A HISTÓRIA DA OCUPAÇÃO AGRÍCOLA EM RONDÔNIA.
Por: Ednelso245 • 12/10/2018 • 3.102 Palavras (13 Páginas) • 264 Visualizações
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Findado o período extrativista nesta região muitas famílias resolveram permanecer na região, com a ideia de laborar em cima de um pedaço de terra e ter meios para ter sua própria subsistência.
Tal ideia é sedimentada em mais uma campanha publicitária onde se estimulava brasileiros de diversos lugares do país a fixarem residência no estado de Rondônia, sob o argumento de que aqui ganhariam um pequeno espaço de terra para cultivo, algo praticamente impossível de se conseguir nas regiões mais desenvolvidas do país, nas décadas de 70 e 80.
É a partir daí que o movimento de ocupação agrícola no estado de Rondônia ganha força, com a chegada de famílias do nordeste, sul e sudeste que chegaram ao estado e começaram a plantar e criar gado com o objetivo de manterem sua subsistência e melhorar de vida.
O projeto de reforma agrária iniciado na década de 1970 já mostra bons frutos, uma vez que o estado figura entre os maiores exportadores de carne bovina do país e entre os maiores produtores de diversos produtos agrícolas.
2 – REFERENCIAL TEÓRICO.
2.1 - A HISTÓRIA DA OCUPAÇÃO EM RONDÔNIA.
A ocupação de Rondônia passou por 5 ciclos econômicos. O ciclo da borracha, do telégrafo, o segundo ciclo da borracha, o da cassiterita e por último o Ciclo Agropecuário, sendo que a pecuária aparece apenas no último como composição do setor agropecuário.
Em cada uma destas fases este pedaço de terra foi sendo habitado por pessoas de diversas regiões que na maioria das vezes procuravam aqui novos meios de melhorar de vida. Cada momento deste se confunde com um período histórico que contribuiu para migração de pessoas de todos os cantos do país.
O primeiro ciclo da borracha ocorre às vésperas da primeira guerra mundial, momento em que o mundo necessitava do látex retirado dos seringais do norte do Brasil e de parte da Bolívia para a produção de diversos produtos que tinham como matéria prima a borracha.
Neste momento, milhares de nordestinos assombrados por uma forte seca ocorrida na região nordeste no país, deixam sua terra natal e buscam nos seringais do norte do país sustento para sua família. É Neste momento histórico que a famosa estrada de ferro Madeira Mamoré é construída com o objetivo de escoar a produção de látex da região.
Contudo, esta fase de extração de borracha é sucumbida quando, em 1876, 70.000 sementes de seringa, do inglês Henry Wickham, contrabandeadas são levadas a Ásia e no início do século XX começam a produzir, sendo que os métodos usados pelos asiáticos são mais produtivos e acabam colocando a borracha do norte do país em segundo plano.
Até este momento, o estado de Rondônia, como é chamado atualmente, ainda não tinha delimitado o tamanho de seu espaço territorial, de modo que isto só vem a acontecer em 1943, quando é criado o Território Federal do Guaporé, com partes do território do estado do Amazonas e do Mato Grosso.
É basicamente neste período que culmina o segundo ciclo da borracha, com o início da segunda guerra mundial, momento em que, para a manutenção da guerra, a produção de látex da Ásia não é suficiente para suprir a demanda, sendo que os países que participavam da guerra voltam seus olhos novamente a região norte do Brasil para a exportação da gosma elástica, matéria prima para industrializar a borracha.
Com o fim da guerra, no ano de 1945, também finda o forte período de exportação de látex. Com o declínio da borracha nesta região, o governo, temendo uma desocupação em massa, promove a implantação de linhas de telégrafos, delegando a missão para o coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, que foi o responsável pela implantação nesta região.
Em 1956, a região passou a ser chamado de Território Federal de Rondônia, em homenagem ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
Em 1958 foram descobertos os primeiros aluviões de cassiterita em Rondônia, nas áreas de seringais, dando início ao extrativismo mineral sob o regime de garimpo. Essa atividade induziu o fluxo de migrantes oriundos de diversos estados brasileiros, que se concentravam em Porto Velho e em alguns povoados que praticamente haviam desaparecido com a desativação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
Só a partir de 1970, com projetos de reforma agrária é que a atividade agropecuária entra no cenário estadual, tornando o estado de Rondônia um dos mais produtivos do Brasil.
2.2 - A OCUPAÇÃO AGRÍCOLA.
O processo de ocupação humana de Rondônia, ligado ao Ciclo Agropecuário foi executado pelo INCRA. Considerado o quinto e último ciclo foi determinante para o pleno desenvolvimento do Estado, seus efeitos são vivenciados até os dias de hoje.
Deste ciclo fizeram parte pessoas que migravam de toda a parte do Brasil, principalmente vindas dos estados do RS, PR, SP, MG e SC. O Ciclo Agropecuário, em pouco mais de uma década, proporcionou ao Território Federal de Rondônia as condições econômicas, sociais e políticas necessárias para que fosse transformado na 23ª Unidade Federada do Brasil (GRECELLÉ, 2008, p.5).
Este processo imigratório nas décadas de 70 e 80 atingiu níveis elevadíssimos. O ainda Território Federal de Rondônia recebeu cerca de 600 mil pessoas, sendo que mais de 50% da população do estado habitava em terras rondonienses há menos de 10 anos. (TEIXEIRA, 1999, p.191).
Silva (2011) relata como as pessoas da época viam o norte do país, sobretudo, o estado de Rondônia:
A distribuição de terras, fez com que o fluxo migratório atingisse níveis colossais. Pessoas de muitas regiões brasileiras para Rondônia se dirigiram, objetivando realizar sonhos que foram alimentados pela propaganda governamental do novo Eldorado (SILVA, 2011).
Um dos principais fatores para tamanha imigração foi à abertura da BR-364, que liga esta região a parte mais desenvolvida do país. Segundo Amaral (2012) este processo de colonização baseado na agropecuária só possível em razão da abertura desta rodovia, note:
A importância da BR 364 pode ser constatada pela colonização de Rondônia, através do ciclo agrícola. A política de assentamento de colonos para fins de formação de uma base agropastoril pelo Regime Militar (que vigorou no Brasil entre os anos 1964 a 1985) veio definir entre os anos 1970 e 1990, a principal base de colonização perene do Estado de Rondônia. O fato concreto, portanto,
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