História da evolução tática do Futebol Brasileiro

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Em 1998 o Brasil teria novamente Zagallo como técnico e o sistema aplicado mais uma vez seria o 4-4-2, mas com um volante defensivo e um volante ofensivo (denominado número 1), o qual se tornaria o terceiro atacante penetrando pelo meio ou pelas laterais. Chamamos hoje de 4-4-2 em diamante. Nesta variação o volante defensivo cobre a saída de um dos laterais, o meia oposto fecha para cobrir o espaço deixado pelo volante defensivo e o lateral oposto fecha para cobrir o espaço deixado pelo meia.

O Brasil passaria por uma grande mudança tática na Copa do Mundo de 2002, realizado na Coréia do Sul e Japão. O Brasil enfrentava uma de suas maiores crises de confiança e credibilidade por parte dos atletas, torcedores, imprensa e dirigentes. Pela primeira vez a classificação para um Mundial estava em risco. O sistema 4-4-2 era facilmente neutralizado, pois a aplicação do 3-5-2 por parte das equipes Sul Americanas controlava a passagem dos laterais ao ataque e impedia o espaço de criação dos atacantes, além do risco que se tinha de bolas nas costas dos laterais. Precisávamos de um técnico com um sistema que pudesse inverter este quadro.

Luis Felipe Scolari foi o técnico escolhido e optou em também aplicar o mesmo sistema 3-5-2 e suas variantes. Estava preocupado com o constante lançamento de bolas longas nas costas dos laterais. Optando por três zagueiros, ele corrigiria este problema e daria mais liberdade para que os laterais atacassem.

Com dois volantes defensivos – Kleberson e Gilberto Silva, ele estabilizou o meio de campo, dando a um dos dois a liberdade de atacar pelo meio ou pela lateral. Ronaldinho Gaúcho atuou como volante ofensivo ligando o meio de campo ao ataque, vindo de trás com velocidade, ou alternando funções com Rivaldo, o qual recuava para buscar jogo e Ronaldinho Gaúcho penetrava no espaço criado por Rivaldo como o segundo atacante.

Ronaldo se movimentaria caindo pelas laterais, para facilitar o recebimento da bola, girando e penetrando em velocidade. Foi realmente uma variação tática muito efetiva e segura. O Brasil se tornava o único país do Mundo a vencer cinco copas mundiais e mais uma vez com uma nova aplicação tática e muitas variações de esquemas táticos.

A importância que está por trás do sistema, é a filosofia de jogo. Muitos países jogam baseados na filosofia da posse da bola (passes curtos com variações de esquemas e estratégias) ou optam por passes longos e a utilização da velocidade física de seus atacantes (futebol direto), sempre procurando pelo momento certo para um passe no espaço e uma rápida penetração. Nós acreditamos que se podem unir as duas filosofias, sendo que o futebol direto passa a ser mais uma opção de esquema tático e não uma filosofia.

Os jogadores devem aprender como jogar sem a bola para ficarem disponíveis para recebê-la sem pressão, tomando decisões rápidas e surpreendendo a defesa.

O sistema tático básico atual brasileiro – Mundial 2006 (4-4-2 em diamante) e suas variações com o volante defensivo jogando como um 5º zagueiro (saindo para o ataque com pouca freqüência) e o volante ofensivo se tornando o elo de ligação entre o meio de campo e atuando com um terceiro.

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