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Analise do Conto: Uma Galinha. Clarice Lispector

Por:   •  11/10/2018  •  932 Palavras (4 Páginas)  •  473 Visualizações

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Mesmo tendo botado um ovo, a galinha continuava sendo a mesma, apenas a sua relação com a família havia mudado, assim também são as mulheres quando acabam engravidando, chamo a atenção ao fato da mãe ter sido a única que não se comoveu com o ovo da galinha, aquilo não era nada de mais aos seus olhos, entendo que essa não comoção, pudesse ser entendida como se ela fosse igual à galinha, e que talvez não lutasse pelo seu sexo, e acabasse por aceitar as escolhas que tomavam por ela.

A galinha ‘’ ganhou’’ um tratamento especial, mas parecia não se importar com isso. Passou a ser então a ‘’ rainha da casa’’, mas somente ela não sabia. A falta de interesse e o medo pareciam ser suas únicas capacidades.

Quando se sentia esquecida suas únicas capacidades desapareciam, isso só acontecia quando não era vigiada. Ela era capaz de sair daquela situação, mas se sentia acomoda após ter um filho, assim vejo também às mulheres na sociedade em muitos casos, sua luta não é mais sua, mas o seu filho a faz ficar nessa condição, por ela não se ver capaz de seguir sozinha.

Ela esquecia aos poucos de sua luta pela liberdade, a sociedade tirava dela todos os seus desejos. “Se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria”, mesmo sendo capaz, ela não mudaria nada, ‘’ sua função no mundo ‘’ havia sido realizada, foi feita para ser mãe e nada mais.

Assim acabo vendo as mulheres nessa sociedade, que ‘’morrem a cada dia’’, não no sentido real da palavra, mas quando tem seus direitos desrespeitados, quando o fato de ter nascido mulher as torna diferentes, não apenas em sua formação biológica, mas ela é ‘’ vista’’ e tratada como inferior, muito me faz questionar os valores dessa sociedade, ao ligar a televisão, por exemplo, e ver que ‘’ a cada 15 segundos, uma mulher cai da escada, escorrega no banheiro ou tropeça no tapete’’, não só a violência física, mas a violência que ela sofre por ser mulher, ela não escolhe ser mulher, ela nasce mulher.

“Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se os anos.”

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