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RESENHA SOBRE O CONCEITO DE ESPÉCIE

Por:   •  12/3/2018  •  1.272 Palavras (6 Páginas)  •  521 Visualizações

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Dando continuidade a este cenário, temos o conceito de Coesão de espécies (CCE) que tem por definição de espécie a seguinte base: “A mais inclusiva população de indivíduos que têm o potencial para a coesão através de mecanismos intrínsecos coesivos." (Templeton 1989). Fazendo um adendo para definir os mecanismos coesivos, diz-se serem estes intercâmbios genéticos que estão limitados ao fluxo gênico e intercâmbios demográficos sendo estes limitados ao nicho fundamental e influenciado por deriva genética e seleção. Para este conceito encontram-se dificuldades operacionais nas quais cada cientista pode escolher enfatizar diferentes mecanismos coesivos.

Entre tantos, ainda apresenta-se também o conceito morfológico de espécie, que vem a formular que esta categoria são conjuntos de indivíduos que possuem as mesmas características morfológicas em um nível maior que outros conjuntos semelhantes. Mas vale ressaltar que esta definição depara-se com problemas relacionados às espécies crípticas que são um grupo de espécies que satisfazem a definição biológica de espécie, isto é, são isoladas reprodutivamente entre si, mas são morfologicamente idênticas. Os indivíduos das espécies dentro do complexo somente podem ser separados quando se utiliza dados que não provenham da morfologia, como da análise da sequência de DNA, bioacústica ou estudos sobre o seu ciclo de vida, elas podem ser espécies parapátricas, muito frequentemente são simpátricas e às vezes alopátricas. Podemos citar como exemplo também as espécies politípicas, o dimorfismo sexual que se caracteriza pelas variações na fisionomia entre machos e fêmeas, e a plasticidade fenotípica que consiste na capacidade dos organismos de alterar a sua fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente. Também pode ser definida como “a habilidade de um genótipo de produzir mais de um fenótipo quando exposto a diferentes ambientes”.

Portanto, levando em consideração a importância histórica dessa discussão, surge uma questão relevante, será que faz alguma diferença qual conceito de espécies é usado? Podemos dizer que sim quando analisamos os métodos filogenéticos (utilizados no CFE) que geralmente resultam em mais espécies reconhecidas do que utilizando o CBE, mas não é a intenção esgotar o assunto, fica a ressalva para reflexão. Então, ao percorrer por essa tempestade de ideias relacionadas às mais variadas formas de definição do termo espécie, fica evidente o anseio improvável de formular um grito uníssono sobre a temática.

Referências

CRACRAFT, J. 1983. Historical biogeography and patterns of differentiation within the South America avifauna: areas of endemism. In: BUCKLEY, P. A.; FOSTER, M. S. & MORTON, E. S. orgs. Neotropical Ornithology.Washington, American Ornithologists Union (Ornithological Monograhs 36)

CLARIDGE, M. F. “Species Are Real Biological Entities”, in Ayala & Arp (eds), Contemporary Debates in Philosophy of Biology, Chichester 2010, 91-109

Darwin: The Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life. 6th Edition, with additions and corrections to 1872. John Murray, Albermarle Street, London, 1876. Primeira edição original: 24 de Novembro de 1859.

Mallet,J.:1995, ‘A Species Defininition for the Modern Synthesis’, Trends in Ecology and Evololution 10, 292-299.

Mayr, E. 1942. Systematics and the origin of species. Columbia university Press, New York, EuA.

Mayr, E. Populações, espécies e evolução. São Paulo: Ed. Nacional, 1977.

Templeton, A. R. 1989. The meaning of species and speciation: A genetic perspective. In D. Otte and J. A. Endler (eds.). Speciation and Its Consequences. Sunderland, Mass.: Sinauer, pp. 3-27.

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