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Educação física para a saúde

Por:   •  7/6/2018  •  4.205 Palavras (17 Páginas)  •  324 Visualizações

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A escola trabalha com um quadro de horários com todas as atividades pedagógicas disponíveis para os alunos, convocam reuniões, os professores recebem os planejamentos, os conteúdos são separados por grupos e disciplinas para serem aplicados durante o ano. Nesse contexto, a avaliação na escola é entendida como parte do processo de ensinar, aprender, educar e cuidar. Tendo o caráter formativo, dimensionando o planejamento do professor e, consequentemente sua prática.

A regência foi realizada com as turmas do 8º e 9º Ano, em média 30 alunos em cada turma, entre os dias 15/09 até o dia 28/09/2016, onde as aulas foram registas com a ajuda do professor da instituição.

A Educação Física esteve influenciada por uma série de instituições durante a sua história. Podemos citar a influência histórica das instituições militar, médica e desportiva. Dentre elas, buscarei enfatizar a influência que a medicina exerceu sobre a Educação Física. Para tanto, abordarei a relação histórica da Educação Física com a saúde, a qual se dá pela via da aptidão física e baseia-se nos benefícios orgânicos do exercício para a saúde.

2. EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE: UMA RELAÇÃO HISTORICA

Ao longo dos anos, a Educação Física aparece relacionada à ideia de saúde. Para Paulo Ghiraldelli Júnior (1992), a Educação Física, em todas as suas tendências, é encarada como atividade capaz de assegurar a aquisição e a manutenção do status de saúde individual. João Paulo S. Medina (1992) parece concordar com essa afirmação quando, classificando a Educação Física em três concepções (Convencional, Modernizadora e Revolucionária), mostra-nos que as duas primeiras dão prioridade ao aspecto biológico, enfatizando o desenvolvimento da aptidão física e da saúde dos indivíduos, ignorando os aspectos sociais que podem influenciar nessas situações.

Stephen Goodwin (1993) afirma que a saúde e a Educação Física, apesar de campos distintos, relacionam-se em muitos caminhos. A própria comunidade médica reconhece o valor preventivo dos exercícios. Em breve histórico, o autor ressalta a importância que os programas de exercícios físicos para a saúde tiveram na época da I e II Guerras Mundiais, na década de 60 e 70 no sistema escolar, e a partir da década de 80.

Alfredo Gomes de Faria Júnior (1991b) reforça esse argumento quando aponta para a relação histórica da Educação Física com a saúde no seu discurso oficial - "a Educação Física nos segundo e terceiro graus deve ter como um de seus objetivos a conservação da saúde" - (Brasil. Decreto 69450/71); no científico (Faria Júnior et al., 1989) e no profissional (Barbanti, 1983; Corbin, Fox, 1986).

Alguns autores apontam que a compreensão da relação entre a Educação Física e a saúde nos remete, obrigatoriamente, à discussão dos conteúdos da Educação Física. Adroaldo Gaya (1989) entende que, na busca de um corpo teórico, a Educação Física agrega-se a outros sistemas (como a saúde), passando a parasitar corpos de conhecimento já estruturados, transformando-se em um subsistema, que não define o seu papel social. O autor ainda aponta a necessidade de a Educação Física reconhecer a sua totalidade, não ocorrendo o separatismo entre as ciências humanas e biológicas que constituem o seu corpus teórico. Ele encerra contestando a prática pedagógica do professor de Educação Física, que contradiz os pressupostos de promoção da saúde e de educação ao supervalorizar os bens dotados fisicamente em detrimento dos menos habilidosos; ao preocupar-se com a vitória independentemente dos meios de alcançá-la; ao desconsiderar as individualidades, as vivências e as expectativas dos alunos e ao hipertrofiar sinergias musculares com o intuito de proporcionar maior rendimento.

Aguinaldo Gonçalves (1989) parece concordar com a crise de identidade pela qual passa a Educação Física quando afirma que:

...historiografias e periodizações sucessivas já revelaram à sociedade as diferentes fases às quais nossa área se submeteu, redutíveis às hegemonias médica, pedagógica e militar, i.e., às diferentes denominações higienistas, respectivamente, a individual, a escolar e a social. (...) a via final do processo vem desembocando na já respectivamente crise de identidade da área (p.17).

3. IMPLICAÇÕES DE UMA POSSÍVEL RELAÇÃO

Identifica-se que a relação entre a Educação Física e a saúde consubstancia-se frequentemente via aptidão física (Corbin, Fox, 1986; Farinatti, 1994; Bõhme, 1993; Stueck, Steinhardt, 1988; Corbin, Fox, 1988; Nahas et ai., 1992, Nahas, 1989; Riddoch, Boreham, 1995; Corbin, Pangrazzi, 1993; Mc'Sweigin, Pemberton, 1993, Armstrong et al., 1990, Barbanti, op. cit.).

Essa relação pode ser observada, por exemplo, nos objetivos nacionais do Programa de Promoção da Saúde e Prevenção das doenças dos Estados Unidos. Nos objetivos do Healthy People 2000 (V. S. Public Health Service, 1991 apud McSwegin, Pemberton, op.cit.), a prática de exercícios, a melhoria da aptidão física e a participação diária nas aulas de Educação Física, no mínimo por 50 minutos, aparecem como formas de aumentar a quantidade e a qualidade de vida da população.

Maria Tereza S. Böhme (op.cit.), em ampla revisão de literatura, aborda os aspectos históricos e etmológicos da aptidão física, assim como suas diferentes conceituações e componentes. Para a autora, a aptidão física é demonstrada pela condição de o indivíduo apresentar desempenho satisfatório nas suas atividades físicas diárias e de prorrogar o aparecimento precoce do cansaço durante a realização dessas atividades. O treinamento adequado da aptidão proporciona benefícios para a saúde prevenindo o aparecimento de hipocinesias.

Segundo Charles B. Corbin e Kenneth R. Fox (1986), os componentes da aptidão física estão relacionados a habilidades e à saúde. A aptidão relacionada a habilidades compreende qualidades como coordenação, equilíbrio, velocidade, tempo de reação e agilidade que, uma vez aprendidas, tornam-se permanentes, uma vez que são altamente determinadas por fatores genéticos. A aptidão relacionada à saúde compreende qualidades como resistência cardiorrespiratória, força, composição corporal, flexibilidade e resistência muscular, que só podem ser mantidas através de hábitos de vida saudáveis, embora também sofram determinações genéticas (Faria Júnior, 1991a; Mc'Swegin, Pemberton, op.cit.; Nahas et ai., op.cit.).

De fato, a ênfase da Educação Física

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