A SUBJETIVIDADES DO PACIENTE COMATOSO
Por: YdecRupolo • 21/6/2018 • 3.134 Palavras (13 Páginas) • 483 Visualizações
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O coma é um processo complexo e pode deixar profundas marcas em quem o vivenciou, e muitas destas marcas não estão ligadas ao coma em si, mas nas experiências de ser des/cuidado durante este processo. Sabe- se que durante este estado clinico a percepção desses pacientes pode ser muito questionado, pois ao que parece o ultimo sentido que se perde é audição, sendo esta teoria sustentada através de relatos de pacientes que retornaram deste estado. Pacientes parecem sofrer de outros problemas resultados da comunicação insuficiente, da falta de empatia entre paciente e equipe, alteração no sono (PUGGINA, 2005). Portanto, assistir ao paciente em seu estado comatoso, toca-lo durante uma técnica; sentir suas falas corporais; vê-lo exteriorizar respostas não verbais durante o cuidado de enfermagem; sentir a melhora do quadro através de suas expressões não verbais, é indispensável para garantir um cuidar holístico (AZEVEDO, 2010). É crucial o empenho do profissional, pois, o cuidar integral de um paciente comatoso é uma tarefa exigente, principalmente com a compreensão do profissional na fisiologia da doença.
É primordial partir do profissional uma compreensão mais ampla sobre o que é a consciência humana e sobre o papel relevante da mente nos processos de reequilíbrio vital do corpo que contribuem não só para minimizar a ansiedade como para expandir as intervenções para além do cuidado físico e do controle técnico dos monitores, buscando atingir as demais dimensões humanas, identificando-as tanto quanto possível. A equipe de enfermagem é formada por indivíduos com emoções, dilemas, crenças, culturas, desejos e carências, o paciente também é um indivíduo com as mesmas necessidades, assim sendo, como garantir um atendimento holístico frente as subjetividades do coma?
- OBJETIVO
Analisar os estudos publicados que abordem a atuação da enfermagem nas subjetividades do paciente comatoso.
- JUSTIFICATIVA
Esse estudo justifica-se no fato da necessidade de discussão a respeito de um cuidar totalizante, com foco não só no corpo imóvel, mas também na psiquê.
Abordar o tema subjetividade humana, é tentar entender e explicar a importância da mente mediante a patologia e incentivar uma interação do profissional para com o paciente.
O profissional de saúde tem seu conjunto de habilidade direcionado ao cuidar biológico, na determinação de um diagnóstico, numa intervenção imediata e continua para um bom prognóstico, tratamento voltado ao corpo, esquecendo-se que ali tem um ser. Existe a necessidade de incentivar o cuidador aplicar o cuidado totalizador, afinal, não só o corpo perece, mentes também adoecem.
- CONTEXTUALIZAÇÃO
Nesta capitulo, aborda-se-á o entendimento do que se trata o coma, do seu desenvolvimento enquanto patologia e apresenta-se-á atuação da enfermagem diante das subjetividades do paciente comatoso.
- COMA
O coma pode ser definido como a ausência de qualquer reação psicologicamente compreensível a estímulos externos ou necessidades internas. É um estado de profundo comprometimento da mais complexa função neural: a consciência. Mas para entender e avaliar o coma, é necessário antes que saibamos o nível de consciência do indivíduo, que são divididas em cinco características fundamentais: JULGAMENTO, onde o indivíduo deve ter capacidade de julgar uma situação; AFETO, onde deve mostrar-se triste ou feliz nas situações especificas, modulando a maneira normal; MEMÓRIA, que pode ser imediata, recente ou remota; INTELIGÊNCIA, onde deve ser capaz de realizar quatro operações fundamentais; ORIENTAÇÃO, o indivíduo deve se situar no tempo e no espaço (SOBRE VIDA, v.3).
Segundo SOBRE VIDA, tendo esse conhecimento básico, podemos caracterizar o nível de consciência de uma pessoa, que se divide em quatro estágios principais: SONOLÊNTO: Com pequenos estímulos a pessoa acorda, e, se perguntado passa pelos testes; OBNULADO / TORPOROSO: Encontra-se sonolento como no anterior, porém sonolência mais profunda, necessita de estímulos mais fortes para acordar, não responde bem aos testes, encontra-se irritado e incoerente; COMATOSO: Não acorda, nem responde aos estímulos.
O coma pode ser devido a várias causas, desde lesões que acometam estruturas entre a região mesencefálica e o diencéfalo (Tálamo e Hipotálamo) de forma difusa ou multifocal, pode levar a alteração máxima no nível de consciência- o coma. Entre as alterações sistêmicas e não estruturais, simétricas estruturais e assimétricas estruturais podem incluir: Traumatismo craneano, ocorrendo comoção, contusão ou hematoma cerebral; Infecções do sistema nervoso central, nos casos de meningoencefalites e tromboflebites cerebrais; Hipertensão intracraniana, numa fase final grave; Nos acidentes vasculares encefálicos, ou seja, nas hemorragias cerebrais, que determinam um coma profundo; Nas epilepsias, quando a pessoa passa a entrar em estado de mal convulsivo, sem recuperar consciência entre as crises; Uremia, nos casos de insuficiência renal crônica ou aguda, onde a pessoa acumula substâncias tóxicas no organismo; Coma tóxicos, por inalação de monóxido de carbono, ingestão abusiva de bebidas alcoólicas( coma etílico) ou ingestão excessiva de medicamentos, como por exemplo barbitúricos ou tranquilizantes; Diabetes, quando existe uma alteração acentuada na taxa de glicose no sangue tanto para mais quanto para menos, hiper ou hipoglicemia(SOBRE VIDA, v.3).
O exame clínico geral deve buscar indícios de condições sistêmicas que levam a alterações de nível de consciência. Deve- se obter os sinais vitais, pressão arterial, pulso, temperatura, glicemia capilar, exames do sistema cardo vascular, pulmonar, gastrointestinal, pele, renal e outros sistemas que podem fornecer dados importantes, quanto a etiologia do coma. Entre os dados coletados no exame neurológico os mais importantes para localização e prognostico são: (1) nível de consciência; (2) padrão respiratório; (3) tamanho da resposta pupilar a luz; (4) motricidade ocular espontânea ou reflexa; (5) resposta motora esquelética.
A escala de coma de Glasgow é uma escala utilizada para avaliar nível de consciência de pacientes. Consiste em uma tabela de escore que varia de 3 à 15, contando de 1-4 para abertura ocular; 1-5 para padrões na resposta verbal e 1-6 para padrões na resposta motora, sendo todos os seus parâmetros padronizados (ANDRADE, 2007).
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