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Etica na Democracia

Por:   •  22/5/2018  •  6.845 Palavras (28 Páginas)  •  299 Visualizações

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Apenas após as conquistas desses direitos, que foram pilares para a formação do que chamamos Estado de direito, que ganhamos contornos mais consistentes para definir temas como democracia, cidadania e cidadão.

A evolução do pensamento democrático se desenvolveu entre as revoluções burguesas do séc. 17 e 18 na Europa. Foi através dessas revoluções que o ideário liberal foi constituído. Essa primeira noção de estado de direito nos mostra que o liberalismo é seu fato gerador, adotando um modelo econômico baseado no absenteísmo estatal.

O fundamento de tal estado era a propriedade privada e para ser considerado cidadão, era necessário possuir posse de uma propriedade. O chamado estado mínimo favorecia a agilidade nas negociações, livre comercio, e neste interim, tocqueville – apud Quirino, a população preocupa-se mais com o enriquecer e cuidados com seus afazeres lucrativos, esquecendo-se das atividades políticas, favorecendo o aparecimento de um estado autoritário e por vezes despótico.

Diante desta nova configuração – um estado capitalista – surgem novos desafios aos homens, que necessitaram de uma reorganização de velhos conceitos, adequando às necessidades dos cidadãos e inaugurando o Estado social.

Encabeçando esse movimento lembramo-nos de Karl marx.. Para ele havia a necessidade de separar o estado do cidadão, aliás, para marx., o estado não deveria existir da forma que se apresenta. Para ele o estado e o social são a mesma coisa. A sociedade civil seria rompida definitivamente, pois não configura a natureza da democracia plena. Uma vez rompido os laços controle social que constitui a sociedade civil, o cidadão estaria livre e o estado (social) seria o estado social de direito.

Marx apresenta a solução para o fim da dominação do estado, que subjuga a força do cidadão, concluindo que somente assim, a democracia atingiria uma ampliação maior e assumiria sua verdadeira natureza.

A sociedade civil é baseada no individualismo e incapaz de fazer o homem um ser social. Isso porque estabelecia relações competitivas e conflitantes, tornando-os seres isolados. O sufrágio e a representação apenas reafirmavam o individualismo e a consequência é o encontro de estranhamento e alienação.

Foi exatamente esse tipo de pensamento que foi utilizado como estopim dos movimentos sociais no fim do século 19 e inicio do século 20, a chegada dos direitos individuais e a formação dos direitos sociais.

Toda essa exposição de informação, movimentos e agrupamentos disseminando seus ideais, e filosofia, contribuíram para a formação de um cidadão mais consciente e participativo. Como vemos, ao longo dos séculos, o cidadão foi influenciado não só pelos meios de comunicação disponíveis, mas também e principalmente por ideologias defendida por minorias, que acabavam ganhando notoriedade.

- HISTORICO DA DEMOCRACIA NO BRASIL

No livro raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Holanda, o marco da democracia brasileira foi à abolição da escravatura em 1888. Até essa época, desde a colonização no século 16, o país vivia ema mentalidade patriarcal, baseada na família, escravos e uma elite ruralista. Este pensamento veio diretamente da regência ibérica.

Segundo o mestre em sociologia Rodrigo Ruiz Sanches, a frouxidão da estrutura social e das instituições, a falta de hierarquia organizada entre os ibéricos portugueses, criaram grande atraso ao povo conquistado e sentimentos antilusitano era crescente, tanto no novo império como nos movimentos republicanos do século 19.

Já Marcelo baqueiro, professor de ciência politica da UFRGS o fato preponderante dessa linha de analise é a influencia do clientelismo, o personalismo e a incapacidade do povo na suposta incapacidade da sociedade em se mobilizar autonomamente para fiscalizar e modificar o processo politico.

Essas características influenciaram certamente a evolução do processo politico do país. A revolução republicana brasileira deve-se pelo enfraquecimento da monarquia, incentivada e trabalhada pela classe de estudantes, militares e a nova classe do Brasil, os comerciantes e industriais.

Essas modificações sociais afetaram significamente o desenvolvimento do Brasil e sua politica. A vida sócio-política e econômica brasileira têm origens agrárias e como resultado, o patriarcalismo e patrimonialismo. Isso tudo, sem adentrar ao evolucionismo humano, aquele tão rejeitado pela nova antropologia, notamos que os meios de comunicação, que neste momento excluímos os meios digitais e escritos, e salientamos a comunicação social – verbal, podem influenciar a vida do cidadão, como influenciaram, construindo uma sociedade e suas bases, que serão administradas por pessoas impactadas justamente por essas influencias.

Com a proclamação da república, a evolução da democracia brasileira baseia-se nas ideias de augusto conté e na filosofia positivista. Inicialmente, e porque não dizer até hoje, as raízes sociais brasileiras lutam contra a tentativa de organizar funções e atribuições de forças as instituições.

A republica quase nada eliminou as velhas concepções de poder e não conseguiu, efetivamente, plantar elementos democráticos. Apenas 100 anos depois da proclamação da 1ª republica, em 1988, que o povo brasileiro ganhou um instrumento capaz de modificar essa realidade e fizessem que esses elementos frutificassem.

Nestes 100 anos, a 1ª republica a 2ª, até tentaram modificar a sociedade civil, mas falhou. Após a década de 30, com o declínio das oligarquias cafeeiras, podemos enxergar algumas mudanças na politica brasileira. De lá para cá foram 5 décadas de democracia adormecida e elites dominantes desfrutando o poder. O povo em geral, ainda não havia acordado para as novas mudanças, e percebido que o poder é voltado a ele mesmo.

Foram acontecimentos como as guerras mundiais, a quebra da bolsa americana em 29, e o declínio do café que escureceram a história da humanidade e que acabou mantendo adormecido o detentor do poder – o povo. Passando pelo governo Getúlio e a construção de Brasília e ainda, uma crescente produção industrial movida pela indústria automobilística até o golpe militar de 64, ficamos estagnados em uma democracia meramente formal, sem a participação efetiva do povo.

Foi em 1988, com a nova CF que o formato democrático brasileiro sofreu grande mudança. Apesar de muitos ainda não terem acordado para a nova configuração, foram esses acontecimentos, juntos, no final, deram base para uma nova sociedade brasileira, que mesmo com conceitos

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