreensão profunda de certos fenômenos sociais apoiados no pressuposto da maior relevância do aspecto subjetivo da ação social face á configuração das estruturas societais”.

A operacionalização do campo da pesquisa proposta envolveu o contato com os sujeitos inicialmente por meio das redes sociais como facebook, instagram e whatsapp, onde foi feita uma pré-entrevista para verificar a disponibilidade do sujeito em participar da pesquisa.

Após esse primeiro contato, foram escolhidos três sujeitos, duas lésbicas e um gay, para responderem as cinco questões relacionadas à temática da pesquisa. Foram combinados dias e horários das entrevistas, já que todas deveriam ser gravadas, com roteiros semi-estruturados.

Após o tratamento dos dados obtidos, os sujeitos foram nomeados de L1 á L3, buscando resguardar suas identidades sexuais e manter sigilosamente qualquer indício que pudesse identificá-los, para que posteriormente pudéssemos fazer a análise dos resultados.

- ANÁLISE DOS RESULTADOS

Na análise dos resultados, traremos as interpretações das entrevistas que fizemos com os sujeitos escolhidos para se fazer parte desta pesquisa. São alguns relatos da história de vida e do ambiente de trabalho vividas pelos mesmos. Salientamos que só foram entrevistados três sujeitos com um total de 15 respostas que serão aproveitadas nessa análise. Procuraremos analisar a violência interpessoal e a violência simbólica tendo como base os artigos estudados.

Ao analisarmos os discursos dos sujeitos os mesmos evidenciam que apesar de já terem definido sua orientação como gay ou lésbica, ainda existe um medo de expressarem sua identidade de gênero perante a sociedade e as vezes até mesmo para a própria família, e nos baseamos que segundo Butler (2010,p.25) “ existe uma matriz heterossexual que atua de forma compulsória, constituindo não somente o que é normal, mas também as identidades e s possibilidades de existência do que pode ser considerado anormal”. Conforme os discursos de L3 e L1 salientam: “a minha família mesmo já sabe, mas eu nunca sentei mesmo pra falar ou pra dizer, não. Normal pra mim, não vejo necessidade de dizer não, eu acho, até agora”. E L1 fala que perante a sociedade e a família “Sim, é assumido, mas é uma forma discreta, sem alardes!”.

Com relação à violência interpessoal que segundo Bicalho (2008, p.12) é aquela que “decorre do ato de agredir o sujeito física ou discursivamente em seu ambiente de trabalho”. Vemos que os sujeitos da pesquisa já sofreram ou não por alguma situação desse tipo, como podemos ver na fala de L1 “nunca vivenciei nenhum preconceito que impedisse de desempenhar minhas funções a ponto deu crescer ou permanecer na empresa e fazer a minha carreira profissional”. Já na fala de L2 percebe-se um discurso mais discriminatório “eu já passei por algumas brincadeiras, algumas tiradas, algumas brincadeirinhas que às vezes eram meio que pesadas, e não eram percebidas por essas pessoas como brincadeiras pesadas, eram coisas que me incomodavam, mas eu sempre tentei levar pro lado da brincadeira, não tentei levar tanto a sério”.

Para L3 no início, ou

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