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CONHECER A SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA E FAMILIAR DAS GESTANTES EM REGIME FECHADO NA CIDADE DE JUIZ DE FORA

Por:   •  16/11/2017  •  1.745 Palavras (7 Páginas)  •  472 Visualizações

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Ela lida diretamente com as presas

em relação às suas necessidades de estudo, trabalho, consultas médicas e suas

famílias. Existe também nessa diretoria, um trabalho multidisciplinar entre diretora,

enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e agentes penitenciários, que participam

de uma Comissão Técnica de Classificação, que consiste no primeiro atendimento à

presa recém-chegada. Nessa reunião, cada profissional faz um parecer técnico, para

organizar um relatório da presa.

Na unidade, os homens e mulheres encarcerados contam com uma escola,

hospital e algumas tem o direito de trabalhar, dependendo da pena, do

comportamento, e se veio transferida de outra penitenciária em que já trabalhava. A

Unidade em que realizamos a pesquisa têm parceria com as empresas Ebenézer,

Raquel Guimarães, Malhas Pinguim e Demlurb. Contam também com assistência

religiosa, realizada por 15 Igrejas Evangélicas e uma Católica, realizando encontros

com dia e horário marcados, pelos respectivos representantes das Igrejas.

Entrevistamos duas mulheres. Uma foi presa em Juiz de Fora, grávida de seis

meses. Logo foi transferida para Vespasiano-MG para o Centro de Referência à

Gestante, conhecido como Cadeia Rosa, devido ao tempo de gestação. Relata que

no primeiro momento ainda aqui em Juiz de Fora, quando começou a passar mal

(pois sua gravidez era de risco) não se sentiu bem tratada e reclamou do descaso

com sua dor. Quando foi transferida para Cadeia Rosa, conta que recebeu todo

apoio e sentiu que seus direitos foram todos contemplados. Elogiou o Centro de

Referência, pois lá ela podia se cuidar, fazia escova nos cabelos, pintava as unhas e

fazia sobrancelha. E foi lá que ela teve oportunidade de começar a trabalhar

fabricando cadeiras. Realizava consulta de rotina, ultrassons, exames clínicos, e

teve seu bebê com 41 semanas, reclamando que “forçaram” muito o parto normal,

sendo que havia pouca dilatação. Ficou durante um ano e dois meses com seu filho

e logo se separou dele, deixando-o com a mãe. Foi transferida novamente, para

Penitenciária em Juiz de Fora, pois era reincidente no Artigo 33 e Artigo 157 do

Código Penal, pegando 11 anos de reclusão, podendo diminuir pois trabalha lá

dentro para a empresa Malhas Pinguim. Com uma carga horária de 10 horas de

trabalho de segunda a sexta. Durante a conversa, percebemos que o que a presa

mais almejava era estudar, pois parou de estudar com 14 anos no quarto ano do

ensino fundamental e se reencontrar com seu filho que, segundo ela, nem à

reconhecia mais. Seu companheiro, pai da criança, está em liberdade e segunda

ela, oferece assistência ao filho e à avó materna que está com a guarda da criança.

Como foi transferida de volta para Juiz de fora há pouco tempo, recebeu apenas

uma visita de sua mãe que acompanhou seu bebê.

A segunda entrevistada ainda está grávida de dois meses. Possui um filho de

três anos e uma outra filha de 12 anos. Que estão com os avós maternos na cidade

de Governador Valadares. Foi presa em flagrante ao levar droga para seu marido

durante uma visita no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (CERESP)

em Juiz de Fora. O marido foi preso por porte ilegal de armas. Ela havia chegado na

Penitenciária há 12 dias, por isso não sabia dizer quanto tempo pegou de reclusão,

ainda aguardava julgamento. Mas nos contou que sua maior vontade era de rever

seus filhos, entrar para Igreja evangélica e voltar a estudar, visto que encerrou os

estudos no nono ano do ensino fundamental.

Conversamos também, com um enfermeiro que nos relatou como funcionavam

os procedimentos em relação às gestantes. Segundo ele, mesmo que fosse evidente

a gravidez da presa, é realizado uma série de exames, para saber a real existência

de gravidez e também se existe alguma doença sexualmente transmissível. Muitas

procuram o setor de enfermagem dizendo que estão grávidas, segundo o

profissional, no intuito de receber alguns “privilégios”. A presa que realiza o Beta

HCG (exame de gravidez) e o resultado é negativo, vai para o próximo passo que é

tomar o anticoncepcional injetável, aplicado pela equipe de enfermagem

Tivemos uma breve oportunidade de conversas também com as Assistentes

Sociais da Penitenciária, que são quatro. Sendo três concursadas e uma contratada.

Segundo

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