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Resenha: A arte de argumentar

Por:   •  14/10/2018  •  1.254 Palavras (6 Páginas)  •  634 Visualizações

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Em virtude do que foi anteriormente apresentado, este trabalho tem como propósito esclarecer com criticidade os principais tópicos abordados no livro “A Arte de Argumentar: Gerenciando Razão e Emoção.”, de Antônio Soárez de Abreu, o qual aborda com transparência as técnicas e meios que possibilitam argumentar.

O autor mostra-nos também a importância da informação e o cuidado que devemos ter com ela, pois, a mesma é a base para qualquer argumentação. Não se deve apenas obter informação, mas sim transformá-la em conhecimento a fim de evitar a manipulação, como também aprender alinhar e dar sentido aos pontos de vistas.

ARGUMENTAÇÃO: CONCEITO, TÉCNICAS E FUNDAMENTOS

Por volta do século V a.C., na Grécia Antiga, especificamente em Atenas, já se havia nas praças públicas debates políticos e de ideias, os quais foram propícios ao surgimento e fortalecimento, naquele período, dos sofistas, (que eram considerados mestres nas técnicas de discurso, fazendo com que o interlocutor acreditasse rapidamente naquilo que falava, sendo verdade ou não), os quais foram pioneiros na arte de explorarem o relativismo e não a busca pela verdade absoluta, como faziam os filósofos da época. Deste modo, os sofistas ensinavam e exploravam a retórica, ensinando aos adeptos a defesa de qualquer ponto de vista e a conquistarem o público (ou interlocutores).

Semelhantemente, a partir do século passado a retórica começou a ganhar força e hoje, conforme posto pelo autor, é estudada e ensinada para atuar tanto na parte profissional quanto pessoal. Assim, antes de conhecer as técnicas argumentativas, é importante saber, afinal, o que é argumentar.

Segundo Abreu ([200-]), argumentar é:

“A arte de convencer e persuadir. Convencer é saber gerenciar informação, é falar à razão do outro, demonstrando, provando. Etimologicamente, significa vencer junto com o outro (com + vencer) e não contra o outro. Persuadir é saber gerenciar relação, é falar à emoção do outro. A origem dessa palavra está ligada à preposição per, “por meio de” e a Suada, deusa romana da persuasão. Significava ”fazer algo por meio do auxílio divino”. Mas em que convencer se diferencia de persuadir? Convencer é construir algo no campo das ideias. Quando convencemos alguém, esse alguém passa a pensar como nós. Persuadir é construir no terreno das emoções, é sensibilizar o outro para agir. Quando persuadimos alguém, esse alguém realiza algo que desejamos que ele realize. (ABREU, ([200-]) p. 9).”

Deste modo, o autor trata das técnicas argumentativas, as quais, segundo ele, são os fundamentos que determinam a ligação entre as teses de adesão inicial e a tese principal. Porém, antes de abordar os grupos principais nos quais essas técnicas se dividem, é importante salientar o que é tese de adesão inicial e tese principal.

Para Abreu ([200-]), tese de adesão inicial são fatos ou presunções expostos antes da tese principal para que o auditório (interlocutor ou público) seja preparado.

O autor divide as técnicas argumentativas em dois grupos principais: os argumentos quase lógicos e os argumentos fundamentados na estrutura do real. Os argumentos quase lógicos dividem-se em grupos, a saber:

- Compatibilidade e Incompatibilidade: esta técnica consiste na demonstração, por meio da argumentação, de que a tese inicial é compatível ou incompatível com a tese principal.

- Regra de Justiça: esta técnica fundamenta-se no tratamento idêntico a seres e situações aos quais estão inseridos, sendo importante apresentar um precedente.

- Retorsão: consiste na réplica a partir dos argumentos expostos pelo interlocutor.

- Ridículo: cria-se, ao adotar provisoriamente o argumento do interlocutor, uma situação irônica, pois se extrai do argumento adotado todas as conclusões, mesmo que sejam estapafúrdias.

Já os argumentos fundamentados na estrutura do real, conforme posto pelo autor, estão ligadas a pontos de vistas, a opiniões sobre os fatos e não a uma descrição objetiva deles. Assim, ele exemplifica esse modelo baseado na cena III do ato III da peça Hamlet de Shakespeare, a qual mostra a atitude tomada Hamlet conforme sua crença.

Os principais argumentos baseados na estrutura do real são:

- Pragmático: fundamenta-se na relação de dois acontecimentos sucessivos ligados por um vínculo causal. Superstições são exemplos desse argumento.

- Desperdício: consiste em afirmar que se algo foi iniciado, é preciso ir até o fim para que não haja perda nem do tempo e nem do investimento.

- Pelo exemplo: usa-se ação de outras pessoas como exemplificação, isto é, sugere-se a imitação da ação de pessoas cuja conduta se admira.

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