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A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DA LIBRAS (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS) COMO DISCIPLINA NAS ESCOLAS PÚBLICAS NO BRASIL

Por:   •  21/12/2018  •  2.389 Palavras (10 Páginas)  •  413 Visualizações

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A pesquisa é de caráter bibliográfico tendo como base teórica alguns autores de livros e artigos que abordam educação especial e o ensino e a inclusão de Libras no contexto escolar. Busca-se deixar mais evidente que o processo de inclusão se dá de forma mais rápida e coerente quando o ensino de Libras começa a fazer parte da vida do aluno desde as séries iniciais do ensino Fundamental seja surdo ou não.

Serão abordados também alguns pontos relacionados à história da educação dos surdos, a aquisição de conhecimentos e a Língua de sinais.O que me motivou a escolher este tema foi à dificuldade de aprendizagem do aluno surdo e a dificuldade de comunicação entre surdo e sociedade onde o maior meio de comunicação entre as pessoas é a linguagem oral. Inserindo a Linguagem Brasileira de Sinais no contexto escolar faria com que o aluno surdo aprendesse o conteúdo mais facilmente e aluno ouvinte aprenderia a Libras desde pequeno facilitando assim essa comunicação. E apesar de muito tempo ter se passado e o ensino e Libras ter tido alguns avanços esse é um tema que ainda requer muita atenção e muito ainda deve ser alcançado em se tratando da educação da pessoa surda.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS

É de estrema importância que se conheça base histórica da Língua de Sinais e da educação dos surdos para dar início a este estudo. A primeira escola para surdos, que atendia pelo nome de Instituto Nacional de jovens surdos de Paris foi fundada pelo francês Abbé L’Épée na França. A partir da convivência com duas irmãs gêmeas surdas ele percebeu que elas tinham uma língua própria e assim começou a pesquisar e analisar outras crianças surdas. Com isso o francês percebeu que poderia desenvolver o aprendizado com elas através da língua de sinais. Como o trabalho de L’Épée estava dando resultado o rei da França financiou a primeira escola pública na França. L’Épée morreu em 1789.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS NO BRASIL

Em 1855 Huet já com bastante experiência com surdos se apresentou ao imperador Dom Pedro II e com o apoio do mesmo foi fundado o Imperial Instituto de Surdos-mudos para meninos e meninas. Em 1960 Willian Stokoe descobriu que a Língua de Sinais era realmente uma língua, através de pesquisas e estudos. Em 1998, foi iniciado um curso para capacitação de instrutores e multiplicadores de Língua Brasileira de Sinais (Libras) pela FENEIS (Federação nacional para a Educação e Integração dos surdos. Em 1994 Surge o projeto bilinguismo. Em 1997, surge o projeto consultoria e monitoria de Profa. Em 2002 a Libras foi reconhecido como língua dos surdos pela Lei federal nº 10.436 de 24 de abril. E o Decreto 5.626 de 22 de Dezembro de 2005 regulamenta Lei n° 10.436/2002.

A língua de sinais tem a mesma função da linguagem oral, portanto ela não é apenas uma linguagem, pois possui todos os níveis linguísticos. Ou seja, não é estabelecida através da fala, mas sim da visão e dos gestos (sinais).

LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO FUNDAMENTAL

Geralmente a Libras é vista nas escolas somente quando a mesma tem algum aluno surdo que ainda não sabe a língua e com isso são acompanhadas por um instrutor de Libras para que assim aprenda ou quando tem aquele aluno que sabe Libras e necessita de um interprete fazendo assim com que o processo de inclusão e a quebra de preconceitos ocorram lentamente. Ou seja, a Língua de sinais não tem tanta importância como a disciplina de Matemática, Português, Ciências e outras se tornando muitas das vezes um ensino restrito.

Conforme BASSO, STROBEL e MASUTTI (2009, p.04):

Paralelo ao aspecto da legislação, estudos sobre a Língua de Sinais (LS) reconhecem a necessidade de os alunos surdos aprenderem esta língua nos diversos contextos de suas vidas, entre eles a escola. Entretanto, ainda não aconteceu mudanças curriculares significativas na Educação Básica. A LIBRAS ainda é uma disciplina à parte da grade curricular na maioria das escolas e muitas vezes é compreendida como instrumento de comunicação entre surdos e ouvintes e não uma disciplina como as demais.

Devido a falta de importância dada a Libras geralmente o ensino da mesma acontece em formas de cursos isolados sem ligação com instituições educativas onde dão mais ênfase ao ensino de vocabulário básico e estruturas sintáticas simples, voltadas ao desenvolvimento de habilidades de comunicação. O currículo de Libras vai muito além de carga horária, conteúdos e metodologia.

Como construção social, o currículo de LIBRAS deverá retratar os valores, atitudes e práticas sociais que fazem parte das experiências visuais que circulam na comunidade surda e deverá refletir, acima de tudo, a cultura e as identidades surdas. Este currículo deverá privilegiar a produção cultural, as artes, a literatura, a história, as organizações surdas, as lutas dos surdos em defesa de seus direitos. E, como tal, deve ser respaldada como política do Ministério da Educação como uma diretriz geral para o ensino de LIBRAS no país. BASSO, STROBEL e MASUTTI (2009, p.19)

A maioria dos alunos surdos ao ingressarem na escola não tem o conhecimento da Libras o que não acontece com o ouvinte. Algumas pesquisas apontam que as maiorias das crianças surdas são de famílias ouvintes. Famílias estas que sabem a língua de sinais. Por isso a importância da inserção da Libras como disciplina no contexto escolar, das séries iniciais do ensino fundamental. Assim o aluno surdo juntamente com o ouvinte aprenderia a linguagem de sinais fortalecendo o processo de inclusão e posteriormente o surdo aprenderia os demais conteúdos de forma mais fácil. Porém existem alguns desafios que precisam ser vencidos para se ter uma escola inclusiva.

Segundo Oliveira (2012, p.04):

Uma das principais implicações que atrapalham o desenvolvimento e o bom funcionamento das escolas inclusivas é a quantidade de alunos por sala, pois seriam necessárias turmas com menos alunos em sala, de forma a facilitar o ensino por parte dos professores, com o apoio do intérprete de LIBRAS. Também observamos que há professores cuja formação deixa a desejar, além

da falta de materiais didáticos adaptados na língua de sinais. Desta forma, mesmo se falando tanto em “Inclusão”, podemos ver que os próprios sistemas políticos, os quais organizam o ensino, não contribuem para efetivar realmente a inclusão desses alunos.

A Libras como disciplina

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