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Prática do Canto Orfeonico nas Escolas

Por:   •  4/6/2018  •  1.672 Palavras (7 Páginas)  •  338 Visualizações

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Mário não consegue enfrentar a questão com rigor teórico, pois a técnica é um acervo individual, a somatória que possibilita o edificar de uma composição musical.

O ensaio criticava o descaso do governo pela falta de apoio financeiro e pela falta da divulgação da música brasileira. Na primeira parte o Ensaio indica normas e critérios metodológicos sobre a importância do “comprometimento” da música popular pelos artistas eruditas e a segunda parte documenta 140 canções folclóricas em dois grandes grupos.

Com o golpe de 1930, o Ensaio foi considerado altamente revolucionário por enfatizar a criação de um arte musical de matrizes nacionalistas.

Mario defendia a função social do artista, ele trazia os excluídos sociais como uma nova categoria, o povo.

O ensaio visou despertar o interesse pelas nossas riquezas em prol da criação de uma nova escola nacionalista de composição capas de consolidar um polo cultural no Brasil.

Mario Andrade acreditava que durante o primeiro período música erudita no Brasil caracterizava-se pela transplantação de obras de autores europeus. Já o segundo período se caracterizou pelo empobrecimento musical em função dos abalos políticos. O terceiro período se iniciou no pós-guerra e é caracterizado pelo surgimento de um “tempo novo” onde o homem tem consciência sobre o ideal de nacionalização de todas as artes.

Para Mario a arte praticada no Brasil era essencialmente europeia, outras raízes tais como a africana, indígena e portuguesa era inadmissíveis para Mario embora ele reconhecesse alguns desses elementos em determinadas obras.

De acordo com Mario, a música popular aflorou nos anos 10 e 20, através de uma série de influências. O Ensaio simbolizou um grito de alerta e uma exortação cívico-patriótica e doutrinaria, almejando sensibilizar e convocar o artista para se engajar numa cruzada em prol do descobrimento da realidade, ainda desconhecida pela elite cultural.

Em 1928 Mario resolveu denunciar o “atraso” da música nacional o que simbolizou para os herdeiros o marco zero de uma Nova História da Musica Brasileira. Pra Mario essa Nova História da Musica Brasileira só seria escrita com o envolvimento dos jovens artistas. Mário não estava à procura de novos gênios da musica, mas autores capazes de internalizar a problemática modernista.

No Ensaio Mario atacava o exotismo apropriado de alguns recursos sonoros oriundos da música popular, pois defendia a musica popular como matéria prima e fonte de inspiração para compositores eruditos. Ele também criticava a internalização de traços considerados exóticos e individualista nas obras de alguns compositores, como por exemplo, excesso de elementos indígenas nas obras de Villa Lobos.

Em uma de suas criticas, Mario elogiava oitos artistas que se afastavam do exotismo e do individualismo. Ele defendia a ideia que não existia musica internacional e universal, e sim em gêneros que se universalizavam.

Com a expansão da indústria de entretenimento nos anos 30 o espaço da mídia foi finalmente aberto espaço para muitos compositores, o que trouxe para o palco diversas regiões, cada uma com sua singularidade, algo que condizia com as questões ideológicas levantadas por Mario no Ensaio.

Mario criticava os maxixes, sambas, tangos divulgados pelos artistas populares através da radio ou do teatro de revista; e também os compositores eruditos sem conhecimento técnicos e estéticos mais rigorosos, que parafrasearam temas das canções folclóricas.

O Ensino de Música e Canto Orfeônico nas Escolas

O ensino da música e do canto orfeônico tinha como objetivo apresentar ao público em geral a necessidade do estudo da música dentro da educação e sua importância para a vida, pois nenhuma outra arte tem um poder tão grande de influencia quanto à música.

Heitor Villa-Lobos criou dois volumes de Canto orfeônico, ambos com propostas pedagógicas e organizou um programa governamental para induzi musica no currículo das escolas publicas. Em 1932 sua proposta foi aceita o cargo de diretor da superintendência de Educação Musical.

O canto orfeônico significava um canto em coral com ou sem acompanhamento, porém se diferenciava do canto coral, pois seria uma manifestação artística regida por ideias estéticas.

Pelo fato de ver a musica como um instrumento educacional e socializante, Villa-Lobos escolheu o canto orfeônico pela habilidade verbal do povo brasileiro.

Foi então organizado um curso de pedagogia e canto orfeônico para capacitar os professores da rede de educação.

Muitas composições foram escritas. O Guia pratica foi à primeira coleção de peças com proposito pedagógico.

Os dois volumes do canto Orfeônico contem 86 peças corais- 41 no primeiro e 45 no segundo, as peças da coleção Canto orfeônico podem ser classificadas entre quatro categorias: Nacionalismo, Militarismo, Virtudes Fundamentais e Culto ao Líder. É possível também perceber uma quinta categoria: As Canções Folclóricas.

No segundo volume do Canto orfeônico, Villa-Lobos criou uma série de cinco canções e cordialidade para encontros sociais com o objetivo de estas canções ocuparem o espaço das canções europeias nesses eventos.

A ultima edição de o Canto orfeônico foi feita em 1970 e os dois volumes hoje se encontram esgotados.

Embora exista em todo Brasil vários institutos Oficiais do ensino artístico, nenhuma parece resolver o problema da educação popular para cultivar o gosto pela música. O canto coletivo surge como uma forma de tornar suave a disciplina.

Em 1932 foi criado o curso de Pedagogia de Música e Canto Orfeônico. O curso era dividido em quatro modalidades:

- Declamação Rítmica, Califasia, Califonia e Caliritmica.

- Preparação do Ensino de Canto orfeônico

- Especializada de Musica e Canto orfeônico

- Pratica orfeônica.

Para formação de professores especializados em musica e Canto orfeônico em escolas particulares, foi aberta inscrições para o exame de obtenção de certificados de música e Canto orfeônico.

O ensino do canto orfeônico tinha as seguintes finalidades

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