Monitorização Hemodinâmica com uso do Cateter de Swan-Ganz
Por: YdecRupolo • 18/4/2018 • 2.398 Palavras (10 Páginas) • 338 Visualizações
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e em 1984 este percentual aumentou para 19,9% dos pacientes (DEXTER et al, 1947).
Para Terzi (1992) as informações fornecidas pelos cálculos hemodinâmicos, através do uso do cateter de Swan Ganz, aumentam a capacidade de avaliar eficazmente o débito cardíaco e as pressões de enchimento ventricular, o que comprova a eficácia do método.
No Brasil, os primeiros estudos com Cateter de Swan-Ganz, foram iniciados em 1971, no Instituto "Dante Pazzanese" de Cardiologia, pelo Dr. Leopoldo Soares Piegas, chefe do Setor de Terapia Intensiva, trazendo possibilidades de conhecimento de certos parâmetros hemodinâmicos valiosos para o diagnóstico, prognóstico e tratamento de pacientes acometidos das mais graves entidades clinicas e complicações pós-operatória (OANZ et al, 2000).
A monitorização Hemodinâmica Invasiva deve ser indicada somente quando alguma decisão de diagnóstico ou conduta está sendo considerada e quando o intensivista estiver comprometido em trabalhar a partir dos dados obtidos com o procedimento. Essa indicação deve obrigatoriamente levar em conta que os dados obtidos deverão contribuir para a decisão terapêutica, sem acarrentar algum tipo de risco sem necessidade ao paciente (PIEGAS et al, 2003).
De acordo com Piegas et al (2003) o cateter pode ser inserido em cirurgias, em salas de cateterização hemodinâmica ou à beira do leito, usualmente sem fluoroscopia, por monitorização das pressões e observação das formas de ondas durante a inserção, o cateter é radiopaco e a fluoroscopia ou a radiografia simples pode ser usada para guiar ou verificar a sua posição.
Swan et al (2000), afirmam que a introdução de um cateter de Artéria Pulmonar (AP), à beira do leito é feita através da veia jugular interna direita, porque proporciona um acesso direto ao átrio direito, essa introdução do cateter através da veia femoral requer orientação pela fluoroscopia, porque o cateter exige manobras feitas manualmente para passar a vaia cava inferiores para o átrio e o ventrículo direito e depois para a AP, mas os locais mais comumente utilizados para a inserção do cateter são a veia jugular interna e a veia subclávia.
O cateter existe em três tamanhos diferentes: neonatal (3 French), pediátrico (5 French) e adulto (7 French), sendo que os cateteres adultos existem em dois comprimentos: 85 e 110 cm, composto de quatro (4) vias, além do balão em sua extremidade distal, cada via com sua função, podendo ser:
a) Via proximal (azul): seu orifício situa-se a 29 cm da extremidade distal, Permite a injeção de líquidos para as medidas hemodinâmicas e é utilizado também para a medida da pressão venosa, central (PVC) e colheita de exames de sangue.
b) Via distal (amarela): seu orifício situa-se na ponta do cateter, permitindo a medida das pressões nas câmaras cardíacas, direitas, pressão arterial pulmonar e pressão capilar, pulmonar, durante a inserção, além da colheita de amostra do sangue venoso, misto, na artéria pulmonar.
c) Via do balão (vermelha): auxilia na migração do cateter pela flutuação dirigida pelo fluxo, permitindo o encunhamento do cateter e a medida da pressão capilar pulmonar, quando inflado em um ramo da artéria pulmonar,total de volume de 1,5 ml.
d) Termistor: consiste em dois finos fios isolados, estendendo-se pelo comprimento do cateter e terminando em um termistor embutido na parede do cateter, sendo situado na superfície do cateter 4 cm proximais à extremidade distal, que mede a temperatura sanguínea na artéria pulmonar, continuamente, sendo que, através da termodiluição, realiza as medidas hemodinâmicas com o uso de um computador, O cateter possui marcas que indicam a profundidade de inserção, onde as linhas negras finas indicam 10 cm e as linhas negras largas indicam 50 cm.
Atualmente, há disponíveis no mercado cateteres com módulos que permitem a medida contínua da oximetria venosa, central, fração de ejeção.
Importante salientar que durante a inserção, à medida que o cateter segue pela aurícula direita, é necessário observar, via monitor, as curvas de pressão na Aurícula Direita.
Antes de passar a válvula tricúspide, o balão precisa ser insulflado, para evitar que a extremidade do cateter toque na parede do Ventrículo Direito, causando arritmias, ou seja, alterações elétricas que provocam modificações no ritmo das batidas do coração favorecendo a progressão do cateter junto com o fluxo sanguíneo.
Importante observar ainda que mesmo com insuflação as arritmias podem acontecer, portanto, é necessário que o paciente seja monitorizado e o carro de reanimação devidamente preparado esteja junto ao leito, para o caso de uma emergência.
Nesse procedimento é também indispensável à manutenção da observação do traçado para se despistar a migração do cateter para a posição de encravamento, pois se houver oclusão prolongada do capilar pulmonar tem se o subsequente enfarte segmentar do pulmão que poderá ser fatal.
Dessa forma, vale enfatizar que há técnicas menos invasivas, tal como a eco cardiografia, para rápido auxílio diagnóstico, sendo que a técnica de monitorização hemodinâmica com uso de cateter Swan-Ganz somente deverá ser indicada em casos especiais quando necessária uma investigação mais detalhada para o diagnóstico médico.
2.2 Principais indicações do Cateter de Swan-Ganz
Há consenso entre os estudiosos da temática de que o Cateter de Swan-Ganz deverá ser indicado em casos de necessidade de avaliação das variáveis hemodinâmicas através das medidas seriadas e da monitorização da pressão atrial direita, pressão arterial pulmonar e/ou pressão capilar pulmonar.
Araujo (1996), defende a utilização do método nos seguintes casos:
1) Insuficiência cardíaca aguda (ex: infarto agudo do miocárdio, complicado com hipotensão progressiva ou choque cardiogênico);
2) Complicações mecânicas do infarto agudo do miocárdio (Diferenciação da ruptura do septo interventricular da regurgitação mitral por ruptura de músculo papilar ou tamponamento cardíaco);
3) Infarto do ventrículo direito. O cateter de Swan-Ganz ajuda a guiar a expansão volêmica e o suporte farmacológico dos pacientes hipotensos com infarto do ventrículo direito;
4) Insuficiência cardíaca congestiva refratária em que os sinais clínicos e radiológicos correlacionam-se pobremente com a gravidade da insuficiência cardíaca;
5) Hipertensão pulmonar. O cateter de Swan Ganz é indicado para diagnóstico e para guiar a terapia vasodilatadora;
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