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A violência verbal nas escolas públicas

Por:   •  1/5/2018  •  2.689 Palavras (11 Páginas)  •  271 Visualizações

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Violência verbal: A violência verbal não é uma forma de violência psicológica. A violência verbal normalmente é utilizada para oportunar e incomodar a vida das outras pessoas. Pode ser feita através do silêncio, que muitas vezes é muito mais violento que os métodos utilizados habitualmente, como as ofensas morais (insultos), depreciações e os questionários infindáveis.

Deste modo, entende-se que a violência verbal pode se tornar em uma violência psicológica a partir do momento em que tal violência crie uma ferida no psicológico do agredido.

A escola é dada como um ambiente de formação da ética e da moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários (Barros, 2012). Assim, este ambiente está constantemente sujeito a interações sociais entre tais indivíduos e, são estas interações que levam a escola a ter frequentes ocorrências de indisciplina (PINGOELO & HORIGUELA, 2010, p.01), sendo que esta indisciplina é um dos principais fatores que levam os alunos a cometerem atos violentos.

De acordo com o boletim publicado por Nicolilelo (2009), no Brasil, os professores gastam 17% do tempo em sala de aula tentando manter a disciplina dos alunos, mesmo índice da Malásia. No mundo, a média é de 13%. Em países como Bulgária, Estônia, Lituânia e Polônia, o percentual não passa de 10%. Assim, a partir do momento em que o professor tenta manter a ordem na sala de aula, esta prática leva, propositalmente ou não, a uma hierarquização: o professor se impõe ou é imposto acima do aluno. E justamente esta relação não igualitária que pode levar a formas de resistência e contestação por parte dos estudantes, desde atividades que atrapalhem a aula até agressões físicas ou verbais.

O texto de Abramovay (2009) também cita os tipos de violência que são encontrados no ambiente escolar: insultos, discriminação, ciberviolência, agressões físicas e até homicídios são situações cada vez mais comuns no dia a dia de alunos e professores.

A violência escolar vem sendo comumente vista nas reportagens e manchetes dos jornais. Alunos agredindo professores e professores agredindo alunos, o que não se sabe é que o nome violência escolar se refere a todos os agentes envolvidos na instituição escolar não só os professores e alunos. Charlot (2002 p.32) expõe tal situação em que a violência ocorre sem estar ligada à natureza e às atividades da instituição escolar. Onde a escola é apenas o lugar de uma violência que teria podido acontecer em qualquer outro local.

E a prática do bullying em escolas, consegue passar despercebida por muitos professores em suas salas de aula. Até mesmo os problemas psicológicos que podem afligir a mente das vítimas desse tipo de interação chegam a ter sintomas discretos demais para que os educadores consigam se conscientizar e ajudar o aluno a superar o problema.

A sugestão do pesquisador Felipe Alkmin Carvalho é a de que os profissionais da área sejam treinados no sentido não só de perceber, como também de ajudar no tratamento e na solução desse problema tão comum mas também tão prejudicial ao ambiente escolar. Em estudo pioneiro no Brasil, Alkmin procurou mapear, entender e encontrar soluções para casos de bullying em escolas públicas paulistas. Para isso, fez uso de versões adaptadas à realidade brasileira de testes como o Youth Self Report/ 11-18 (YSR) e o Teacher Report Form, procurando ouvir de estudantes (que fossem ou não vítimas da prática) e de seus respectivos professores opiniões e histórias relacionadas a essa hostilidade.

Através do estudo, o pesquisador obteve dados que indicam uma forte relação entre ambientes familiares conflituosos e a criação de crianças que, contrariamente ao que se pode pensar, não são os praticantes do bullying, mas sim aqueles que, por se encontrarem em situação de fragilidade maior, possuem maior propensão para ser tornarem vítimas desse tipo de violência. Segundo o psiquiatra Michael Rutter, como explica Alkmin, a adversidade familiar é um fator já conhecido a influenciar o surgimento de vítimas de bullying. Uma das iniciativas que podem ajudar na prevenção desse tipo de fragilidade infantil, como aponta o pesquisador brasileiro, é a de promover cursos de habilidades social para pais e cuidadores de crianças. De acordo com ele, esse tipo de iniciativa, junto com um preparo maior dos professores em sala de aula, pode ter implicações como a diminuição no número de suicídios entre jovens e de casos de problemas psicológicos, no futuro - diminuindo custos da área da saúde.

Cabe mencionar que as testemunhas de atos violentos podem contribuir para a ocorrência ou agravamento desses atos ao incentivar a violência ou por estar observando, de modo que o autor da violência busque com maior afã demonstrar força e poder (STUEVE & COLS., 2006).

Método

O trabalho contém uma entrevista que foi elaborada e aplicada pessoalmente pelos alunos que compõem este grupo.

Essa entrevista foi realizada com uma profissional docente que leciona na rede estadual de ensino público.

A entrevista foi feita no local de trabalho desta profissional, na Escola Estadual Artista Plástico Emanoel Alves de Araújo. Uma escola pública de ensino fundamental II (alunos entre 11 e 16 anos), localizada no bairro Guacuri, na região Sul da cidade de São Paulo.

Como mencionado anteriormente, a entrevista ocorreu na própria escola, no dia 26/09/2016, uma segunda-feira.

Foram usados dois instrumentos para a coleta das informações: um gravador de áudio contido em um dos aparelhos celulares de um dos integrantes do grupo, onde a entrevista foi gravada. E anotações manuais em caderno por parte dos membros do grupo, onde foram registradas informações adicionais para a composição e formulação deste trabalho.

Além da entrevista e dos procedimentos práticos usados para a coleta de dados e informações, também foram usados materiais didáticos e acadêmicos, como artigos e livros, com a finalidade de propiciar a análise e a formulação teórica/literária do trabalho.

Entrevista

A entrevista foi realizada com a professora de História do ensino fundamental e médio da Escola Estadual Artista Plástico Emanuel Alves de Araújo localizado no bairro do ABC.

- Como você trabalha com a disciplina da classe?

Minha forma de trabalhar é conversando com os alunos. Eu procuro entender

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