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Desafio profissional anhanguera

Por:   •  16/2/2018  •  1.549 Palavras (7 Páginas)  •  359 Visualizações

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As capacidades perceptivo-motoras desenvolvem-se rapidamente, mas com frequência há confusão em relação à sensação do corpo, ao senso de direção, de tempo e de espaço. Supõe-se que, nos primeiros anos da infância, os padrões de atividade física das crianças podem orientar o desenvolvimento da competência nas habilidades motoras.

Nessa fase, modalidades esportivas podem exigir um nível de habilidade motora superior ao que as crianças possuem, de modo que o profissional de educação física pode utilizar jogos e brincadeiras, que são fundamentais para o desenvolvimento de tais habilidades. Por meio da brincadeira, a criança mais nova desenvolve uma série de capacidades de locomoção, manipulação e estabilidade fundamentais.

O saltito, por exemplo, é parte integral de jogos e brincadeiras infantis, como amarelinha e danças folclóricas. Entretanto, os elementos do saltitar também são encontrados em habilidades esportivas, como basquetebol e salto triplo, de modo que é importante que as crianças aprendam a saltitar.

A escola, enquanto meio educacional, deve oferecer a oportunidade de uma boa prática motora, pois ela é essencial e determinante no processo de desenvolvimento geral da criança, já que muitas vezes, é o espaço onde, pela primeira vez, as crianças vivem a situações de grupo e não são mais os centros das atenções, sendo que as experiências (cognitivas, afetivas e motoras) vividas nesta fase darão base para um desenvolvimento saudável durante o resto de sua vida (GALLAHUE; OZMUN, 2005; GALLAHUE; DONNELLY, 2008). No entanto, jogos e brincadeiras podem ser desenvolvidos em espaços públicos e ao ar livre como praças, bosques, playgrounds, dentre outros, não estando restritos ao âmbito escolar.

Betti traz em sua obra o conceito de cultura corporal de movimento, que é aquela parcela da cultura geral que abrange as formas culturais que se vêm historicamente produzindo, nos planos material e simbólico, mediante o exercício da motricidade humana.

Nesse sentido, a Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, tornando- o capaz de que produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, de maneira que este possa usufruir desta cultura corporal do movimento em benefício da qualidade da vida. Segundo BETTI (1992, 1994a), a integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal de movimento há de ser plena – é afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer, é a integração de sua personalidade.

Na perspectiva de Betti (1992), a educação física é entendida como um sistema hierárquico aberto, pois sofre influências da sociedade ao mesmo tempo em que a influencia. Segundo o autor, a função da educação física é integrar e introduzir o aluno no mundo da cultura física, formando o cidadão que vai usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física (jogo, esporte, dança, ginástica...).

O autor destaca ainda que, para isso, não basta aprender habilidades motoras e desenvolver capacidades físicas, aprendizagem esta necessária, mas não suficiente. Se o aluno aprende os fundamentos técnicos e táticos de um esporte coletivo, precisa também aprender a organizar-se socialmente para praticá-lo, precisa compreender as regras como um elemento que torna o jogo possível (portanto é preciso também que aprenda a interpretar e aplicar as regras por si próprio), aprender a respeitar o adversário como um companheiro e não um inimigo, pois sem ele não há competição esportiva.

Para desenvolver tais atributos, o profissional de Educação Física pode utilizar-se de reportagens impressas e audiovisuais para preparar o aluno para uma apreciação estética e técnica, fornecer as informações políticas, históricas e sociais para que ele possa analisar criticamente a violência, o doping, os interesses políticos e econômicos no esporte, fugindo de uma perspectiva meramente esportiva. Vale ressaltar que estas atividades podem ser realizadas em espaços diferenciados como bibliotecas, sala de informática, auditório, dentre outros, fugindo da quadra esportiva.

Betti (1992) enfatiza que é preciso preparar o cidadão que vai aderir aos programas de ginástica aeróbica, musculação, natação, etc., em instituições públicas e privadas, para que possa avaliar a qualidade do que é oferecido e identificar as práticas que melhor promovam sua saúde e bem-estar. É preciso preparar o leitor/espectador para analisar criticamente as informações que recebe dos meios de comunicação sobre a cultura corporal de movimento.

CONCLUSÃO

O objetivo geral deste desafio foi fazer um paralelo entre duas abordagens distintas da Educação Física e de que modo o profissional pode se apropriar destas abordagens para propiciar ao aluno a aquisição de conhecimento aliado ao desenvolvimento motor. Em Gallahue/Ozmun notou-se uma proposta desenvolvimentista baseada numa sequência cronológica baseada nas especificidades de cada fase do desenvolvimento motor. Em Betti, percebe-se uma abordagem mais sociológica, trazendo aspectos mais amplos para a Educação Física e não apenas a perspectiva esportiva

Na Educação Física Escolar, mediante a organização temporal disponível para que o professor articule sua aula aos seus deveres burocráticos e às possíveis variáveis que podem ocorrer, torna difícil o alcance desejado de atingir níveis elevados de aptidão física.

Acredita-se que a função da Educação Física seja a de oferecer aos alunos todas as possibilidades de conhecimento e de vivências corporais quanto forem possíveis. Os alunos devem ser conscientizados quanto aos seus limites corporais, para que possam dar continuidade à prática da atividade física que lhe convier para além dos muros da escola, em seu meio de convivência social, assim como as demais disciplinas escolares o fazem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BETTI, M. Educação física escolar: ensino e pesquisa-ação. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009 (Coleção Educação Física 017).

________. Ensino de

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