A Química Orgânica no Ensino Médio: Estudo da fragmentação de conteúdos relacionados ao Currículo do Estado de SP
Por: eduardamaia17 • 12/10/2018 • 2.910 Palavras (12 Páginas) • 434 Visualizações
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Eis que aqui entra a Proposta Curricular do estado de São Paulo, a qual se propõe a melhorar a qualidade do ensino, tanto no aperfeiçoamento do professor quanto das instituições escolares, no qual saberes e metodologias diferentes acabam por fazer necessário uma nova forma de se comunicar com os alunos. O currículo é uma fonte de organização de ensino, envolvendo desde as habilidades que se pretende que o aluno alcance como os objetivos, passando pelo conteúdo programático e terminando na avaliação de aprendizagem. Espera-se que o que está incluso no currículo esteja intimamente ligado com que é importante para a sociedade naquele momento. É um entrelaçamento de interesses entre um e outro. O currículo é antes de qualquer coisa uma espécie de organizador de práticas educacionais que por sua vez acaba por se moldar e se constituir como significado educativo através de reflexões que o mesmo faz em relação a esquemas como formativo, socializador, cultural, etc.
Ressalta-se que o currículo serve como base para os professores. Nele, há uma organização do ensino, para deixar mais fácil e claro para o professor quais assuntos tratar, é um instrumento útil para a orientação frente a prática pedagógica do professor. Ou seja, o currículo não tem como finalidade ‘botar rédeas’ no professor, e sim ser uma ferramenta de trabalho.
Com isso, espera-se que o currículo selecione, para o caso da química orgânica, os assuntos considerados importantes para a sociedade no momento. Porém, o ensino de química orgânica no Brasil ainda vem enfrentando problemas na educação, pois este é desvinculado do demais conteúdos de química, geralmente tem como foco a nomenclatura de compostos orgânicos, regras e operações de classificação, e não é adequadamente contextualizado. “Avaliando a opinião de professores do ensino médio sobre a percepção dos estudantes da disciplina química orgânica, constatou-se que a exigência de grande memorização de informações desperta sentimentos de rejeição e antipatia”. (SILVA et al, 2003, p. x).
O modo como a química é abordada tradicionalmente nos livros didáticos, culminou na educação uma abordagem compartimentada dos conteúdos. A química orgânica faz parte de um mundo diferente nos livros didáticos, pois não se fala em química orgânica no 1º e 2º ano do ensino médio; ela é apresentada apenas no 3º ano, e trabalhada individualmente, sem conexões com a química vista nos anos anteriores.
Marcondes et al (2014, cap.1, p.10) descreve em seu livro:
A química orgânica é vista, geralmente, na 3ª série do ensino médio, como um campo quase separado da química, transparecendo a ideia de que os princípios e leis aprendidos em química geral ou físico-química não tem nada a ver com os compostos de carbono. Poucas vezes se veem em livros didáticos, reações entre compostos orgânicos ao se estudar estequiometria de uma transformação química ou discussões sobre solubilidade e concentrações de substâncias orgânicas.
Apesar de o termo contextualização estar presente nos documentos curriculares oficiais mais recentes, há diferentes entendimentos por parte dos professores. Wartha e Alário (2005) analisaram que os livros didáticos de química editados após os PCNEM passaram a vincular a ideia de contextualização à exemplificação de fatos do dia a dia e à descrição científica de fatos e processos do cotidiano do aluno.
De acordo com o Currículo do Estado de São Paulo (2008):
O ensino de Química deve se contrapor à simples memorização de informações, nomes, fórmulas e conhecimentos, que não guardam nenhum sentido com a realidade dos alunos. Ao contrário disso, pretende-se que o aluno possa reconhecer e compreender as transformações químicas que ocorrem tanto nos processos naturais como nos processos tecnológicos, conforme se explicita em seguida.
Desta forma, o atual cenário na educação brasileira para química orgânica ocorre muitas vezes em contrapartida ao currículo, devido a vários fatores que serão analisados juntamente com a importância dos conteúdos abordados ao longo deste trabalho. Consequentemente nos preocuparemos em verificar os elementos do Currículo quanto às suas especificações para a área de química orgânica. Análise esta, que se fundamenta devido à busca por propostas que contribuam para a solução dos problemas relacionados a esta especificidade de ensino, no que se diz respeito ao modo em que o currículo produz e se reproduz dentro das escolas, e em como este se constitui em termos de conteúdo.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Compreender a importância dos assuntos abordados em química orgânica na proposta curricular do estado de São Paulo, para os alunos do ensino médio da rede pública de ensino.
Investigar como e se os conteúdos de química orgânica têm sido ensinados na educação básica considerando a concepção de xx professores de escolas públicas da cidade de Ribeirão Preto.
2.2 Objetivos Específicos
- Analisar o currículo do estado de São Paulo visando identificar quais conteúdos e habilidades são propostas para o tema química orgânica.
- Identificar semelhanças e a diferenças entre a contextualização proposta no currículo e como ela é trabalhada dentro da sala de aula.
- Analisar e identificar o porquê da desfragmentação de conteúdos relacionados a química orgânica ao longo do ensino médio.
3. REFERÊNCIAL TEÓRICO
Como este trabalho tem como objetivo analisar a importância dos conteúdos de química orgânica presentes na proposta curricular do estado de São Paulo, o currículo torna-se fonte primária para o projeto. Com isso, será analisado e ao mesmo tempo, referência.
Sacristan
Novoa
Alice Lopes, antonio flavio Moreira
O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Educação, apresentou e implementou no ano de 2008 uma Proposta Curricular para todas as escolas da rede pública estadual. Esta Proposta amparada na distribuição de materiais gráficos indicam os conteúdos a serem trabalhados, a atuação dos professores, os objetivos a serem alcançados e a forma que os alunos devem ser avaliados após determinados
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