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Uso do plasma rico em fibrina na implantodontia

Por:   •  11/6/2018  •  6.531 Palavras (27 Páginas)  •  596 Visualizações

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Atualmente um número crescente de fatores de crescimento vêm sendo utilizados em conjunto com os materiais de enxerto, ou até isoladamente, como alternativa de aumentar a eficiência na regeneração e crescimento ósseo. Dentre estes materiais esta o Plasma rico em fibrina (L-PRF), o L-PRF é um concentrado rico em leucócitos, plaquetas e fibrina, obtido através de um protocolo de centrifugação do sangue do próprio paciente, este material tem a capacidade de liberação lenta de seis tipos de fatores de crescimento diferentes. O método de obtenção do L-PRF foi desenvolvido na França por Choukroun et al. (2006). Ele pode ser considerado como um concentrado de plasma de segunda geração uma vez que é obtido a partir de um método que não utiliza anticoagulantes e agentes geleificantes. O processo consiste em obter o sangue venoso, e centrifugar a baixa velocidade.

O protocolo PRF é muito simples: uma amostra de sangue é obtida sem anticoagulante em tubos de 10 ml que são imediatamente centrifugados a 3000 rpm (aproximadamente 400g) por 10 minutos. Após o início da centrifugação na ausência de anticoagulante, inicia-se a ativação da maioria das plaquetas do sangue coletado, a partir do contato destas com as paredes do tubo e da liberação das cascatas de coagulação. Como produto final desse processo temos o fibrinogênio, que é uma proteína solúvel, transformada em fibrina insolúvel pela trombina. A fibrina gel constitui a primeira matriz cicatricial dos locais lesionados. O fibrinogênio é inicialmente concentrado na parte alta do tubo, antes da trombina circulante transformá-lo em fibrina. Um coágulo de fibrina é então obtido no meio do tubo, entre os glóbulos vermelhos na parte inferior e plasma acelular na parte superior.

O L-PRF é capaz de regular a inflamação e estimular o processo imunológico de quimiotaxia, é um material de enxerto autógeno que elimina o risco de infecções, transmissão de doenças e é capaz de acelerar o processo de cicatrização e reparação tecidual e quando associado aos enxertos ósseos acelera e aumenta a formação óssea.

O L-PRF apresenta várias vantagens, que podemos descrever como o protocolo de utilização simples e de custo razoável, grande concentração de fibrina, plaquetas e leucócitos, aceleração da angiogenese, multiplicação de fibroblastos e osteoblastos e cicatrização.

Uma variedade de materiais esta disponível para regeneração óssea, que são altamente osteocondutivos e osteoindutivos, como osso homologo, vidro bioativo, tricalcio-fosfato e etc. O L-PRF além destas características pode ser considerado como um coagulo sanguíneo otimizado que além de favorecer e acelerar a regeneração tecidual também oferece uma proteção da área cirúrgica e parece acelerar a integração e remodelação do material de enxerto utilizado.

A PRF tem a característica de polimerizar natural e lentamente, durante a centrifugação. A trombina que atua sobre o fibrinogênio autólogo colhido é fisiológica, porque não há adição de trombina bovina9. A rede de fibrina assim formada apresenta, particularmente, uma organização tridimensional homogênea, mais coerente do que coágulos de fibrina natural9. Além disso, com polimerização progressiva, a incorporação de citocinas circulantes aumenta na malha de fibrina (citocinas intrínsecas). Tal configuração implica em um tempo de vida maior para estas citocinas, porque elas serão liberadas e utilizadas apenas quando da remodelação da matriz inicial cicatricial (efeito a longo prazo). As citocinas são, assim, mantidas disponíveis in situ durante um período conveniente, quando as células começam a remodelação cicatricial da matriz, ou seja, quando elas têm que ser estimuladas para lançar a reconstrução do local lesionado. O conceito de PRF fundamenta-se na proteção dos fatores de crescimento da proteólise que, então, podem manter sua atividade por um período maior e estimular a regeneração óssea de forma mais eficaz.

A utilização de membranas de barreira para fins de regeneração ossea guiada tem sido demonstrado na literatura como sendo uma abordagem bem sucedida de tratamento. No entanto, as complicações relacionadas com a exposição inicial e remoção precoce da membrana ou barreira fazem estas técnicas menos previsíveis quando uma regeneração significativa é necessária.

Boyne introduziu o conceito de um andaime de malha de titânio como alternativa a barreira tradicional. A vantagem pretendia na época era a capacidade de oferecer significate aumento e manutenção continua do espaço, durante a fase de cura para permitir regeneração óssea e ocorrer com menos preocupações sobre falhas e se a malha ficou exposta.

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2 PROPOSIÇÃO

O objetivo do presente trabalho é demonstrar através de caso clinico a possibilidade de utilização do L-PRF associado ao enxerto ósseo homologo e tela de Titânio na reconstrução extensa de maxila atrófica, para reabilitação com implantes osteointegrados.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

O desenvolvimento de adjuvantes cirúrgicos para a estimulação local de cura é um importante campo de investigação em ciências de biomateriais e farmacêuticas. O primeiro ato de cura associa muitos fatores, tais como, plaquetas, leucócitos, matriz de fibrina e fatores de crescimento. Todos estes agentes trabalham em sinergia durante o processo de coagulação, e muitos produtos tentam mimetizar esses mecanismos naturais, a fim de melhorar a cicatrização de um local cirúrgico. De acordo com Agrawal & Agrawal (2014), o início da cura de qualquer ferimento é realizado pela formação de coágulos e inflamação, seguido por uma fase proliferativa, que compreende de epitelização, angiogênese, formação de tecido de granulação, deposição de colágeno e, finalmente, maturação do colágeno e contração.

O uso de aditivos cirúrgicos, que promovem a aceleração da cicatrização de feridas, fundamenta-se em estudos que relatam a liberação de fatores de crescimento de vários tipos por grânulos secretórios de plaquetas especializados. Eles foram discernidos em pelo menos sete fatores de crescimento diferenciados, secretados ativamente pelas plaquetas, desempenhando um importante papel na fase inicial de cicatrização de feridas. São eles: três isômeros do fator de crescimento plaquetário, denominados, em inglês, por platelet-derived growth factor (PDGF), fator de

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