LINHA DE BASE, TREINO AO BEBEDOURO, MODELAGEM, REFORÇO CONTÍNUO, EXTINSÃO E RECUPERAÇÃO ESPONTÃNEA DA RESPOSTA DE PRESSA À BARRA EM RATO ALBINO
Por: Evandro.2016 • 27/12/2017 • 4.429 Palavras (18 Páginas) • 782 Visualizações
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O organismo opera no ambiente, sua resposta é emitida devido às conseqüências do meio, esta ação intencional aumenta com freqüência, pois tem relação com a busca do prazer ou fuga do desprazer (Skinner, 1979).
APRENDIZAGEM X CONDICIONAMENTO CLÁSSICO – OPERANTE E RESPONDENTE
A aprendizagem permeia nossas vidas. Ela está envolvida não apenas no domínio de uma nova habilidade ou disciplina acadêmica, mas também no desenvolvimento emocional, na interação social e até mesmo no desenvolvimento da personalidade.
De acordo com a definição adotada no livro “Introdução à Psicologia de Hilgard”, pode-se definir aprendizagem como uma mudança relativamente permanente de comportamento que ocorre como resultado da prática; as mudanças de comportamento que se devem à maturação ou a condições temporárias do organismo (como fadiga ou estados induzidos por drogas) não estão incluídas. Tanto humanos quanto animais são capazes de aprender através da prática. Existem quatro tipos básicos de aprendizagem: habituação, condicionamento clássico, condicionamento operante e aprendizagem complexa. A habituação, tipo mais simples de aprendizagem consiste em aprender a ignorar um estímulo que se tornou familiar e não tem conseqüências sérias – por exemplo, aprender a ignorar o tique-taque de um novo relógio. O condicionamento clássico e o condicionamento operante envolvem ambos a formação de associações - ou seja, aprender que certos eventos ocorrem juntos. No condicionamento clássico, um organismo aprende que um evento segue um outro; por exemplo, um bebê aprende que a visão de um seio será seguida pelo gosto do leite. No condicionamento operante, um organismo aprende que uma resposta dada por ele será seguida de uma determinada conseqüência; por exemplo, uma criança pequena aprende que bater no irmão será seguido de desaprovação dos pais; a aprendizagem complexa envolve algo mais além da formação de associações – por exemplo, aplicar uma estratégia ao resolver um problema, ou construir um mapa mental de nosso ambiente. Também existem outros tipos de aprendizagem. Elas incluem a estampagem, a modelação e a imitação, além da aprendizagem vicária.
Grande parte dos primeiros trabalhos sobre aprendizagem, particularmente sobre condicionamento foi feito de uma perspectiva behaviorista. Os pesquisadores estudaram como organismos não humanos aprendem uma associação entre estímulos ou uma associação entre um estímulo e uma resposta. O foco era nos estímulos e respostas externas, o que se coaduna com a máxima behaviorista de que o comportamento é melhor compreendido em termos de causas externas do que de causas mentais. A abordagem behaviorista da aprendizagem também fez outras suposições fundamentais. Uma delas é a de que associações simples do tipo clássico e operante são os blocos de construção de toda aprendizagem. Assim, algo tão complexo quanto aprender uma língua é presumivelmente uma questão de aprender muitas associações (Staats, 1968). Outro pressuposto era o de que as mesmas leis básicas de aprendizagem operam independentemente do que estiver sendo aprendido – seja um rato aprendendo a percorrer um labirinto ou uma criança aprendendo a dividir números longos (Skinner, 1971;1938). Estas concepções levaram os behavioristas a concentrarem-se em como os comportamentos de organismos não-humanos, particularmente ratos e pombos, são influenciados por recompensas e punições em situações laboratoriais simples. Esses trabalhos revelaram uma série de descobertas e fenômenos que continuam formando a base de grande parte do que sabemos sobre aprendizagem associativa. Mas, as suposições behavioristas tiveram que ser modificadas à luz de trabalhos subseqüentes. A compreensão do condicionamento, para não mencionar a aprendizagem complexa, exige que consideremos o que o organismo sabe sobre as relações entre estímulos e resposta (mesmo quando o organismo é um rato ou pombo), deste modo introduzindo-se a perspectiva cognitiva. Somado a isso, atualmente parce que não há um conjunto de leis subjacentes à aprendizagem em todas as situações e por todos os organismos.
O condicionamento clássico é um processo de aprendizagem em que um estímulo anteriormente neutro torna-se associado a outro estímulo através da repetida união com aquele estímulo. O estudo do condicionamento clássico começou nos primeiros anos do século XX, quando Ivan Pavlov, um fisiologista russo que já havia ganho o prêmio Nobel por pesquisas em digestão, Pavlov percebeu que um cão começava a salivar pela mera visão de um prato de comida. Embora qualquer cão salive quando há alimento em sua boca, esse cão tinha aprendido a associar a visão do prato ao gosto da comida. Pavlov havia se deparado com um caso de aprendizagem associativa, e decidiu verificar se um cão poderia ser ensinado a associar comida a outras coisas, como uma luz ou um sinal sonoro.
No condicionamento operante, algumas respostas são aprendidas porque operam sobre ou afetam o ambiente. Isto é, um organismo não reage simplesmente aos estímulos, como no condicionamento clássico, mas também comporta-se de modos que visam produzir certas mudanças em seu ambiente. Sozinho no berço, um bebê pode chutar e retorcer-se e arrulhar espontaneamente. Quando se deixa um cão sozinho em uma sala, ele pode andar para cá e para lá, farejar, pegar uma bola, derrubá-la e brincar com ela. Nenhum desses organismos está respondendo a um estímulo externo específico. Eles estão operando em seu ambiente. Porém, quando o organismo realiza um certo comportamento a probabilidade de que a ação irá se repetir depende de suas conseqüências. O bebê irá arrulhar com mais freqüência se cada uma dessas ocorrências for seguida de atenção parental, e o cão irá pegar a bola com mais freqüência se essa ação for seguida de afagos ou presentes. Se considerarmos que o bebê tem por objetivo a atenção dos pais e o cão tem por objetivo a comida, o condicionamento operante consiste em aprender que um determinado comportamento leva à realização de uma determinada meta (Rescorla, 1987). O estudo do condicionamento operante começou na virada do século com uma série de experimentos realizados por E. L. Thorndike (1898). Thorndike, que foi grandemente influenciado pela teoria da evolução de Darwin, estava tentando demonstrar que a aprendizagem em animais é contínua, assim como a aprendizagem nos humanos. B. F. Skinner foi responsável por diversas mudanças em como os pesquisadores conceitualizam e estudam o condicionamento operante. Seu método de estudar o condicionamento operante é mais simples do que o de Thorndike – onde só há uma resposta envolvida, por exemplo
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