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“O ACESSO AO CRÉDITO PELAS EMPRESAS E OS EFEITOS GERADOS PELAS EXPORTAÇÕES”

Por:   •  6/12/2017  •  2.846 Palavras (12 Páginas)  •  460 Visualizações

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Existem algumas linhas de créditos de apoio às exportações para promover a internacionalização e a diversidade geográfica. Há também linhas de crédito com condições mais favoráveis para a concretização e desenvolvimento da actividade da empresa (Simões, 2010), mas nem sempre chegam a todas as empresas.

Por um lado, se as empresas, tiverem acesso a crédito facilitam o crescimento e a viabilidade de projectos e desta forma poderá ter um impacto positivo no crescimento da economia do país (Pezzi, 2005). De facto, as exportações são vistas como um dos motores principais de qualquer economia que se queira desenvolver. Por outro lado,se existirem restrições ao crédito, estas podem provocar um impacto negativo nas empresas, ou seja, pode impossibilitar que estas cresçam e a sua capacidade produtiva também é afectada, e assim, o nível de exportação diminui e consequentemente a economia do país também é afectada. Desta forma, Manova (2008) apresenta evidências significativas de que as restrições ao crédito são um dos aspectos mais relevantes do comércio internacional.

Assim sendo e, tendo em conta, que em muitos países, a maioria das empresas são Pequenas e Médias Empresas (PME’s), isto pode ter um impacto negativo sobre a economia, porque, os bancos têm menor valor de fundos para as PME’s do que para as Grandes Empresas, portanto, as empresas maiores, conseguem mais facilmente crédito, pois estas são consideradas mais seguras e sustentáveis, na medida em que têm uma capacidade de liquidez melhor, logo, as grandes empresas são mais beneficiadas em relação as PME’s, logo, estes autores concluiram que a presença de bancos estrangeiros no país, pode em alguns sectores de actividade, reduzir o acesso ao crédito sobretudo para PME’s (George R.G. Clarke, 2006). Fajardo (2012), conclui que as PME’s são obrigadas a recorrer ao financiamento para fazer face às suas obrigações e complementar o financiamento de investimento. Para as PME’s é mais importante a questão do acesso ao crédito do que para as grandes empresas, uma vez que, estas últimas geram liquidez suficiente para suportar os custos adicionais de exportação (Wagnera, 2014) (Coelho, 2002).

Também Biesebroeck (2005), defende que só as grandes empresas, como têm uma maior capacidade financeira, conseguem suportar os custos (e.g. transporte) e assim competir no comércio internacional. Portanto, as empresas que exportam têm níveis de produtividade e crescimento maiores face às empresas que se dedicam ao comércio interno.

Portanto, havendo facilidade de financiamento às empresas, estimula a inovação e o empreendedorismo e por sua vez reforça a competitividade, quer a nível nacional, quer a nível internacional, por isso, em 2011, os objectivos de entidades como o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à inovação), passaram também por estes pilares. Sendo que a missão desta instituição é “apoiar as empresas, empresários e empreendedores nas suas estratégias de crescimento inovador e internacional, contribuindo para a criação de condições favoráveis à melhoria das competências e capacidades de gestão e inovação e ao acesso aos mercados financeiros” (IAPMEI, 2011). A utilização de programas de apoio à exportação, também são uma forma de contribuir positivamente para o desempenho das exportações das PME’s. Foram também encontradas evidências de que as feiras de negócios e as missões comerciais não afectam a probabilidade de exportar (E., 2004) (Fordual, 2010).

Para as empresas se conseguirem manter num determinado mercado externo, requer que estas façam investimentos para garantir a exportação para esse país. Estes investimentos podem estar ligados às barreiras não-tarifárias, institucionais, culturais ou do produto que é exportado (Iglesias & Veiga, 2009).

As empresas tornam-se mais facilmente exportadoras se as restrições ao crédito forem menores e os níveis de produtividade elevados. Muûlsz (2008), refere ainda que para além das limitações ao crédito, na questão das taxas de câmbio, com as oscilações, poderá fazer com que os exportadores existentes reduzam as suas exportações e com as dificuldades no acesso ao crédito potencia a saída dos exportadores menos produtivos. Com isto, este autor também defende a ideia de que menos restrição no acesso ao crédito torna as empresas mais produtivas e exportadoras, por isso, a falta de liquidez impede as empresas de chegarem aos mercados estrangeiro.

O acesso ao financiamento contribui para que novas empresas possam expandir o seu negócio e assim tornarem-se empresas bem-sucedidas. No entanto, os mercados financeiros devem ser melhorados, para fomentar a entrada de novas empresas no comércio internacional e promover o crescimento das mesmas, sobretudo em sectores de actividade que têm uma dependência mais forte de financiamento (Aghion, Fally, & Scarpetta, 2007).

Por outro lado, Clarke, Cull e Peria (2002), alegam que a participação de bancos estrangeiros num país pode reduzir o acesso ao crédito sobretudo para as PME’s. Há países onde estes bancos detêm mais de metade do total dos activos do sector bancário, por isso, o controlo neste sector é feito pelo estrangeiro, no entanto, estes mesmos autores, através de uma análise empírica, obtiveram resultados limitados, o que poderá não ser de todo negativo a presença destes bancos, pelo contrário, aumenta a concorrência e a estabilidade do sector bancário, factores que são vistos pelos utilizadores dos bancos como positivos.

Uma outra razão que levam as empresas a recorrer ao financiamento é a existência de custos irrecuperáveis, que pela sua natureza, não são recuperados pelas receitas. Por isso, se estivermos perante imperfeições do mercado financeiro, um problema financeiro, dificultará as empresas em tornarem-se exportadoras (Bellone, Musso, Nesta, & Schiavo, 2010). Os custos irrecuperáveis podem estar relacionados com a logística e a distribuição ou investimento em marketing como a personalização do produto (Stiebale, 2001).

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) é uma outra forma das empresas obterem um financiamento de baixo custo e desta forma as empresas não têm tantos custos (Du & Girma, 2007). Mas com as restrições ao crédito não só afecta o comércio internacional bem como o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) (Héricourt & Poncet, 2007). Contudo, foi demonstrado que as empresas associadas (e.g. joint venture) têm um desempenho mais favorável nas exportações face às empresas nacionais. De um modo geral, estes autores concluíram que o IDE é uma boa alternativa face às falhas do mercado financeiro

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