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Monitorização Hemodinâmica com Uso do Cateter de Swan-Ganz

Por:   •  18/4/2018  •  2.737 Palavras (11 Páginas)  •  383 Visualizações

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Compreende-se por débito cardíaco a quantidade de sangue bombeado pelo coração por minuto.

O primeiro cateterismo da artéria pulmonar foi realizado por Leniz Dexter, em 1945, para diagnosticar doenças congênitas do coração. Contudo, historicamente, a monitorização hemodinâmica clínica teve início após a publicação de Swan e Ganz, que introduziu o uso do cateter balonado de artéria pulmonar, em 1970 (DEXTER et al 1947).

O uso do cateter de Swan-Ganz (CSG) vem aumentando a cada ano no mundo, apesar deste ainda ser considerado um método invasivo e de alto custo. Estudos realizados por mostram que em 1975, a técnica foi utilizada em 7,2% dos pacientes diagnosticados com infarto agudo do miocárdio, e em 1984 este percentual aumentou para 19,9% dos pacientes (DEXTER et al, 1947).

Para Terzi (1992) as informações fornecidas pelos cálculos hemodinâmicos, através do uso do cateter de Swan Ganz, aumentam a capacidade de avaliar eficazmente o débito cardíaco e as pressões de enchimento ventricular, o que comprova a eficácia do método.

No Brasil, os primeiros estudos com Cateter de Swan-Ganz, foram iniciados em 1971, no Instituto "Dante Pazzanese" de Cardiologia, pelo Dr. Leopoldo Soares Piegas, chefe do Setor de Terapia Intensiva, trazendo possibilidades de conhecimento de certos parâmetros hemodinâmicos valiosos para o diagnóstico, prognóstico e tratamento de pacientes acometidos das mais graves entidades clinicas e complicações pós-operatória (OANZ et al, 2000).

A monitorização Hemodinâmica Invasiva deve ser indicada somente quando alguma decisão de diagnóstico ou conduta está sendo considerada e quando o intensivista estiver comprometido em trabalhar a partir dos dados obtidos com o procedimento. Essa indicação deve obrigatoriamente levar em conta que os dados obtidos deverão contribuir para a decisão terapêutica, sem acarrentar algum tipo de risco sem necessidade ao paciente (PIEGAS et al, 2003).

Importante salientar que o Cateter de Swan-Ganz é um instrumento de monitorização diagnóstica e não uma modalidade terapêutica. Para Konstadinidis et al (2000) a alteração terapêutica proporcionada com a adequação da reposição volêmica e melhor titulação da dose das drogas vasoativas, pode melhorar o prognóstico do paciente.

De acordo com Piegas et al (2003) o cateter pode ser inserido em cirurgias, em salas de cateterização hemodinâmica ou à beira do leito, usualmente sem fluoroscopia, por monitorização das pressões e observação das formas de ondas durante a inserção, o cateter é radiopaco e a fluoroscopia ou a radiografia simples pode ser usada para guiar ou verificar a sua posição.

Swan et al (2000), afirmam que a introdução de um cateter de Artéria Pulmonar (AP), à beira do leito é feita através da veia jugular interna direita, porque proporciona um acesso direto ao átrio direito, essa introdução do cateter através da veia femoral requer orientação pela fluoroscopia, porque o cateter exige manobras feitas manualmente para passar a vaia cava inferiores para o átrio e o ventrículo direito e depois para a AP, mas os locais mais comumente utilizados para a inserção do cateter são a veia jugular interna e a veia subclávia.

De acordo com Oanz, et al (2000) o cateter tem sido usado no controle da função ventricular esquerda e aplicado na prevenção e tratamento da falência cardíaca em pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio, no controle da sobrecarga hídrica imposta pela infusão de líquidos e transfusões em pacientes com baixa reserva cardíaca, no controle pós-operatório de doentes submetidos à cirurgia cardíaca, na determinação do Débito Cardíaco através da termodiluição e na avaliação de efeitos clínicos e hemodinâmicos de drogas vasopressoras como nitroprussiato de sódio e dopamina e ainda como item importante, no diagnóstico diferencial entre algumas patologias cardíacas.

O cateter existe em três tamanhos diferentes: neonatal (3 French), pediátrico (5 French) e adulto (7 French), sendo que os cateteres adultos existem em dois comprimentos: 85 e 110 cm, composto de quatro (4) vias, além do balão em sua extremidade distal, cada via com sua função, podendo ser:

a) Via proximal (azul): seu orifício situa-se a 29 cm da extremidade distal, Permite a injeção de líquidos para as medidas hemodinâmicas e é utilizado também para a medida da pressão venosa, central (PVC) e colheita de exames de sangue.

b) Via distal (amarela): seu orifício situa-se na ponta do cateter, permitindo a medida das pressões nas câmaras cardíacas, direitas, pressão arterial pulmonar e pressão capilar, pulmonar, durante a inserção, além da colheita de amostra do sangue venoso, misto, na artéria pulmonar.

c) Via do balão (vermelha): auxilia na migração do cateter pela flutuação dirigida pelo fluxo, permitindo o encunhamento do cateter e a medida da pressão capilar pulmonar, quando inflado em um ramo da artéria pulmonar,total de volume de 1,5 ml.

d) Termistor: consiste em dois finos fios isolados, estendendo-se pelo comprimento do cateter e terminando em um termistor embutido na parede do cateter, sendo situado na superfície do cateter 4 cm proximais à extremidade distal, que mede a temperatura sanguínea na artéria pulmonar, continuamente, sendo que, através da termodiluição, realiza as medidas hemodinâmicas com o uso de um computador, O cateter possui marcas que indicam a profundidade de inserção, onde as linhas negras finas indicam 10 cm e as linhas negras largas indicam 50 cm.

Atualmente, há disponíveis no mercado cateteres com módulos que permitem a medida contínua da oximetria venosa, central, fração de ejeção.

A introdução do cateter geralmente é feita através ddo seguinte procedimento:

- Punção da artéria com uma agulha;

- Introdução de condutor flexível na artéria, através da agulha;

- Retirada a agulha e Introdução do cateter sobre o condutor;

- Remoção do condutor e conexão do cateter ao sistema com transdutor ligado ao monitor, em qualquer veia usada para cateterismo venoso central.

Importante salientar que durante a inserção, à medida que o cateter segue pela aurícula direita, é necessário observar, via monitor, as curvas de pressão na Aurícula Direita.

Antes de passar a válvula tricúspide, o balão precisa ser insulflado, para evitar que a extremidade do cateter

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