A Balística forense auxiliando a justiça na elaborações de provas
Por: eduardamaia17 • 25/11/2018 • 1.890 Palavras (8 Páginas) • 354 Visualizações
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O estojo, também chamado de cartucho, é o objeto que une as partes da munição, normalmente é um recipiente cilíndrico que na sua base há uma espoleta, no interior a pólvora e na ponta o projetil.
O interior da arma de foto possui várias peças que trabalham em conjunto para que o disparo seja realizado, quando o cartucho está alinhado ao cano para que se efetue o disparo, sua base fica encostada na culatra. A culatra possui um orifício onde o pino percutor passa e choca-se com a espoleta do cartucho após o gatilho ser acionado. No disparo se aplica a terceira lei de Newton “A toda ação sempre há uma reação da mesma intensidade e direção, porem sentidos opostos.” Desse modo o projetil será lançado para frente pelo cano da arma até atingir o alvo e em contra partida ocorrerá o recuo da arma, onde a base do projétil colidirá com a culatra e há o ciclo na arma, caso a mesma trabalha dessa forma, como por exemplo em uma pistola, que a cada disparo o ferrolho efetua o ciclo da arma e arremessa para fora o estojo vazio e coloca na câmara um cartucho novo.
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Conjunto de disparo composto por cão, percutor e culatra
O confronto
As armas de fogo possuem duas classes mais conhecidas, armas de alma lisa e alma raiada, normalmente as de alma lisa são espingardas e as armas raiadas são pistolas, revolveres, etc.
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Exemplos de canos alma lisa e raiados
Armas com alma lisa, não possuem sulcos no interior do cano que são responsáveis pela aceleração do projetil, por esse motivo, essas armas são mais eficazes a curta distância.
Armas com alma raiada, possuem os sulcos helicoidais no interior do cano e aceleram o projetil de tal forma que a arma fique precisa e atinja maiores distancias.
Quando se efetua um disparo o projétil entra em contato com a parede interna do cano e consequentemente os sulcos causarão micro-estrimentos ao projetil. Essas estrias são irregulares e microscópicas, essas marcas são únicas, assim como a impressão digital, não existe outra igual em nenhuma outra arma.
Como já dito, durante o disparo o cartucho exerce uma reação em sentidos opostos de igual intensidade e o estojo colide na culatra. Com essa colisão também são geradas marcas no estojo únicas que são utilizadas para fins de comparação balística.
Existe um microscópio, como já citado na parte histórica, que é responsável pela comparação das peças que será denominado Confronto Balístico, nele dois projeteis ou dois estojos são colocados lada a lado para que se verifique se ambos os disparos foram efetuados pela mesma arma ou não, pois apesar de conteúdo técnico, a balística tem finalidade jurídica penal, valor probatório e pode causar a condenação ou absolvição do réu.
A sistemática ocorre da seguinte forma: Imagine que uma pessoa efetue disparos contra uma vítima, durante a perícia no local é encontrado um estojo de calibre .380 acp, durante o exame de necropsia é retirado do corpo da vítima um projétil, sabe-se que este projétil é do mesmo calibre do estojo localizado no local do crime. Durante investigações uma pistola do calibre .380 acp é localizada na residência do suspeito, esta arma é encaminhada o núcleo de balística do instituto de criminalística e lá o perito efetua disparos com a mesma arma e munição do mesmo tipo da encontrada na vítima em um tanque de agua, pois a agua não deforma o projetil, as estrias do projetil bem como marcas na base do cartucho são denominadas o padrão daquela arma.
Desse modo o perito responsável pelo confronto, colocará lada a lado o projetil retirado da vítima e o projetil disparado no tanque de água onde buscará uma padrão idêntico de estrias no projétil.
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Estrias do projétil (esquerda) imagem de dois projéteis sobrepostos no microscópio (direita)
Será também analisado a base do estojo, as marcas da culatra e do percursor quando deflagra a espoleta são únicas também.
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Base dos estojos (esquerda) estojos sobrepostos no microscópio (direita)
O confronto micro balístico é, portanto, a comparação das marcas e micro estriamentos deixados pelo cano e culatra nos projeteis e estojos, buscando a identificação da arma que efetuou o disparo. Como já dito, essas marcas são únicas como se fossem uma impressão digital. Ou seja em hipótese nenhuma as marcas se repetem em projeteis e estojos deflagrados por armas diferentes.
Balística Terminal
Além dos exames realizados na própria arma de fogo e na munição, também exista uma área de para analise em locais de crime e na própria vítima que é a balística terminal. As lesões por projéteis de arma de fogo são importantes para que se compreenda a dinâmica da ocorrência onde ocorrera a lesão provocada por arma de fogo.
Os projéteis de armas de fogo produzem a lesão perfuro-contusa que possuem características especificas, a lesão causa o efeito de perfuração e ruptura de tecidos. Fato este ocorre pelo efeito de perfuração, rotação, compressão e descompressão que o projétil exerce durante o voo.
Quando o projétil impacta com o tecido, forma-se um orifício de entrada que possuem características claras para sua identificação, normalmente as bordas desse orifício é voltada para dentro, pois segue a trajetória do projétil. Suas dimensões podem se igualar ao diâmetro do projétil mas também pode ser menor ou maior, dependendo do tipo de projétil ou posição que o mesmo atingiu o alvo. Não costuma-se utilizar o tamanho do orifício proveniente de um disparo de arma de fogo para que definir o calibre utilizado, já que o orifício pode apresentar dimensões diferentes dependendo de sua trajetória.
Através de analises minuciosos é possível a identificação da distância que o disparo ocorreu, esse ponto é interessante ao Direito pois são extraídos vários pontos a serem considerados para a aplicação de uma sentença ou o convencimento de um júri no caso de homicídio.
Há três tipos de distâncias para o disparo: Tiro encostado, quando o cano da arma de apoia no alvo, um dos sinais causados é o efeito de câmara de mina de Hoffmann, ocorre então o recobrimento
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