Mulheres e semelhantes

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O que Lacan quis abordar foi justamente a diferença que há no gozo entre homem e mulher, quando o homem toma a mulher como fetiche, consente com a sua castração e aceita o fato de que lhe falta algo e de que não tem mais o falo e é isso que o permite colocar a mulher como objeto de desejo. Já a mulher goza tanto com o falo, como semblante, quanto com a loucura, o que Lacan chama de erotomania.

Vemos que a fantasia é predominante no gozo do homem, pois o mesmo não lida diretamente com o real, ao contrário da mulher. Já para a mulher é possível lidar com o semblante e com o real. A mulher está em um universo, ainda que não organizado como o do homem, mais fácil de lidar, pois o fato dela não ter o falo a faz se arriscar mais, já que não tem nada a perder. A verdadeira mulher é aquela que não toma nada como essencial, tudo é tomado com semblante. O homem se estrutura em um universo organizado com outros homens, justamente porque quando estão juntos colocam o falo como algo que possuem, mas quando lidam diretamente com a mulher, não sabem como agir e colocam o falo em jogo, como algo que pode ser perdido. Por isso, só conseguem se envolver com o feminino quando realmente percebem que devem abrir mão do falo. Universos femininos e masculinos não querem dizer que necessariamente em um há somente mulheres e em outro somente homens, algumas vezes homens e mulheres, se colocam no universo oposto através de alguma atitude. A mulher por exemplo, quando busca a reivindicação do falo e o homem quando toma o falo como semblante.

REFERÊNCIAS

SILVA, Gabriella Valle Dupim da. Um tipo particular de escolha de objeto nas mulheres. Programa de Pós-Graduação (PPGP/UFRJ). Rio de Janeiro. Disponível em:http://www.psicopatologiafundamental.org/uploads/files/posteres_iv_congresso/mesas_iv_congresso/mr38-gabriella-valle-dupim-da-silva.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2016.

SILVA, Gabriella Valle Dupim da. BESSET, Vera Lopes. 12 In: Opção lacaniana online nova série. Ano 2, n. 6, pp. 1-6, nov. 2011. Disponível em http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_6/devastacao_um_nome_para_dor_de_amor.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2016.