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Resumo A Arte de Argumentar

Por:   •  14/2/2018  •  4.508 Palavras (19 Páginas)  •  460 Visualizações

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Há, dois tipos de auditório, o universal e o particular. O auditório universal é um conjunto de pessoas sobre as quais não temos controle de varáveis. São aqueles que, por exemplo, assistem a um programa de televisão, são pessoas de diferentes classes sociais, de idade diferentes, diferentes níveis de instrução e de diferentes regiões do país. Já auditório particular, é um conjunto de pessoas cujas variáveis controlamos. Como uma turma de alunas de uma escola de segundo grau. Trata-se de pessoas jovens, do sexo feminino e com o mesmo nível de escolaridade.

Segundo Antônio Suárez Abreu, ao iniciar um processo de argumentação visando ao convencimento, não devemos propor de imediato nossa tese principal, a ideia que queremos “vender” ao nosso auditório. Devemos, antes, preparar o terreno para ela, propondo alguma outra tese, com a qual nosso auditório possa antes concordar.

Essa tese preparatória chama-se tese de adesão inicial. Uma vez que o auditório concorde com ela, a argumentação ganha estabilidade, pois é fácil partir dela para a tese principal. As teses de adesão inicial fundamentam-se em fatos ou em presunções e estas, por sua vez, são suposições fundamentadas dentro daquilo que é normal ou verossímil.

As técnicas argumentativas são os fundamentos que estabelecem a ligação entre as teses de adesão inicial e a tese principal. Essas técnicas compreendem dois grupos principais: os argumentos quase lógicos e os argumentos fundamentados na estrutura do real.

Os argumentos quase lógicos são divididos em compatibilidade e incompatibilidade; regra de justiça; retorsão; ridículo e definição.

Utilizando a técnica de compatibilidade e incompatibilidade, a pessoa que argumenta procura demonstrar que a tese de adesão inicial, com a qual o auditório previamente concordou, é compatível ou incompatível com a tese principal.

Como, por exemplo, antes de tentar convencer o Secretário de Transportes de uma cidade a retirar as lombadas das ruas (tese principal), fazê-lo concordar com a tese de adesão inicial de que, em caso de incêndio ou transporte de doentes, as lombadas prejudicam sensivelmente a locomoção de carros de bombeiro e de ambulâncias, que são obrigados a parar a cada obstáculo, atrasando um socorro que deveria ser imediato. As lombadas são, pois, incompatíveis com o bom funcionamento dos serviços públicos de emergência.

Esses argumentos recebem o nome de quase lógicos, porque muitas das incompatibilidades não dependem de aspectos puramente formais e sim da natureza das coisas ou das interpretações humanas.

Já a técnica de regra de justiça, fundamenta-se no tratamento idêntico a seres e situações integrados em uma mesma categoria. Um filho, cujo pai se recusa a custear-lhe a faculdade, pode protestar, dizendo que acha isso injusto, uma vez que seus dois irmãos mais velhos tiveram seus cursos superiores pagos por ele. É um argumento de justiça, fundamentado na importância de um precedente.

Denomina-se retorsão a uma réplica que é feita, utilizando os próprios argumentos do interlocutor.

Como exemplo temos a situação de que após ter entrado em vigor o novo Código Nacional de Trânsito, os noticiários de televisão mostravam donos de carros antigos comprando cintos de segurança de três pontos e apoiadores de cabeça para os bancos traseiros, objetivando cumprir um artigo desse código que estabelecia a necessidade desses equipamentos em todos os veículos em circulação no país. Horas depois, um jurista apareceu na mesma emissora de televisão, afirmando que não havia a menor necessidade daquele procedimento, uma vez que o mesmo código, em outro artigo, dizia que não poderiam ser alteradas as características originais de fabricação dos veículos, ou seja, o próprio código que exigia adaptações, em outro artigo, desautorizava-as. Ficou valendo esta última posição! A obrigatoriedade dos cintos de três pontos e dos apoiadores de cabeça para os bancos traseiros ficou restrita aos carros fabricados a partir da data de vigência do novo código.

O argumento do ridículo consiste em criar uma situação irônica, ao se adotar, de forma temporária, um argumento do outro, extraindo dele todas as conclusões, por mais fora do comum que sejam.

As definições são divididas em: lógicas, expressivas, normativas e etimológicas.

As definições lógicas consistem em definir algo, a partir do seu gênero, e para diferenciar este algo das demais coisas, é necessário apresentar um número grande de diferenças que somente esse algo apresenta.

As definições expressivas não apresentam nenhum compromisso com a lógica, estas, dependem de um ponto de vista.

As definições normativas indicam o sentido que se quer dar a uma palavra em um determinado discurso e dependem de um acordo feito com o auditório.

As definições etimológicas são fundamentadas na origem das palavras. Entretanto, às vezes as definições etimológicas não correspondem mais a realidade atual.

Tem-se ainda os argumentos fundamentados na estrutura do real. Este, compreende o argumento pragmático, argumento do desperdício, argumentação pelo exemplo, argumentação pelo modelo ou pelo antimodelo e argumentação pela analogia.

Os argumentos baseados na estrutura do real não estão ligados a uma descrição objetiva dos fatos, mas a pontos de vista, ou seja, a opiniões relativas a ele.

O argumento pragmático fundamenta-se na relação de dois acontecimentos sucessivos por meio de um vínculo causal. Como, por exemplo, uma semana após a implantação do Novo Código Nacional de Trânsito, em 1998, os jornais divulgaram uma estatística que comprovava um decréscimo de acidentes com vítimas da ordem de 56%. Essa estatística serviu de tese de adesão inicial para a tese principal: a de que o novo Código era uma coisa boa. Para que o argumento pragmático funcione é preciso que o auditório concorde com o valor da consequência.

Entretanto, é preciso bastante cuidado e, sobretudo, muita ética, no uso do argumento pragmático. Caso contrário, estaremos de acordo com aquela máxima que diz que os fins justificam os meios.

Já o argumento do desperdício, consiste em dizer que, uma vez iniciado um trabalho, é preciso ir até o fim para não perder o tempo e o investimento

A argumentação pelo exemplo acontece quando sugerimos a imitação das ações de outras pessoas. Podem ser pessoas

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