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RACISMO NO FUTEBOL BRASILEIRO

Por:   •  21/2/2018  •  5.883 Palavras (24 Páginas)  •  304 Visualizações

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se conhecedores de reais informações e fatos, através ads aquisições de crelevantes conhecimentos, que nos beneficiará com o capital cultural e,ao mesmo tempo, com o crescimento pessoas e acadêmico, com mais ansidade para permanecer saciando a sede na infindável fonte de pesquisa, a qual é a nossa própria história. Todavia, para melhor compreensão dessa temáticaé preciso manter o meio campo funcionando, criando e cultivando espaços para o debate e o diálogo, sabendo que há anti racismo e propostas interessantes de luta a desigualdades em ambos os lados da linha de frente que hoje opõe, por exemplo, os defensores ou opositores de medidas como as, assim, ditas cotas ou do projeto de Estatuto da Igualdade Racial.

Sabe-se que, também os desafios de tipo ético e político tendem a aumentar ao longo de um processo que leva a antropologia. Perpassa-se que, além dos mais e mais próxima de nosso cotidiano e de nossas escolhas pessoais, hoje como dizia Clifford Geertz: “ Somos todos nativos”. Esse relevante debate quer mostrar como é interessante dessa abertura para um trânsito mais intenso, assim como, o reconhecimento de um intercâmbio entre as idéias e as imagens representadas na mídia e na opinião pública. Portanto, essa abordagem quer também mostrar como esta nova complexidade cria novos espaços para os estudiosos que aceitam o desafio de pesquisar um contexto tenso onde a garantia é a nossa intenção apontar pelo fato da pesquisa e da análise em torno dos processos de racialização, assim como, de produção de identidades de cunho étnico-racial mostra como esses fenômenos levantam questões centrais para as ciências sociais do novo milênio.

Argumenta-se que a produção de diferença e a identidade em um contexto caracterizado por uma crescente homogeneização cultural, ou, pelo menos, pelo aumento e uniformização do conjunto de símbolos por meios dos quais se pode construir uma identidade e, ao mesmo tempo, uma diferença, a qual poderá ser a construção de identidades que convivem e se retroalimentam de outras, o trânsito intenso entre o olhar analítico e o popular, com a intermediação da mídia, os processos de naturalização e, às vezes, a biologização das diferenças. Esse trabalho está estruturado da seguinte forma: Parte I: Introdução. Parte II: Histórico do Racismo. Pós-abolição. Gilberto Freyre. Florestan Fernandes e Abdias Nascimento. Racismo na Sociedade. Razões e Manifestações do Racismo no Futebol e considerações finais.

2 BREVE HISTÓRICO DO RACISMO NO BRASIL

Simboliza-se que as desigualdades acumuladas na experiência social da população negra3, nos processos de escolarização têm sido denunciadas há muitos anos pelo movimento social negro, por estudiosos das relações raciais, e, mais recentemente, também pelas análises no âmbito de órgãos governamentais no Brasil. São justamente as desigualdades graves e múltiplas, afetando a capacidade de inserção da população negra na sociedade brasileira em diferentes áreas e comprometendo o projeto de construção de um país democrático e com oportunidades para todos. Aponta-se que os dados indicam que o racismo é estruturante das desigualdades a que está submetida à população negra, pois, incide sobre ela e determina as suas condições sociais por gerações.

Como elemento de estratificação social, o racismo se materializou na cultura, no comportamento e nos valores dos indivíduos e das organizações sociais na sociedade brasileira, perpetuando uma estrutura desigual de oportunidades sociais para os negros. Desse modo, que essa análise histórica vai mostrar que, para os escravizados, a instrução vai deixar de se constituir em ameaça para ser uma necessidade no processo de abolição do trabalho escravo, mais especificamente, quando se iniciam as discussões relativas à libertação do ventre. Das condições de vida dos negros.

Consideremos inicialmente certa divisão acadêmica do trabalho que se consolidou nesse campo. Se, notadamente com o Ciclo da UNESCO e o convênio Columbia/Estado da Bahia, nos anos 1950, a sociologia dedicou-se a flagrar com recursos metodológicos específicos, como o uso de estatísticas e dados agregados, padrões impessoais de desigualdade, que se descreveriam como de base racial, a antropologia, caudatária da tradição dos estudos afro-brasileiros, dedicou-se, nos anos heróicos de formação da disciplina, e a até bem pouco tempo atrás, a documentação de aspectos culturais – ou seja, estruturas simbólicas performadas, justamente daquilo que se instituiu canonicamente como Cultura Negra nos anos 1930 (MAIO, 1999; PINHO, 2007a).

Nesse sentido, os trabalhos de Edson Carneiro e Arthur Ramos, assim como a “Escola Pernambucana”, auspiciada por Gilberto Freyre delinearam com clareza o corpus temático que marcou a esfera ampliada de interesses sobre o “negro” e que, na verdade o constituiu como um problema antropológico. Tal dualidade tem, entretanto, raízes mais profundas. De um lado, os estudos médicos-criminalísticos de inspiração racialista lombrosiana, epitomizados por Raimundo Nina Rodrigues, e que incorporaram o negro como o “Problema Negro” foi o lastro sobre o qual Freyre e Ramos reagiram, para sustentar o negro como um problema antropológico.

Em Freyre, com maior brilho, o problema negro, como problema nacional, tornou-se a feliz solução final do mestiço. Em Ramos, a constrangedora noção de raça transmutou-se na versão assimilacionista de cultura Freyre (1995) & Ramos (1935, 1988). Por outro lado, os estudos de Pierson nos anos de 1930 na Bahia, trouxeram a perspectiva sociológica, que se desenhava na Escola de Chicago, como as preocupações sobre a integração de “diferentes” na vida urbana e a utilização de dados agregados.

As inúmeras tabelas que Pierson apresenta, sobre as diferenças na ocupação entre negros e brancos na Bahia, não foram capazes, entretanto, de convencê-lo da prevalência estrutural de desigualdades erigidas em bases raciais. Seria preciso esperar que Florestan Fernandes, e outros pesquisadores, muitos dos quais estrangeiros, engajados no Projeto UNESCO, fizessem uso de dados agregados para denunciar, 60 anos após a abolição da escravatura, a persistência da desigualdade racial no Brasil.

De modo muito esquemático poderíamos dizer, assim, que tudo se passa como se os antropólogos pela lente da observação participante, só enxergassem aquilo que acabou definindo a “diferença” dos negros, a Cultura Negra. E os sociólogos, pela janela das tabelas estatísticas, privilegiassem a conexão entre a auto-definição racial e o lugar (desigual) na estrutura social. Esse seria, digamos assim,

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