O poder dos antioxidantes no tratamento contra o câncer de colo do útero
Por: kamys17 • 19/9/2018 • 1.846 Palavras (8 Páginas) • 297 Visualizações
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A vitamina E, composta pelos tocoferóis, também apresenta alta capacidade antioxidante. (POTISCHMAN, et al, 1991 apud SAMPAIO; ALMEIDA, 2009, p. 293) Ela protege os tecidos adiposos contra ataque dos radicais livres e inibe o crescimento de células malígnas, conduzindo-as a apoptose após impedí-las de completar o ciclo celular. Essa vitamina possui um papel muito importante contra o HPV, por sua grande capacidade de eliminar a infecção pelo vírus (SAMPAIO; 2009, p. 293).
O ácido ascórbico, também conhecido como vitamina C é um nutriente hidrossolúvel e um relevante agente antioxidante, que reage com diversas espécies, como por exemplo, hidroxilas, e é responsável por regenerar a vitamina E. Sendo capaz de agir como um agente antioxidante intracelular e cofator enzimático, a vitamina C possibilita a substituição da enzima glutationa peroxidase. (POTISCHMAN, et al, 1991 apud SAMPAIO; ALMEIDA, 2009, p. 292.)
Além de toda atividade antioxidante, ela possui a função de impedir a formação de carcinógenos a partir da alteração estrutural desses carcinógenos, inibição por competição, e até mesmo por provocar uma estabilidade crescente da membrana que previne que o tecido-alvo fique vulnerável ao ataque do carcinógeno. (ANTHONY, et al, 1992 apud SAMPAIO; ALMEIDA, 2009, p. 293)
Apesar da grande utilização da cisplatina em tratamentos carcinogênicos, o seu uso tem sido limitado devido ao surgimento de vários efeitos colaterais como náuseas e vômitos, hipomagnesemia, supressão da medula óssea e principalmente nefrotoxicidade, que consiste na produção de espécies reativas de oxigênio nas células tubulares dos rins, podendo a concentração dos mesmos ser aumentada devido a deficiência de mecanismos antioxidantes. (RIOS; ANTUNES; BIANCHI; 2009).
- Metodologia Proposta:
Divisão geral dos grupos de ratos-teste: Foram usados 72 camundongos no total, sendo eles separados em dois grupos-teste. sendo um grupo-teste destinado à prevenção do câncer, e o outro grupo ao tratamento do câncer.
Subdivisão do teste para a prevenção: Foram separados, aleatoriamente um total de 36 camundongos para o teste de prevenção. Desses 36, em 18 houve a alimentação rica em antioxidantes, e o restante recebeu uma alimentação pobre nesses nutrientes.
Indução da carcinogênese: N-metil-N-nitrosourea (MNU) foi dissolvido em dimetilsulfóxido (DMSO) e armazenado em local fresco e escuro. Essa solução foi diluída em água a cada uso, sendo liberada como água potável em garrafas opacas como proteção contra a fotólise. A solução foi administrada durante 30 semanas, que está dentro do período de indução da carcinogênese, juntamente com ração controlada e normalmente disponibilizada. (TARSO, L. et al. 2011)
Subdivisão do teste para o tratamento: Para o teste de tratamento com os restantes 36 camundongos, houve uma separação de três grupos de 18 camundongos. Todos os camundongos tiveram seus organismos induzidos a carcinogênese da mesma forma que descrita acima para o teste de prevenção. No grupo 1 houve a administração de uma alta porção de antioxidantes, o grupo 2 utilizou apenas antineoplásicos, e o grupo 3 recebeu um tratamento de antioxidantes e antineoplásicos concomitantemente.
- Resultados Esperados:
No primeiro grupo-teste, os camundongos com a dieta rica em antioxidantes, obtiveram menor índice de desenvolvimento do câncer e demoraram mais a apresentar os sintomas da doença. Os camundongos com uma dieta mais pobre em antioxidantes apresentaram, no geral, um alto índice de desenvolvimento do câncer, devido à maior proliferação das células cancerosas.
Assim, seria possível inferir que uma dieta de antioxidantes é um bom mecanismo de prevenção, mas não completamente eficiente.
No segundo grupo-teste, o tratamento apenas com o antineoplásico Cisplatina, mostrou-se efetivo, porém prejudicial a células de tecidos bons (não afetados pelo câncer), além de ter levado a um desequilíbrio entre radicais livres e agentes antioxidantes. Já o tratamento apenas com antioxidantes, não levou a uma grande melhora, mas serviu para retardar o crescimento e a proliferação dos tumores. Outro teste, utilizando-se da Cisplatina concomitantemente a antioxidantes, mostrou-se o melhor método de tratamento. Os antioxidantes evitaram, na maioria das vezes, que a Cisplatina causasse problemas maiores em outros tecidos. Também foi possível notar o equilíbrio entre radicais livres e agentes antioxidantes sendo restabelecido, além da evolução dos tumores sendo retardadas.
Portanto, é possível concluir que o tratamento combinado de antineoplásico e antioxidante, é mais eficiente, visto que, com uma menor quantidade de Cisplatina sendo consumida, menos as células dos tecidos bons seriam afetadas pelo quimioterápico.
- Referências:
BIANCHI, M. de L. P.; ANTUNES, L. M. G. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Revista de Nutrição, Campinas, SP, v. 12, n. 2, p. 123-130, agosto. 1999. Disponível em: . Acesso em: 25 mai. 2015.
CATANIA, A. S.; BARROS, C. R. de; FERREIRA, S. R. G.. Vitaminas e minerais com propriedades antioxidantes e risco cardiometabólico: controvérsias e perspectivas. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, São Paulo, SP, v.53, n.5, p. 550-559, jul. 2009. Disponível em:. Acesso em 25 mai. 2015.
Nutriscience. Disponível em: http://www.nutriscience.com.br/ Acesso em: 26 mai. 2015.
INCA. Disponível em: http://www.inca.gov.br/ Acesso em: 25 mai. 2015
OLIVEIRA, A. C. de, et. al. Fontes vegetais naturais de antioxidantes. Química Nova, vol. 32, n. 3, São Paulo 2009.
PASSOTTO, J. A.; PENTEADO, M. de V. C.; MANCINI-FILHO, Jorge. Atividade antioxidante do betacaroteno e da vitamina A. Estudo comparativo com antioxidante sintético. Food Science and Technology, v. 18, n. 1, Campinas, jan./abr. 1998.
RIOS A. O.; ANTUNES G. L. M.; BIANCHI L. M. P. Proteção de carotenóides contra radicais livres gerados no tratamento de câncer com cisplatina. Alimentos e Nutrição, Araraquara, SP, v. 20, n.2, p.343-350, jan./mar. 2009. Disponível em: . Acesso em: 26 mai. 2015.
ROHENKOHL, C. C.; CARNIEL, A. P.; COLPO, E. Consumo de antioxidantes durante tratamento quimioterápico. ABCD, Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, São Paulo, SP, v. 24, n. 2, jun. 2011 Disponível em: . Acesso em: 26 mai. 2015.
SAMPAIO
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