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O Comportamento Verbal

Por:   •  11/10/2018  •  1.722 Palavras (7 Páginas)  •  251 Visualizações

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em silêncio, era por causa da força de suas idéias. Se falava de forma hesitante era porque suas idéias surgiam lentamente ou estavam mal organizadas. E assim por diante. Assim se explicavam todas as propriedades do comportamento verbal.” (SKINNER, 1957, p.20)

Nesse tipo de explicação ao atribuir às idéias o papel de agentes causadores do comportamento verbal, passa-se a considerá-los como eventos independentes, a fala teria existência separada do comportamento do falante. Haveria uma fragmentação nas palavras, os que seriam os agentes causais e as respostas emitidas. Desta forma as relações que compõem e caracterizam o comportamento operante são desconsideradas.

“Quando dizemos que uma observação é confusa porque a idéia não é clara, parece que estamos falando acerca de dois níveis de observação, embora só exista, de fato, um único. É a observação que é confusa.” (SKINNER, 1957, p.21)

Skinner defende que essa prática poderia apenas ser aceita quando as pesquisas sobre os processos verbais eram filosóficas, e não científicas. Após o termo ‘idéias’ vieram seus sucessores como ‘significado’ e ‘informação, termos que possuem o mesmo efeito e iriam desencorajar uma análise funcional, que poderiam se tornar cientificamente aceitos, mas seria desnecessário empenhar se em tal. A formulação geral está errada, é uma nova abordagem que busca encontrar as relações funcionais, assim nada mais justo que uma nova terminologia para buscar as ‘causas’ do comportamento que sejam cientificamente aceitáveis (Skinner,1957)

Inicialmente deve-se buscar descrever qual a topografia, e explicar as condições relevantes para a ocorrência desse comportamento e identificadas descrever as características dinâmicas do comportamento verbal, considerando ainda o comportamento do ouvinte, relacionado ao falante.

Ainda há o fator em que o falante é também, normalmente, ouvinte. Ele reage á ao seu próprio comportamento.

“Referimo-nos a esta interação quando dizemos que o falante qualifica, ordena ou elabora seu comportamento no momento em que ele é produzido (...) o falante também é um ouvinte é que o comportamento do ouvinte se assemelha ao comportamento do falante, particularmente quando o ouvinte ‘entende’ o que se diz” (SKINNER, 1957, p.26)

O que seria a relação entre falante e ouvinte seria traduzido como pensamento, o falante tem controle sob seu comportamento, pode emiti-lo, revisá-lo mentalmente, já que é também seu próprio ouvinte.

Skinner(1957) define comportamento verbal como comportamento reforçado por intermédio de outras pessoas. Qualquer movimento capaz de afetar outro organismo pode ser verbal, usualmente utilizamos o comportamento vocal, o mais comum, mas há também outras formas como o comportamento: audível não vocal, gestos não verbais, escrita, entre outras.

O ouvinte responde aos estímulos verbais produzidos pelo falante. Assim como o falante pode tornar-se ouvinte por responder a estímulos verbais de outros indivíduos. O comportamento de ambos, falante e ouvinte, em interação formam um episódio verbal.

A análise vai levar em consideração as funções das respostas e os modos através dos quais as mudanças produzidas por essas respostas vão influenciar comportamentos futuros. Como exemplo da análise funcional de um episódio verbal segue abaixo:

Em um episódio de coffe break em uma empresa (falante) está diante de duas garrafas de café e pergunta a outra pessoa (ouvinte): “Qual está com açúcar?”. O ouvinte responde: “A da direita”. Seu operante verbal foi emitido sob controle de condições motivacionais, privação do café, assim se seguiu o pedido, se houvesse se servido apenas e saído seria um comportamento não verbal. Observa-se que para resolver um problema o falante recorre a um ouvinte; o comportamento do falante de perguntar qual das garrafas possui café adoçado é reforçado pelo ouvinte quando este lhe diz qual das duas. Assim, ao saber a resposta por meio de outra pessoa é a conseqüência mediada que o comportamento do falante produziu. Por meio de uma análise funcional deste episódio verbal em questão podemos concluir que o falante perguntou sobre a garrafa de café para outra pessoa porque anteriormente esse mesmo tipo de comportamento foi reforçado em contextos parecidos.

Há a probabilidade de resposta, onde algumas partes do repertório verbal surgem mais que outras, visando a probabilidade de dada resposta e não sua ocorrência. Cada operante, sob circunstâncias específicas possui uma probabilidade de emissão específica.

Dentre as propriedades do comportamento verbal podemos citar a emissão de resposta, onde se a resposta for emitida o operante é forte, por exemplo, nome próprio de uma pessoa, ao ouvi-lo atenta-se rapidamente, notamos a força que seu nome tem em seu próprio repertório.

O nível de energia nos permite inferir força também, mas apenas em termos de adequação das condições, a energia que é passada através do comportamento verbal, como no exemplo da escrita onde palavras escritas em caixa alta passam mais energia do que as escritas em caixa baixa.

A velocidade com que a resposta aparece depois que a ocasião para sua emissão tenha surgido. Onde a partir da velocidade de resposta podemos inferir comportamentos, seja uma resposta rápida ou lenta, podendo ser indicativo também de força.

Outra indicação de força é a repetição, onde é combinada com energia e sua sucessão de palavras é enfatizada. Apesar desses indicadores vamos analisar de forma geral os componentes: Energia, repetição e esforço, que são afetadas por condições específicas que devem ser levadas em consideração na análise.

Devemos citar também as variáveis independentes, que devem ser modificadas e que nos ajudam a compreender melhor o comportamento verbal. Skinner nos passa que o comportamento verbal deve ser entendido como um conjunto de variáveis determinadas pelo contexto da sua emissão e de operações estabelecedoras, e que a análise não deve seguir para a metafísica

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