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Resumo Livro

Por:   •  28/11/2017  •  1.237 Palavras (5 Páginas)  •  646 Visualizações

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seus conteúdos científicos e dando a estes um caráter não apenas cognitivo, mas também operativo, embora moldando, em parte, a metodologia própria desses conteúdos àquela própria do ensino tradicional e o novo conteúdo na velha forma, classificatória e livresca.

Na realidade, pode-se dizer que a base e, portanto, a matriz indireta das teses pedagógicas marxianas, por um lado, e das demais teses pedagógicas modernas, por outro lado, é a mesma, a saber, a realidade da Revolução Industrial, comas profundas transformações que determinou em todos os níveis da vida social.

Nem sequer a exigência, tão marcadamente marxiana, do homem onilateral é nele um pressuposto abstrato. Podemos encontrar, por exemplo, esse tema nos utópicos como Fourier, quando propõe uma educação integral, na qual devem ser necessárias as artes, a ginástica e o trabalho manual; mas seria inútil tentar encontrar analogias em outros pedagogos.

Assim, a conexão que propõe entre ensino e trabalho não pode ser identificado com aquela proposta pelas modernas escolas ativas do trabalho. O trabalho de que fala Marx não é o trabalho artesanal nem o das modernas escolas administrativas, destacado do ensino geral e destinado à aquisição de uma ou mais tarefas determinadas.

Mas, em geral, mesmo que as tradições herdadas ou os novos problemas façam sentir o se u peso na interpretação e na aplicação dos princípios a eles nos referimos com todo o rigor. Até o ponto, inclusive, de na história da pedagogia se estabelecer uma rígida subdivisão entre um antes e um depois de Marx, que pode, tal vez, isolar demais o seu pensamento das outras correntes modernas.

A escola, daquela estrutura reservada aos jovens das classes privilegiadas, converteu-se, cada vez mais, numa escola aberta também aos jovens das classes subalternas. Mas a antiga discriminação de classe continua a manifestar-se, mais ou menos acentuada nos vários países, com duas linhas de fratura: uma, “horizontal”, entre os que deixam precocemente as estruturas escolares para ingressar nas estruturas de trabalho, e os que naquelas permanecem ulteriormente para adquirir a ciência; a outra, “vertical”, entre os que estudam na escola desinteressada da cultura, e os que estudam na escola profissional da técnica.

A análise marxiana pode ser um modelo de análise a se aplicar, hoje em dia, para descobrir não apenas o estado atual da tecnologia, mas também o processo contraditório que nela se desenvolve.

Outro processo evidente no campo do ensino, nesses cem anos que nos separam de Marx, tem sido o que se relaciona à pesquisa metodológica; em especial, a polêmica das escolas novas ou ativas contra os conteúdos arcaicos e os esquemas classificatórios e, acima de tudo, contra os métodos dogmáticos e catequísticos da escola tradicional.

Mas, com certeza, não são negativos todos os elementos implícitos de ruptura, de afastamento das mil routines seculares que enrodilham a escola tradicional, presentes nas instituições escolares dos povos mais novos, independentemente dos seus níveis; tais elementos novos talvez devam ser individualizados hoje mais entre os aspectos sociais do que naqueles propriamente técnicos e culturais. Mas também poderiam conter “germes de um ensino do futuro”, assim como, há cem anos, pareceu a Marx tê-los descoberto na escola do proletariado.

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