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ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO EM GESTANTES PORTADORAS DE DOENÇA FALCIFORME

Por:   •  13/7/2018  •  4.046 Palavras (17 Páginas)  •  420 Visualizações

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Figueiredo et al. (2014) afirma que:

No caso da anemia falciforme, para que o atendimento precoce ocorra, é preciso que as pessoas estejam informadas sobre a existência da doença e consigam identificá-la. Além da crescente difusão do aconselhamento genético, o governo federal empenhou-se também em políticas nacionais educativas e, nos anos 90, na formação de um grupo de trabalho para a elaboração do Programa Anemia Falciforme.

Durante a gestação as mulheres com anemia falciforme apresentam maiores taxas e complicações obstétricas, hematológicas e fetais em relação à população total. Porém este fato não contraindica a gestação. Porém o acesso precoce e o acompanhamento em serviços de pré-natal especializados podem minimizar a morbidade e a mortalidade materna e neonatal. 6

O presente trabalho tem como tema: A assistência do profissional de enfermagem em gestante com doença falciforme. Procurou-se responder a seguinte pergunta: como deve ser a atuação do enfermeiro em gestantes portadora de doença falciforme?

O trabalho se justifica pela importância de verificar o papel do profissional de enfermagem no acompanhamento de gestantes com doença falciforme para o diagnóstico precoce e proporcionar a grávida uma gestação adequada, buscando sanar todas as dúvidas e preparando a parturiente para o parto e para o acompanhamento adequado da criança.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

- Investigar a assistência do enfermeiro em gestantes portadoras de anemia falciforme.

2.2 Específicos

- Descrever as complicações as complicações clínicas relacionadas à doença falciforme durante a gestação;

- Demostrar a importância do diagnóstico precoce da anemia falciforme durante o pré-natal;

- Elucidar o papel e a assistência do enfermeiro em gestantes com anemia falciforme;

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3. Referencial Teórico

3.1 Doença Falciforme

No Brasil, nascem a cada ano cerca de 2.500 crianças portadoras de doença falciforme, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

A doença falciforme, também conhecida como anemia falciforme, é uma doença hereditária grave, que causa anemia crônica, crises de dores intensas e lesões irreversíveis em órgãos e tecidos. É predominante na população negra, com incidência que varia de 6% a 10%, enquanto no conjunto da população é de entre 2% e 6%, e pode ser diagnosticada precocemente por meio do teste do pezinho. (BRASIL, 2014)

A doença falciforme é uma mutação genética, predominante nos grupos afros e é hereditária. A classificação clínica depende do tipo de alteração presente na hemoglobina. Estudos revelam que os primeiros casos da doença falciforme foram registrados na África, por volta de 1670. Entretanto, só em 1910, Herrik, detectou as hemácias em forma de foice.

Segundo o Instituto Espaço de Vida, a anemia falciforme é uma “doença hematológica (do sangue) hereditária (genética) que causa destruição crônica das células vermelhas do sangue, episódios de intensa dor, susceptibilidade às infecções, lesões orgânicas e, em alguns casos, à morte precoce”. Há a presença de outros sintomas, dependendo da manifestação clínica da doença. 4

As manifestações clínicas que as pessoas com doença falciforme apresentam no decorrer da vida podem ser agudas ou crônicas e deve-se a dois fenômenos principais: o da oclusão vascular pelos glóbulos vermelhos seguida de infarto, e o da hemólise crônica. Esses eventos associados lesam progressivamente os diversos tecidos e órgãos, como pulmões, coração, ossos, rins, fígado, retina e pele. A destruição progressiva do baço leva à auto esplenectomia e é a responsável pela grande susceptibilidade aumentada a infecções em geral. A evolução da doença é caracterizada por uma série de crises precipitadas por febre, infecção, exercícios físicos, desidratação, exposição ao frio e tensão emocional. Estas crises podem ser do tipo vaso-oclusivas ou anêmicas. A crise dolorosa intensa e frequente é o quadro clinico mais comum e decorre da oclusão dos vasos pelas células falcizadas. 5

Devemos salientar que não há cura para a anemia falciforme, mas o paciente diagnosticado deve receber tratamento adequado, conforme observado por Braga (2007) a “rotina de manutenção da saúde do paciente com doença falciforme deve ser iniciada já nos dois primeiros meses de vida”. O diagnóstico precoce permite um tratamento adequado e acompanhamento da saúde do paciente ao longo da vida. 5

A estimativa é que há cerca 02 milhões de portadores do gene da Hb S no Brasil e que 25 a 50 mil pessoas tenham a forma homozigótica (Hb SS).

Em estudos realizados por Mesiano (2001), ele classificou os doentes com anemia falciforme em dois grupos patológicos. O primeiro, portador do traço falciforme, chamada de anemia falciforme heterozigótica, que o indivíduo recebe a hemoglobina AS. O segundo, anemia falciforme homozigótica, que o indivíduo herda de ambos os pais a hemoglobina S (SS).

No Brasil, por conta da miscigenação da população, há muita heterogeneidade genética. A doença falciforme é a doença mais comum, em razão dessa miscigenação, sendo mais corriqueira nos grupos afrodescendentes. Embora diagnosticada a mais de 100 anos, em 1910, a doença falciforme foi negligenciada durante muitos anos pela ciência e pelos sistemas de saúde, em razão de ser uma doença prevalente em negros. 4

As principais políticas públicas surgiram na década de 90, quando o governo instituiu o grupo de trabalho para elabora o Plano Nacional de Doença Falciforme, através da Portaria 951 do Ministério da Saúde. O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/1990, em seu Art. 10 prevê, também, entre outras obrigações:

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:

III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido,

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