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A Obesidade Infantil

Por:   •  25/6/2018  •  3.101 Palavras (13 Páginas)  •  354 Visualizações

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Alguns estudos indicam que obesidade infantil pode ser desencadeada por fatores como o desmame precoce, pela introdução inadequada de alimentos industrializados muito cedo, distúrbios de comportamento alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de aceleração do crescimento (GIULIANO & CARNEIRO 2003).

A obesidade não é um problema meramente estético. Crianças obesas tendem a desenvolver vários problemas de saúde, como diabetes devido à ingestão excessiva de açúcar e carboidratos. Doenças cardíacas, má formação do esqueleto, desgaste das articulações pelo excesso de peso e até doenças infecciosas causadas por fungos em locais de difícil higiene. (MARA & LUIZ, 2002).

O Aumento das porções dos alimentos servidas em restaurantes, bares e lanchonetes tem contribuindo para os fatores relacionados à epidemia da obesidade (Oliveira & Fisberg 2003). Propagandas com desenhos animados, embalagens com brincadeiras e brindes, chamam muito atenção da criança, que, muitas vezes, consomem esses produtos apenas pela sua propaganda.

A obesidade infantil é hoje encarada como uma síndrome complexa, multifatorial, com presença de alterações físicas, psíquicas e sociais. Sabe-se que atualmente vem sendo muito difícil controlar os hábitos alimentares das crianças, pois elas sofrem grandes influências dos hábitos errôneos dos pais e o consumo de alimentos industrializados.

A maioria das crianças que apresentam obesidade passa horas em frente à televisão ou no computador, não realizando suas refeições em horários adequados e consumindo alimentos inadequados com alto índice calórico e pouco nutritivo. E junto à obesidade infantil, vem como consequência a presença de várias doenças crônicas associadas, que anteriormente eram presentes apenas na vida adulta.

Para mudarmos esse cenário, são necessárias alterações no estilo de vida. E essas mudanças podem ser iniciadas ainda com a amamentação, que além de trazer benefícios à saúde da criança, pode prevenir contra a obesidade infantil. A atividade física também se torna benéfica para a saúde infantil. Além disso, a escolha de alimentos saudáveis e nutritivos são indispensáveis para o tratamento dessa patologia que está acometendo as crianças.

O ganho de peso na criança é acompanhado por aumento de estatura e aceleração da idade óssea. Depois, o ganho de peso continua e a estatura e a idade óssea se mantêm constantes. Crianças obesas têm realmente maior chance de se tornar adultos obesos. (Hammer LD)

No ponto de vista clinico, para auxiliar no diagnóstico de Enfermagem, a quantidade total de gordura, o excesso de gordura em tronco ou região abdominal e o excesso de gordura visceral são três aspectos da composição corporal associados à ocorrência de doenças crônico-degenerativas. O aumento do colesterol sérico é um fator de risco para doença coronariana, e esse risco é ainda maior quando associado à obesidade. O sobrepeso triplica o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus. A obesidade é fator de risco para dislipidemia, promovendo aumento de colesterol, triglicerídeos e redução da fração HDL colesterol. A perda de peso melhora o perfil lipídico e diminui o risco de doenças cardiovasculares. (American Academy of Pediatrics)

A aterosclerose tem início na infância, com o depósito de colesterol na íntima das artérias musculares, formando a estria de gordura. Essas estrias nas artérias coronarianas de crianças podem, em alguns indivíduos, progredir para lesões ateroscleróticas avançadas em poucas décadas, importante ressaltar que o ritmo de progressão é variável. (Sociedade Brasileira de Cardiologia)

O papel da Enfermagem é muito importante no manejo e a prevenção da obesidade infantil, visto que apresenta consequências mais significativas à saúde. A obesidade na infância está relacionada a várias complicações, como também a uma maior taxa de mortalidade. E, quanto mais tempo o indivíduo se mantém obeso, maior é a chance das complicações ocorrerem, assim como mais precocemente. Em geral, quanto maior o número e a gravidade das complicações, maior a probabilidade de que esta criança necessite de avaliação e tratamento, talvez medicamentoso, em um centro de obesidade pediátrico especializado. (Wilkin TJ)

A obesidade pode ser dividida em obesidade de origem exógena e endógena. Para a endógena, deve-se identificar a doença básica e tratá-la, já a exógena origina-se do desequilíbrio entre ingestão e gasto calórico. (Dietz WH)

Katch e McArdle (1996) afirmam que pode haver três períodos críticos da vida, nos quais pode ocorrer o aumento do número de células adiposas, ou seja, a hiperplasia (e também estão relacionados com os períodos críticos de surgimento da obesidade) são eles:

- Último trimestre da gravidez - os hábitos nutricionais da mãe durante a gravidez podem modificar a composição corporal do feto em desenvolvimento

- O primeiro ano de vida

- O surto de crescimento da adolescência

Este tipo de obesidade (a hiperplásica) que já se manifesta na infância, causada pelo aumento do número de células adiposas no organismo, aumenta a dificuldade da perda de peso e gera uma tendência natural à obesidade futura. Quanto à obesidade hipertrófica, esta pode se manifestar ao longo de qualquer fase da vida adulta, e é causada pelo aumento do volume das células adiposas. O conhecimento sobre a fisiologia é de extrema importância para uma atuação eficaz da equipe de Enfermagem.

O excesso de peso na infância, segundo Salbe & Ravussin (2000), acontece geralmente por uma combinação de fatores, incluindo hábitos alimentares errôneos, propensão genética, estilo de vida familiar, condição socioeconômica, fatores psicológicos e etnia. A obesidade infantil é uma enfermidade multicausal, e está fortemente relacionada com a obesidade na vida adulta. Assim, quanto mais idade tem a criança obesa maior chance terá de se tornar um adulto obeso. Uma vez estabelecido o número de adipócitos, as perdas de peso só se fazem à custa de perda de conteúdo lipídico por célula, mas não pela diminuição do número de células.

Esses mesmos autores ainda chamam a atenção para o fato de que muitos pais negligenciam o tratamento da obesidade infantil, na expectativa de uma resolução espontânea. Entretanto o risco de persistir é elevado, por isso, a importância das orientações feitas pela Enfermagem, mostrando aos pais que a mudança deve ser feita já, orientando e/ou encaminhando para outros profissionais.

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