Mental rotation of three-dimentional objects

...

Em geral, o uso de uma mão ao invés de duas mãos, não afetou significativamente a memória dos sujeitos, embora houvesse uma tendência com NS (Não Simétrico), HS (Simetria Horizontal) e configurações para um melhor desempenho com a exploração com uma mão. Tanto a cegueira no início e a congênita, tem o mesmo impacto sobre as habilidades cognitivas, no entanto, pode ser que mesmo uma breve exposição a estímulos ambientais simétricos visuais, tais como rostos, poderia induzir uma sensibilidade específica de simetria vertical. Portanto, foi feita a mesma análise supracitada excluindo do grupo dos cegos, três sujeitos que não eram cegos congênitos. Assim, os dados mostram que a simetria funciona como um princípio de organização espacial independentemente de qualquer experiência visual anterior, mas que uma experiência visual normal, é necessária para a saliência do eixo vertical se manifeste (Cattaneo, et al., 2010).

As pesquisas supracitadas nos trazem uma dimensão da capacidade que pessoas cegas possuem para construir e manipular imagens mentais ao utilizarem o tato como fonte sensorial (Cattaneo, et al., 2010; Rovira, et al., 2011). As pesquisas supracitadas trabalham com a compreensão das Representações Mentais e da Rotação Mental, buscando cada vez mais clarear os processos cognitivos que estão por trás desses dois processos, analisando a influência do tato na produção e manipulação dessas imagens mentais. Porém, o que não se sabe é que tipo de imagens mentais as pessoas com deficiência visual evocam no momento da estimulação tátil, portanto, se essas pessoas constroem imagens mentais e as manipulam, é sinal de que há um conteúdo imagético que essas pessoas experiênciam, mediado pelo tato.

Referências

CATTANEO, Z.; FANTINO, M.; SILVANTO, J.; TINTI, C.; PASCUAL-LEONE, A.; VECCHI, T. Symmetry perception in the blind. Acta Psychologica, 134, 398–402, 2010.

ROVIRA, K.; DESCHAMPS, L.; BAENA-GOMEZ, D. Mental rotation in blind and sighted adolescents: The effects of haptic strategies. Revue européenne de psychologie appliquée, 61, 153–160, 2011.