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TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE: QUEBRANDO PARADIGMAS NA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

Por:   •  3/10/2018  •  3.384 Palavras (14 Páginas)  •  309 Visualizações

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- Respostas Agudas ao HIIT: Foram encontrados sete artigos com características de ensaio clínico que examinarem as respostas agudas ao HIIT em indivíduos com doença cardiovascular, bem como a segurança de sua aplicação. Sabe-se que o aumento do nível de aptidão cardiorrespiratória correlaciona-se inversamente ao alto risco de morbidade e mortalidade cardiovascular, e que a intensidade do exercício apresenta um maior efeito cardioprotetor crônico em comparação ao volume do exercício, no entanto, de forma aguda parece que o exercício agudo com intensidade elevada apresenta maior probabilidade de morte súbita e infarto agudo do miocárdio (Schnohr e colaboradores, 2012; Swain e Franklin, 2006). Dentro deste contexto, pesquisadores passaram então a verificar a potencial segurança do HIIT, que devido a suas características metodológicas de utilização de curtos períodos de alta intensidade intercalados com períodos de recuperação em baixa intensidade poderia evitar o desenvolvimento de eventos súbitos cardiovasculares.

Os autores concluíram que considerando os potenciais benefícios que o exercício em alta intensidade proporciona para a capacidade funcional, o HIIT é uma alternativa segura e com um importante efeito cardioprotetor (Rognmo e colaboradores,

2012).

Através do monitoramento dos sinais vitais, todos os estudos avaliados, demonstraram que o protocolo HITT promove a segurança à saúde dos indivíduos como o estudo de Meyer e colaboradores (2012), onde foi realizado o teste de VO2Pico, foi aferido continuamente a frequência cardíaca, a pressão arterial braquial a cada 2 minutos e classificação de percepção esforço utilizando a escala de Borg, o sinal do eletrocardiograma era mensurado durante repouso. Neste estudo foram aplicados quatro protocolos diferenciados de exercício intervalado em 20 indivíduos com Insuficiência Cardíaca Crônica utilizando o cicloergômetro para os testes e para os treinos. Foi observado como resultado que o protocolo com intervalos de recuperação passiva foi mais bem aceito pelos pacientes, a frequência cardíaca de pico foi menor, maior contratilidade do ventrículo esquerdo e alta porcentagem do VO2pico, sendo melhor para pacientes com insuficiência cardíaca crônica. É necessário monitorar continuamente um indivíduo com insuficiência cardíaca crônica, bem como saber a especificação diagnóstica de cada caso, para controlar os sinais e sintomas, principalmente durante e após o exercício (Anguita e colaboradores, 2012). Os achados de Meyer e colaboradores (2012) foram semelhantes ao estudo de Giurad e colaboradores (2010), onde também foram avaliados 4 protocolos de treinamento intervalado, incluindo 20 indivíduos com doença coronariana estável, onde os treinos de exercício com repouso passivo apresentaram-se benéficos nos aspectos fisiológico e psicológico dos participantes. De acordo com Ghoreishi e colaboradores (2013), o exercício físico em indivíduos com diagnóstico de doença cardíaca ajuda a promover o bem-estar e qualidade de vida, bem como auxilia o aspecto psicológico para o tratamento da doença.

- Respostas crônicas ao HIIT: Foram analisados dez estudos que comparavam as respostas crônicas ao HIIT e o EMC em programas de reabilitação cardíaca. Constatou-se que exercícios intervalados são mais eficazes neste processo e que não trazem riscos aos pacientes. Ao todo, 618 indivíduos de ambos os sexos participaram dos 10 estudos analisados, sendo que o tempo de duração variou de 8 a 24 semanas com uma frequência de no mínimo duas sessões por semana. Protocolos de treinamento apresentaram como característica em comum a alternância de períodos de alta intensidade (acima de 80%VO2 Máx) com durações variadas, entre 30 segundos a quatro minutos, intercalados por períodos de recuperações em baixa intensidade. É importante destacar que os estudos apresentaram um período de intervenção relativamente curto, sendo que apenas o estudo de Nilsson, Westheim e Risberg (2008) realizou um seguimento de 12 meses pós intervenção para verificar a eficiência da reabilitação cardíaca. Assim apesar dos estudos apresentarem adaptações semelhantes e positivas na utilização do HIIT em comparação ao EMC, os efeitos à longo prazo ou até mesmo um maior período de intervenção seguem inconclusivos.

Ao utilizar o HIIT como protocolo de exercício físico em um programa de reabilitação cardíaca, um curto período de tempo parece ser suficiente para aumentar a capacidade funcional de indivíduos com ICC. E um estudo com 26 indivíduos (13 homens e 13 mulheres) aplicou o protocolo de HIIT por 8 semanas, sendo constatado melhora no limiar ventilatório, VO2 máx e em âmbitos de qualidade de vida como ansiedade e depressão (Freyssin e colaboradores, 2012). Os benefícios do HIIT em programas de reabilitação cardíaca de indivíduos com ICC parecem superar apenas o âmbito da capacidade funcional e qualidade de vida, uma vez que 12 semanas foi o suficiente para verificarem-se melhoras também na função endotelial e na diminuição do remodelamento cardíaco (Wisloff e colaboradores, 2007).

Curiosamente, os protocolos empregados nestes três estudos são distintos, sendo que Freyssin e colaboradores (2012) e Nilson e colaboradores (2008) utilizaram estímulos curtos de até 30 segundos supramáximos e Wisloff e colaboradores (2007) utilizou uma metodologia com maior período de estímulo conhecida como 4x4 onde são utilizados 4 estímulos de quatro minutos em intensidades de 90-95%FCPico intercalados por 3 minutos de recuperação em baixa intensidade, porém com adaptações cardiopulmonares muito semelhantes. O estudo de Ciolac e colaboradores (2011), feito com 44 mulheres com hipertensão sistêmica comparando protocolos de HIIT e EMC em uma frequência de 3 sessões semanais com duração de 16 semanas, demonstrou que o treinamento intervalado supervisionado aumentou os valores de VO2pico em ambos protocolos em relação aos valores basais, porém com aumento significativo no HIIT em comparação ao EMC. No mesmo sentido, outro estudo analisou efeitos do HIIT nos valores pressóricos e perfil lipídico em 245 homens com hipertensão moderada a partir de uma intervenção de 8 semanas. Verificou-se redução significativa nos níveis pressóricos e nos valores de colesterol total e de lipoproteína de alta densidade (HDL), assim como a redução do índice aterogênico, concluindo-se que o HIIT pode ser uma alternativa não farmacológica no tratamento da hipertensão sistêmica (Lamina e Okoye, 2012). Mohold e colaboradores (2011), comparou benefícios do HITT e do EMC em 89 indivíduos (74 homens e 15 mulheres) pós infarto do miocárdio (pós IM) durante 12 semanas em que o grupo

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