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Pacientes com sequelas de AVC

Por:   •  15/12/2018  •  6.577 Palavras (27 Páginas)  •  254 Visualizações

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Este trabalho tem como objetivo identificar quantas pessoas acometidas por AVC passaram por procedimento cirúrgico, bem como apresentar os cuidados na assistência de enfermagem ao paciente no pré e pós-operatório de craniotomia. E identificar dentre elas quantas ficaram com sequelas decorrente do acidente vascular cerebral, e quais implicações essas sequelas podem acarretar na vida desses indivíduos em uma vida pós-avc. E através de pesquisas bibliográficas identificar quais os fatores que implicam na predisposição ao acidente vascular cerebral.

Para responder e alcançar esses objetivos foi elaborada uma pesquisa quantitativa, bibliográfica e de campo realizada no território coberto pela UBS do bairro Bom Sucesso na cidade de Imperatriz - MA.

2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

2.1 Definição

Oliveira (2008), define o Acidente Vascular Cerebral (AVC) como uma síndrome neurológica complexa, com a presença de anormalidades súbitas do funcionamento cerebral decorrente de uma interrupção da circulação cerebral ou de hemorragia, seja parenquimatosa ou subaracnóidea.

Para Nettina (2012), o AVC ocorre a partir de uma disfunção neurológica no Sistema Nervoso Centro (SNC), com duração igual ou superior a 24h. Podendo ocorrer na forma isquêmica (mais de 70% dos casos) ou hemorrágicos (associados a maior morbidade e mortalidade).

De acordo com a OMS (2012), o AVC refere-se ao desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios da função cerebral, de origem vascular, provocando alterações nos planos cognitivo e sensório-motor, isso de acordo com a área e a extensão da lesão. Causando na grande maioria dos pacientes, algum tipo de deficiência, seja parcial ou completa.

Segundo Almeida (2012), O AVC é a segunda principal causa de morte no mundo, e no Brasil a primeira causa de incapacidade, sendo considerado um dos principais tipos de doenças crônicas não transmissíveis. Essa patologia acomete principalmente adultos de meia-idade e idosos.

Segundo os dados de domínio público do Sistema Único de Saúde, foram registradas 160.621 internações por doenças cerebrovasculares em 2009 no país. A taxa de mortalidade foi de 51,8 a cada 100.000 habitantes. No qual idosos acima de 80 anos representaram 35% dos 99.174 óbitos (ALMEIDA, 2012).

A elevada incidência de sequelas após o AVC tem se tornado um grande problema de saúde pública, causando impactos sociais e econômicos no país. O AVC isquêmico é o mais prevalente correspondendo a 84% dos casos registrados, tendo como principais fatores de risco a Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus, o tabagismo, sedentarismo, dislipidemia e a fibrilação atrial entre outros (BRASIL, 2009).

2.2 Classificação

Existem dois principais tipos de AVC: o isquêmico (85% dos casos), quando há parada do sangue que chega ao cérebro, provocado pela obstrução dos vasos sanguíneos; e o hemorrágico, ligado a quadros de hipertensão arterial que causa hemorragia dentro do tecido cerebral (BRASIL, 2009).

Bem et al. (2016), afirmam que em geral, a isquemia é de origem trombótica, usualmente por processo de aterosclerose, ou embólica, quando trombos de origem cardíaca ou arterial, como as carótidas, migram para as artérias encefálicas.

Ainda segundo os autores, o AVC hemorrágico pode se manifestar como hemorragia subaracnóidea, que ocorre quando há extravasamento de sangue para o espaço subaracnóideo, geralmente por ruptura de aneurisma intracraniano ou hemorragia cerebral, sendo a principal forma de AVC hemorrágico e usualmente está associada à hipertensão arterial. A hemorragia cerebral apresenta uma menor prevalência, porém é de grande relevância no diagnóstico, apresentando sangramentos sobrepostos a neoplasias ou por ruptura de malformação de vasos.

De acordo com Brasil (2009), os sintomas do AVC isquêmico são fraqueza de um lado do corpo, dificuldade para falar, perda de visão e perda da sensibilidade de um lado do corpo. Normalmente, o tipo hemorrágico traz avisos, como alteração motora, paralisia de um lado do corpo, distúrbio de linguagem, distúrbio sensitivo, alteração no nível de consciência. Mas todos os sinais dependem do local do cérebro que foi acometido. É o mais grave e tem altos índices de mortalidade.

2.3 Complicações (Sequelas)

Os pacientes com AVC podem apresentar alguns comprometimentos, tais como: déficits somatossensitivos, dor, déficits visuais, déficits motores, alterações no tônus, padrões sinergísticos anormais, reflexos anormais, paresia e padrões alterados de ativação muscular, déficits de programação motora, distúrbios de controle postura e equilíbrio, distúrbios da fala e linguagem, disfagia, disfunção perceptiva, disfunção cognitiva, distúrbios afetivos, diferenças comportamentais entre os hemisférios, crises e disfunção da bexiga e do intestino (PIASSAROLI et al., 2011).

De acordo com Sullivan e Schmitz (2004), os déficits motores decorrentes do AVC caracterizam-se por hemiplegia (paralisia total) ou hemiparesia (paralisia parcial), tipicamente no lado do corpo oposto ao local da lesão. A deficiência dos movimentos pode levar a limitações funcionais e incapacidades, estas se manifestam como uma perda de mobilidade no tronco e nas extremidades, padrões anormais de movimento, estratégias compensatórias e ações involuntárias do hemicorpo afetado levando a perda da independência na vida diária.

Para Massoco, Lucinio e Santos (2014), a hemiplegia e a hemiparesia são paralisias no mesmo local (em um lado do corpo), porém a hemiparesia é o comprometimento parcial do hemicorpo que altera o equilíbrio, e a hemiplegia é o comprometimento total, comprometendo partes essenciais para as atividades funcionais.

A hemiparesia permanece por períodos longos, havendo um platô em termos de ganho em aproximadamente doze meses. Além disso, 60% dos indivíduos que sofrem AVC ficam com disfunção motora que se torna um déficit permanente um ano após a lesão. Esses problemas resultam em dificuldades para a execução dos movimentos funcionais, prejudicando a qualidade de vida individual, principalmente a independência relativa à realização das AVDs e ao desempenho ocupacional (PIASSAROLI et al., 2011).

A hemiparesia é a tendência em manter-se em uma posição de assimetria postural, com distribuição de peso menor sobre o lado afetado, e consequentemente transferência de peso corporal para o lado oposto. Essa assimetria e a dificuldade

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