AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO COLOSTRO NA TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA EM BEZERROS DA RAÇA HOLANDESA
Por: Evandro.2016 • 7/5/2018 • 1.416 Palavras (6 Páginas) • 384 Visualizações
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Até duas horas após o nascimento do bezerro, três litros de colostro de um dos tratamentos foram administrados via mamadeira ou sonda esofágica. Trinta bezerros da raça Holandesa foram colostrados com cada tratamento. O descongelamento do colostro foi realizado em banho-maria a 45ºC e fornecido a 36ºC.
Após 24 horas após o nascimento, uma amostra de sangue foi coletada da veia jugular de cada bezerro, armazenados em tubos a vácuo sem anticoagulante. Estas amostras foram refrigeradas de 12 a 24 horas e submetidas à centrifugação a 5000 rpm por cinco minutos. O soro resultante foi fracionado em alíquotas de 1,5 ml e armazenado em microtubos de polipropileno (Eppendorf®, Alemanha) e congelado a - 20º C até o momento da realização dos exames.
A dosagem de proteína total foi realizada nas amostras de soro descongeladas em refratômetro óptico (Neutral REF301/311, China). Gotas de soro foram depositadas sobre o leitor óptico do instrumento, obtendo-se assim a leitura expressa em g/dL.
Os dados foram analisados pelo Teste Tukey pelo pacote estatístico R (versão 3.0.2, 2014) a 5% de significância.
Resultados e discussões
Os colostros com 100 e 110 mg/mL apresentaram maior nível de proteínas totais que colostros com 90 mg/mL (P
TABELA 1 - Dosagem média e erro padrão (EP) de proteína total de bezerros da raça Holandesa às 24 horas de vida por refratometria óptica.
Tratamento
Refratômetro ± EP (g/dL)
C90
5,34±0,14 b
C100
6,49±0,14 a
C110
6,55±0,14 a
Letras diferentes são significativas a 5%
A falha na transferência de imunidade está associada ao aumento da taxa de mortalidade e morbidade quando a concentração de proteínas totais for menor que 5,0 g/dL (DONOVAN et al., 1986). De acordo com QUIGLEY (1998), o sucesso na transferência da imunidade passiva é conseguido quando a dosagem de proteínas totais é maior que 5,5 g/dL.
Os tratamentos C100 e C110 apresentaram resultados superiores a referência, indicando o sucesso na transferência de imunidade passiva (6,49mg/mL e 6,55mg/mL, respectivamente).
Entretanto, observou-se que o tratamento C90, ainda que classificado como colostro de alta qualidade, não promoveu o sucesso na transferência de imunidade passiva, pois a média das leituras do refratômetro (5,34 g/dL) se apresentou abaixo do limiar mínimo para tal classificação (>5,5 g/dL).
Sugere-se que mesmo com o uso de colostros de alta qualidade, a transferência passiva pode não ter sido eficiente em C90 devido à temperatura em que foram submetidos ao descongelamento que foi de 45ºC, conflitando com a temperatura de 50ºC descrita em outros estudos (Salles, 2011). Além disso, o volume de colostro ofertado para os bezerros foi de 3 litros nas duas primeiras horas após o nascimento, porém, GAY & BESSER (1991) e MORIN et al. (1997) afirmam que aqueles pertencentes a raças leiteiras de maior porte devem ingerir, no mínimo, quatro litros de colostro.
Conclusões
Um importante parâmetro de um programa de monitoramento de bezerros é o sucesso na transferência de imunidade passiva pela ingestão de colostro de alta qualidade. Todavia, mesmo colostros de alta qualidade não promoveram níveis satisfatórios de imunização. Estudos adicionais são necessários para avaliar a incidência de doenças e o desempenho produtivo dos animais colostrados com diferentes concentrações de imunoglobulinas.
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