Resenha do livro cultura um conceito antropologico
Por: Jose.Nascimento • 11/4/2018 • 9.184 Palavras (37 Páginas) • 789 Visualizações
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- O DETERMINISMO BIOLOGICO
A partir da leitura foi identificado o autor deixa claro seu ponto de vista diante o determinismo biológico. Para os antropólogos as diferenças não são determinantes das diferenças culturas, porém sabemos que determinismo é o campo biológico que estuda as escolhas humanas. Mais já o autor defende a cultura como ação seletivamente os estudos sobre as culturas. Em poucas palavras podemos dizer que tudo isso e um individuo que nasce em determinada cultura e acaba transformando-se para outra cultura mais sem deixar sua raiz. O autor também resume as diferentes manifestações reprodutoras, resumindo o comportamento do individuo dependendo de sua formação de seu eu que acaba resultando em um processo que chamamos de endoculturação. Endoculturação é um processo permanente de aprendizagem de uma cultura.
Segundo Felix Keesing não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Um exemplo que ele coloca e que qualquer criança normal humana pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o inicio em situação conveniente de aprendizado. Em outras palavras se retirarmos uma criança xinguana de seu meio e a educarmos como filha de uma família de alta classe media de Ipanema, o mesmo acontecera ela terá uma resistência no inicio mais com o passar do tempo se acostumara.
Em 1950, quando o mundo se refazia da catástrofe e do terror do racismo nazista, antropólogos físicos e culturais, genéticos, biológicos e outros especialistas, reunidos em Paris sob os auspícios da UNESCO, redigiram uma declaração da qual extraímos dois parágrafos.
Os dados científicos de que dispomos atualmente não confirmam a teoria segundo a qual as diferenças genéticas hereditárias constituíram um fator de importância primordial entre as causas das diferentes que se manifestam entre as culturas as culturas e as obas das civilizações dos diversos povos ou grupos étnicos. Eles nos informam, pelo contrário, que essas diferenças se explicam, antes de tudo, pela historia cultural de cada grupo. Os fatores que tiveram um papel predominante na evolução do homem são a sua faculdade de aprender e a sua plasticidade. Esta dupla aptidão é o apanágio de todos os seres humanos. Ela constitui de fato uma das características especificas do Homo sapiens.
No estado atual dos nossos conhecimentos, não foi ainda provada à validade da tese segundo a qual os grupos humanos diferem uns dos outros pelos traços psicologicamente inatos, que se trate de inteligência ou temperamento. As pesquisas cientificas revelam que o nível das aptidões mentais é quase o mesmo em todos os grupos étnicos.
- O DETERMINISMO GEOGRÁFICO
O determinismo geográfico são as condições que acabam diferenciando o ambiente físico condicionam a diversidade cultural. São explicações existentes desde a Antigüidade.
Estas teorias, que foram desenvolvidas principalmente por geógrafos no final do século XIX e no início do século XX, ganharam uma grande popularidade, um exemplo e que no qual formula uma relação entre a latitude e os centros de civilização, considerando o clima como um fator importante na dinâmica do progresso.
Os antropólogos Boas, Wissler, Kroeber, entre outros, refutaram este tipo de determinismo e demonstraram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais. E mais: que é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico. Um exemplo a ser exposto os lapões e os esquimós, ambos habitam a calota polar norte, os primeiros no norte da Europa e os segundos no norte da América. Vivem, pois, em ambientes geográficos muito semelhantes, caracterizados por um longo e rigoroso inverno.
Era de se esperar, portanto, que encontrassem as mesmas respostas culturais para a sobrevivência em um ambiente hostil. Mas isto não ocorre:
Os esquimós constroem suas casas (iglus) cortando blocos de neve e amontoando-se num formato ele colméia. Por dentro a casa é forrada com peles de animais e com o auxílio do fogo conseguem manter o seu interior suficientemente quente. É possível, então, desvencilhar se das pesadas roupas, enquanto no exterior da casa a temperatura situa-se a muitos graus abaixo ele zero grau centígrado. Quando deseja, o esquimó abandona a casa tendo que carregar apenas os seus pertences e vai construir uni novo retiro.
Os lapões, por sua vez, vivem em tendas de peles de rena. Quando desejam mudar os seus acampamentos, necessitam realizar uni árduo trabalho que se inicia pelo desmonte, pela retirada do gelo que se acumulou sobre as peles, pela secagem das mesmas e o seu transporte para o novo sítio. Em compensação, os lapões são excelentes criadores ele renas, enquanto tradicionalmente os esquimós limitam-se à caça desses mamíferos.
Um segundo exemplo, transcrito de Felix Keesing, é a variação cultural observada entre os índios do sudoeste norte-americano:
Os índios Pueblo e Navajo, do sudoeste americano, ocupam essencialmente o mesmo hábitat, sendo que alguns índios Pueblo até vivem hoje em "bolsões" dentro da reserva Navajo. Os grupos Pueblo são aldeões, com uma economia agrícola baseada principalmente no milho. Os Navajo são descendentes ele apanhadores de víveres, elite se alimentavam de castanhas selvagens, sementes de capins e de caça, mais ou menos como os Apache e outros grupos vizinhos têm feito até os tempos modernos.
O terceiro exemplo pode ser encontrado no interior de nosso país, dentro dos limites cio Parque Nacional do Xingu. Os xinguanos propriamente ditos (Kamayurá, Kalapalo, Trumai, Waurá etc.) desprezam toda a reserva ele proteínas existentes nos grandes mamíferos, cuja caça lhes é interditada por motivos culturais, e se dedicam mais intensamente à pesca e caça ele aves. Os Kayabi, que habitam o Norte do Parque, são excelentes caçadores e preferem justamente os mamíferos de grande porte, como a anta, o veado, o caititu.
Estes três exemplos mostram que não é possível admitir a idéia do determinismo geográfico, ou seja, a admissão da "ação mecânica das forças naturais sobre uma humanidade puramente receptiva". A posição da moderna antropologia é que a "cultura age seletivamente", e não casualmente, sobre seu meio ambiente, "explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria cultura e na história
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