O negro no mundo dos brancos

...

O negro foi empurrado para os setores mais baixos da sociedade, já que o trabalho livre não lhe propiciou as condições necessárias para a inserção nos setores mais elevados da economia competitiva. Os trabalhadores imigrantes por sua vez, tiveram a seu favor amplas possibilidades de ascensão social em função das pré condições sociais que já dispunham inerentes à economia de mercado nascente.

De acordo com Florestan Fernandes:

"(...) a sociedade brasileira largou o negro ao seu próprio destino,

deitando sobre seus ombros a responsabilidade de reeducar- se

e de transformar-se para corresponder aos novos padrões e ideais

de homem, criados pelo advento do trabalho livre, do regime

republicano e capitalista."[1]

A leitura nos permite observar que atualmente a maioria da população brasileira negra encontra-se em estado de pobreza, não recebendo o mesmo acesso a educação que os brancos (que são minoria e ainda assim dominam o país economicamente). Acredita-se que a análise de Florestan sobre a condição do negro e do mulato no novo modo de organização social possibilitou o entendimento maior sobre os fatores posteriores à abolição. Através do conhecimento deste material, pode-se chegar a seguinte análise histórica do Brasil: um povo que contribuiu forçadamente para a formação da nação brasileira inicialmente pelo ciclo da cana de açúcar, experimentando o gosto amargo da discriminação e que perdura até hoje. Por isso o Brasil é um dos países mais economicamente (e socialmente) desiguais do mundo, lamentavelmente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERNANDES, Florestan. A INTEGRAÇÃO DO NEGRO NA SOCIEDADE DE CLASSES, (Legado da “Raça Branca”), VOLUME 1, 3ª EDIÇÃO. São Paulo, Editora Ática, 1978.

FERNANDES, Florestan. A INTEGRAÇÃO DO NEGRO NA SOCIEDADE DE CLASSES (No limiar de uma nova era), VOLUME 2, 3ª EDIÇÃO. São Paulo, Editora Ática, 1978.

FERNANDES, Florestan. O NEGRO NO MUNDO DOS BRANCOS. São Paulo.

---------------------------------------------------------------