PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
Por: Evandro.2016 • 27/8/2018 • 2.203 Palavras (9 Páginas) • 686 Visualizações
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Nesta perspectiva Molon (1999) com base na teoria de Vygotsky com relação à Subjetividade e constituição do sujeito, afirma que este tem consciência de si (eu) porque tem consciência dos demais (outro), ele é para si o mesmo que os demais são para ele. O sujeito só pode se reconhecer quando é outro para si mesmo. A consciência seria então construída no contato social que o sujeito tem com os outros, mas a consciência é também, um contato social consigo mesmo. Esse contato consigo mesmo é provado pela capacidade de o sujeito estabelecer uma fala silenciosa e uma fala interior.
Então ao fazer a relação com a situação problema neste estudo percebe-se que os pais de Salim incutiram a ideia na criança que eles estão ali para satisfazer todos os seus desejos, trazendo para o âmbito social todas as ações que ocorre dentro do ambiente familiar. Neste direcionamento, Vygotsky (2002) diz que o ser humano não é obra da natureza, nem produto da ação modeladora do meio. Na verdade ele é uma produção social, em que ele participa na condição de sujeito.
Pois, o ser humano é um animal social, de modo que grande parte da sua aprendizagem ocorre a partir das interações sociais, e a aprendizagem se dá pela relação social que se estabelece com as outras pessoas, no âmbito familiar, social e escolar.
O desenvolvimento humano passa, necessariamente pelo outro, portanto, a história de cada uma das funções psíquicas é uma história social. Por isso poderíamos dizer que é por meio dos outros que nos tornamos nós mesmos e esta regra se aplica não só ao indivíduo como um todo, mas também a história de cada função separadamente. Isso também constitui a essência do processo do desenvolvimento cultural traduzido numa forma puramente lógica. O indivíduo torna-se para si o que ele é em si pelo que ele manifesta aos outros. (VIGOTSKI, 1997, p. 105 apud PINO, 2005, p. 66).
Os aspectos da teoria de Vygotsky que se ocupam da análise do sujeito não se limitam ao biológico, mas considera que o sujeito é constituído e é também constituinte de relações sociais. Isso significa que o homem apresenta a capacidade de sintetizar o conjunto das relações sociais e as construir. Desenvolvendo-se simultaneamente em termos cognitivos e sociais.
Neste contexto, é importante considerar a questão de como desenvolve a moralidade do sujeito. De acordo com Griggs (2009) a cultura sempre influenciando o conteúdo e os processos de desenvolvimento cognitivo infantil, visto que este desenvolvimento ocorre dentro do contexto cultural. A teoria mais influente para discutir sobre o raciocínio moral é a de estágios de Kohlberg (1926- 1987), no qual fundamenta-se a partir da teoria de Piaget sobre os dilemas morais que envolviam crianças e adultos.
Griggs (2009) o ego se encontra em uma relação de dependência tanto das reivindicações do id (satisfação do prazer) quanto dos imperativos do superego (exigências da realidade). Como o ego funciona como o gerente da personalidade, ele precisa ser um mediador não apenas entre os impulsos instintivos do id e da realidade, mas tem a função também de mediar os impulsos da terceira instância psíquica da personalidade, o superego, que representa a consciência e os padrões de comportamento que são idealizados em determinada cultura.
Ainda de acordo com o autor, o superego também deriva da energia do id, porém se desenvolve durante a infância e alcança todos os níveis da consciência. Neste caso, o superego age de acordo com o princípio da moralidade. Alguns autores definem que o superego é herdeiro do Complexo de Édipo, pois é constituído pela interiorização das exigências e das interdições parentais. Em que seu desenvolvimento ocorre por meio do sistema de recompensas e punições colocadas pelos pais. Seja para receber a recompensa, seja para evitar a punição, as crianças aprendem a se comportar de acordo com as normas que são estabelecidas pelos pais.
Assim, vale ressaltar que a situação vivenciada por Salim condiz com as ações e atitudes dos pais, que se colocam diante do filho apenas com a função de atender seus desejos, e que não admite ser contrariado.
Em consonância com essa situação La Taille (1992), explica que o ser humano torna-se ser humano, a partir de sua relação com o outro social, assim a cultura passa a fazer parte da natureza humana por um processo histórico que molda o psicológico do homem, conforme este se desenvolve. Com base nas proposições de Vygotski nos faz entender a natureza dos seres humanos, membros da “espécie biológica que só se desenvolve no interior de um grupo cultural”. (p.24).
Na concepção de La Taille (1992), as relações sociais dos seres humanos, são mediadas por instrumentos e símbolos desenvolvidos culturalmente pelos próprios homens, e é a linguagem humana o instrumento de comunicação e síntese do conhecimento, que nos diferencia dos outros animais.
A constituição da criança como ser humano é, portanto, algo que depende duplamente do Outro: primeiro, porque a herança genética da espécie lhe vem por meio dele, segundo, porque a internalização das características culturais da espécie passa, necessariamente por ele, como o deixa claro a análise de Vygotski. (PINO, 2005, p. 154).
SITUAÇÃO PROBLEMA
Circunstâncias levaram o casal Salomão e Romana a se separar, porém, tem receio da reação do filho Salim. No entanto, o casal descreve uma situação em que a criança desde a idade mais tenra sempre teve seus desejos atendidos pelos os pais. Algumas vezes quando algo não era do seu agrado, fazia o maior escarcéu até conseguir seu desejo realizado. No âmbito escolar os pais já foram comunicados que a criança precisa melhorar e se dedicar mais aos estudos.
Apresentando problemas em matemática com grandes dificuldades na multiplicação e divisão. Em Português troca letras e na escrita troca “p com q” e “b com d”, tem muita dificuldade na leitura ao tentar fazê-la gagueja e troca também algumas letras. Quando vai brincar com os amigos é ele quem sempre determina as regras. Quando outra criança propõe algo diferente do que ele determinou, ele diz que diz que não está correto, afirmando que se trata de outro jogo se recusando a participar.
A aprendizagem ocorre não pelo reforço direto, mas por meio de “modelos”, observando o comportamento de outras pessoas e nele fundamentando os próprios padrões. (...) Bandura conduziu pesquisas completas sobre as características dos modelos que influenciam o comportamento humano. A tendência do indivíduo é modelar o próprio comportamento com
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