Saúde e Integralidade na perspectiva da avaliação em Saúde Mental
Por: eduardamaia17 • 18/12/2017 • 4.492 Palavras (18 Páginas) • 475 Visualizações
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A entrevista Psicológica
Segundo relatos que vem ao longo da história, o termo entrevista instituía da origem de um encontro face a face entre pessoas para uma conferência formal, num determinado tempos.
(BLEGER, 1960) cita como definição de entrevista psicológica como sendo um campo de trabalho no qual se investiga a conduta e a personalidade de seres humanos. Podendo ser também a entrevista psicológica um processo grupal, ou seja, com um ou mais entrevistadores e/ou entrevistados, é um processo com duas direções de interação, entre duas ou mais pessoas com o propósito previamente fixado no qual uma delas, o entrevistador, procura saber o que acontece com a outra, o entrevistado, buscando agir conforme esse conhecimento.
Ainda segundo (BLEGER, 1980), a entrevista se diferencia de acordo com o favorecido. A entrevista cujo desígnio é a coleta de dados, o que se é pesquisado, valorizando, apenas, o resultado da mesma.
A entrevista psicológica pode ser classificada em: entrevista inicial; entrevistas subsequentes e entrevista de devolução, caracterizadas de forma diferente, e mostrando objetivos distintos conforme o momento em que elas ocorrem.
A entrevista Inicial > É a primeira entrevista de um processo de psicodiagnóstico. Sendo ela Semi estruturada, qual o cliente tem liberdade para apresentar seus problemas e o entrevistador tem clareza de seus objetivos.
Entrevistas Subsequentes > Vêm logo depois da entrevista inicial, o objetivo das entrevistas subsequentes é a aquisição de mais dados com riqueza de detalhes sobre a história do entrevistado, tais como: fases do seu desenvolvimento, escolaridade, relações familiares, profissionais, sociais e etc.
E por fim, a entrevista de Devolução ou Devolutiva > Logo depois das interpretações dos dados, o entrevistador/Estagiário vai comunicar-lhe em que consiste o psicodiagnóstico, e indicar a terapêutica que julga mais adequada. (BLEGER, 1980).
O entrevistador, no seu papel de técnico, não deve expor suas reações e nem sua história de vida. Não deve permitir em ser considerado como um amigo pelo entrevistado e, nem entrar em relação comercial, de amizade ou de qualquer outro tipo de relação que não seja o colhimento de dados/informações. O cliente deve ser recebido com afetividade, e não de forma fervorosa. Diante das informações fornecidas, se deixa claro que o seu nome será mantido em sigilo. Em função de não abalar a confiança do entrevistado/cliente. A linguagem é um meio de transmitir informação, mas poderá ser também uma maneira poderosa de se evitar uma verdadeira comunicação. O silêncio é uma expressão não verbal que muitas vezes comunica bem mais que as palavras. (BLEGER, 1980).
Citarei alguns tipos de silêncio: Silêncio de Tensão > É a expressão da ansiedade;
Silêncio de Medo > Esse silêncio causa muita tensão e, como consequência, forte descarga psicossomática;
Silêncio de Reflexão > Surge normalmente após a intervenção do entrevistador, nele, observa-se a ausência de tensão, há um recolhimento introspectivo de elaboração mental;
Silêncio de Desinteresse > Esconde resistência.
A entrevista psicológica funciona como uma situação onde se observa parte da vida do paciente. Compreende-se que, desigualmente da consulta e da anamnese, a entrevista psicológica tenta o estudo e a utilização do comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação estabelecida com o técnico, durante o tempo que essa relação durar. (BLEGER, 1980).
Avaliação Psicológica
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2007) – CFP, eles oferecem aos profissionais do Sistema, Conselhos, informações de natureza ética, teórica e metodológica sobre a avaliação psicológica, visando a aprimorar a qualidade dos serviços psicológicos oferecidos à sociedade brasileira. Seguindo a linha dessa metodologia afirmamos que a Avaliação Psicológica é um processo de coleta de informações e interpretação, acerca dos fenômenos psicológicos que fazem parte de uma pessoa. Considera a história de vida e os condicionantes sociais com a finalidade de verificar seus efeitos no psiquismo do indivíduo e, assim, auxiliar na compreensão de como a pessoa pensa, age e sente.
Durante esta técnica de Avaliação Psicológica, além das entrevistas e observação, pode-se fazer uso de testes e outras técnicas, conforme for caso. Após as entrevistas e aplicação de testes e técnicas, o psicólogo irá analisar os dados, interpretar e integrar os resultados, para então elaborar o documento pertinente ao caso (parecer ou laudo, veremos mais á diante) e fornecer devolução.
Assim sendo, o psicólogo é o único profissional habilitado por lei para exercer esta função. A avaliação e descrição da realidade psicológica de alguém fornece ao psicólogo um conjunto de informações, as quais este deve saber interpretar, selecionar e sobre tudo comunicar e devolver. Este encargo traz consigo uma série de considerações éticas que visam não somente a imparcialidade do processo em si, mas principalmente a humanização deste, tendo como foco, em última instância a preservação da integridade do sujeito avaliado. Partindo deste principio muitas questões surgem, como a influência do diagnóstico no contexto social do cliente em avaliação; a posição do psicólogo em relação à avaliação; sem falar do sigilo profissional na confecção de laudos, além de várias outras que cercam o encargo ético na avaliação psicológica. O psicólogo deve ter consciência da extensão que um diagnóstico pode trazer para a realidade do cliente ali em avaliação.
A posição do psicólogo em relação à realidade do paciente é outro ponto que deve ser levado em consideração ao realizar a avaliação, sendo que o curso de uma entrevista, por exemplo, é bastante influenciada por variáveis pessoais como sexo, raça, situação sociocultural entre outras. A atenção do psicólogo nestas situações em relação a estas variáveis é de extrema importância, apropriando-se das influências que estas causam ao cliente sem, no entanto abandonar a imparcialidade que a avaliação psicológica existe para comprovar sua validade.
A regulamentação dos testes em 2003 (Resolução n° 2/2003) foi uma reposta do Conselho Federal de Psicologia a uma demanda da categoria profissional e da própria sociedade, que muitas vezes acabava prejudicada pelo uso indevido. Atualmente,
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