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A Psicologia organizacional do Brasil

Por:   •  20/12/2018  •  1.783 Palavras (8 Páginas)  •  331 Visualizações

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meio de testes psicológicos. Nesse contexto que a psicologia industrial se tornou organizacional e humanizou esse processo dentro das empresas, analisando a melhor oportunidade para os indivíduos dentro de suas subjetividades.

Metodologia

Conforme Well (2005) a psicologia industrial e organizacional destacou-se de um ramo mais genérico, a psicologia geral e experimental. É nas universidades, mais particularmente de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Pernambuco, sobretudo nas cadeiras de psicologia educacional, que ocorreram as primeiras experiências em psicologia, sobretudo no que se refere à psicometria. A psicologia experimental é ensinada nas universidades, sobretudo a aplicação dos testes psicológicos na educação e na clínica. É nesta fase que as primeiras gerações de futuros psicólogos industriais adquiriram os fundamentos científicos indispensáveis ao exercício da psicologia industrial e organizacional, mas sob um prisma que poderíamos chamar de diagnóstico prescritível, com predominância da psicometria. Isto explica que a psicologia industrial e organizacional tenha começado por fase predominantemente psicométrica (psicotécnica).

Embora certas providências nessa fase tenham partido de universidades, e provavelmente por influência delas, começam a aparecer iniciativas de organizações não universitárias, com a finalidade de aplicar a psicologia experimental ao âmbito do trabalho. Nesta fase predominam trabalhos de seleção profissional, visando adaptar o homem ao trabalho, segundo conceitos taylorianos (WELL, 2005).

A década de 1990 marca o início do uso do termo Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT) para designar uma subárea de estudos composta por dois grandes eixos de fenômenos psicossociais e suas tradições de pesquisa: organizações e trabalho (Bastos, 2003).

Revisões de literatura em POT mostram que a área se encontra em franco desenvolvimento no Brasil (Bastos, França, Pinho & Pereira, 1997; Borges-Andrade, OliveiraSouza, Pilati, Nonato, Silvino & Gama, 1997; Tonelli, Caldas, Lacombe & Tinoco, 2003; Tonetto, Amazarray, Koller & Gomes, 2008). As revisões de literatura de Borges-Andrade e cols. (1997) exploraram a temática de comportamento organizacional. Tonelli e cols. (2003) incluíram várias temáticas no campo das organizações em sua revisão dos principais periódicos de administração e anais do EnANPAD (Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração) de 1991 a 2000. Houve um expressivo crescimento da produção científica na área de recursos humanos, redução de trabalhos sobre funções de RH e crescimento de estudos que analisam políticas de RH (ou seja, qualidade de vida no trabalho e qualificação). De acordo com os dados da revisão, aumentaram estudos sobre comportamento organizacional (comprometimento, estresse, aprendizagem, gênero, saúde), que se tornaram temas dominantes na área a partir de 1998. (Tonelli e cols, 2003)

A primeira revisão da literatura brasileira na área a englobar ambas as temáticas de organizações e trabalho, tratando-as claramente como parte de uma subárea da Psicologia, foi publicada por Tonetto e cols. (2008). Essa revisão abrangeu maior número de publicações, agrupadas em nove áreas temáticas, com trabalhos empíricos e teóricos. Essas temáticas são: comportamento organizacional; avaliação e medidas; gestão de pessoas; trabalho, identidade e subjetivação; trabalho e saúde; trabalho infanto-juvenil; trabalho e gênero; trabalho, violência e responsabilidade social; formação e atuação profissional. Observa-se, portanto, temáticas tanto típicas da área de organizações quanto da área de trabalho. Sendo assim, quais fatores estão relacionados a um desenvolvimento tão profícuo da área?

Tonetto e cols. (2008) destacam as características dos veículos de divulgação, diversidade temática e metodológica, preocupações com as mudanças sociais, políticas, econômicas e tecnológicas do contexto em que ocorre a produção científica, produção de conhecimento voltada tanto para subsidiar o planejamento e execução de intervenções quanto para o desenvolvimento teórico da área, e conceituação de trabalho como “um dos elementos centrais no processo de formação da identidade”.

Todos esses fatores podem ser interpretados como componentes do paradigma científico da área e da formação de comunidades científicas que o legitimam pelo compartilhamento de informações entre seus membros (Kuhn, 1970).

Revisões de literatura são uma ferramenta importante para descrever a evolução de uma área científica com base em elementos formais da produção de conhecimento, as publicações dos pesquisadores. No nível microssocial, essa análise conduz às relações, predominantemente informais, diretas ou intermediadas entre os membros da disciplina científica. Redes originalmente mais circunscritas aos seus contextos institucionais de origem (universidades, institutos de pesquisa, empresas, governos) têm se expandido para além deles, obtendo crescente autonomia (Castells, 2000).

A cooperação transnacional entre instituições de ensino e pesquisa e instituições corporativas vem assumindo grande importância, tornando-se norma nos centros desenvolvidos e critério para avaliação da qualidade dos programas de pós-graduação nacionais (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [CAPES], 2008).

Considerações finais

A psicologia organizacional e do trabalho nasceu para melhorar o ambiente de trabalho: ajudar as condições físicas/psicológicas dos funcionários, melhorar a produção, humanizar as condições dos trabalhadores (que antes eram vistos como mecanicos) e dar consciência aos trabalhadores em geral.

A psicologia organizacional surge no Brasil como uma tentativa de racionalização e a procura de um caráter científico e inovador no controle dos processos produtivos, no contexto das idéias da administração científica de Taylor. Leon Walther traz para o Brasil a psicotécnica, os cursos e a primeira aplicação de testes ocorreram em 1924 no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. A aplicação desses testes para selecionar empregados expandiu-se, principalmente nas empresas ferroviárias (ZANELLI et al, 2004).

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