Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Política Monetária O Papel da Política Monetária Para a Estabilidade Econômica

Por:   •  15/8/2018  •  3.925 Palavras (16 Páginas)  •  281 Visualizações

Página 1 de 16

...

A taxa de câmbio além de influenciar a atividade econômica e na capacidade de crescimento a longo prazo, impacta no comportamento dos preços, em função dos custos dos produtos importados e na venda de produtos nacionais ao exterior. A influência sobre o nível geral de preços domésticos e os produtos importados afetam o poder aquisitivo dos consumidores e as margens de lucro das empresas.[3]

A taxa de câmbio é fundamental não só para ditar o volume e o ritmo das exportações e importações, mas também para delimitar os fluxos de capital e de investimento se movendo cross border.[4]

Histórico dos principais regimes cambiais

Após a II Guerra Mundial em New Hampshire, na Inglaterra, na cidade de Bretton Woods determinou-se o sistema de câmbio fixo, que levou o nome da cidade como referência ao local da reunião. O dólar norte-americano foi definido como a referência das demais moedas e todos os países fixaram suas moedas nela. O sistema Bretton Woods durou até o início da década de 1970, quando várias economias o abandonaram e passaram ao sistema de câmbio flexível. Nesse sistema a taxa de câmbio de uma moeda é determinada por sua oferta e demanda. Os EUA atuam com o sistema de câmbio flutuante desde 1973, após o primeiro choque do petróleo.[5]

O Brasil opera com a taxa de câmbio flutuante desde 1999, conforme Comunicado n. 6.565 de 18/01/1999 do Banco Central do Brasil (BCB), mediante o qual a autoridade monetária informou à sociedade que, a partir desta data, “deixaria que o mercado definisse a taxa de câmbio, nos segmentos livre e flutuante, vindo a intervir, ocasionalmente, com o objetivo de conter movimentos desordenados da taxa de câmbio”. Anteriormente o Brasil tinha o regime de câmbio fixo, com minidesvalorizações cambiais, onde o governo determinava qual seria o preço em moeda nacional por cada unidade de moeda estrangeira.

Análise comparativa entre o regime de câmbio fixo e o de câmbio flutuante

No regime de câmbio fixo o Banco Central do país estabelece um valor fixo para a paridade entre a moeda local e o dólar. O grande mérito do Regime de Câmbio fixo é a estabilidade de expectativas e a disciplina de preços que se estabelece. Porém, seu grande problema acontece quando a taxa fixa deixa de corresponder aos fundamentos da economia, restando desvalorizar ou valorizar a taxa de câmbio, apresentando-se sempre como uma experiência traumática.[6]

No Regime de câmbio flutuante a taxa de câmbio flutua livremente segundo a oferta e demanda de moeda estrangeira, desse sistema os governos e bancos centrais não participam, ou seja, não interferem na livre flutuação da moeda. A vantagem desse sistema é que ele se autorregula, as próprias forças de mercado se encarregam da tarefa, inibindo, via variação na taxa de câmbio, grandes deslocamentos de oferta ou demanda. Porém, o grande problema da taxa de câmbio flutuante é sua imprevisibilidade, podendo aumentar o risco das transações no mercado internacional e com isso aumentar o custo de efetuar negócios com outros países.

A maioria dos países do mundo utiliza o regime de câmbio flutuante, na prática, este regime se mostra não funcionar bem para países ainda em desenvolvimento, no qual possuem um longo histórico de instabilidade monetária ou política, e que Banco Central não é visto como confiável. Qualquer sinal de novas instabilidades, a taxa de câmbio reduz drasticamente.[7]

Principais custos e benefícios para o país de um regime de câmbio flutuante

Os principais custos no regime de câmbio flutuante é sua imprevisibilidade, podendo aumentar os riscos de transações no mercado internacional e assim aumentar o custo de efetuar negócios com outros países. As instabilidades políticas e econômicas são imediatamente transferidas para a taxa de câmbio, intensificando ainda mais os problemas na economia, por isso se mostra não funcionar bem em países em desenvolvimento com instabilidade monetária ou política.

No entanto, o fato de ser flutuante não significa que precisa ser volátil todo o tempo, o sistema pode ser muito estável e previsível. A comunidade financeira internacional desenvolveu mecanismos de administrar este risco, a exemplo dos derivativos de câmbio.

O benefício do regime de câmbio flutuante é que ele se autorregula, ou seja, as próprias forças do mercado realizam a tarefa, inibindo, via variação na taxa de câmbio, grandes deslocamentos de oferta ou demanda.

Conforme reportagem do site G1, alguns especialistas citam entre as vantagens do câmbio flutuante a flexibilidade e adaptação dos preços da economia às condições de mercado, considerando os cenários externo e interno, funcionando como o amortecedor de um carro. Outro aspecto é a menor fragilidade das reservas internacionais em dólar do país. No entanto, entre os pontos negativos está uma imprevisibilidade maior, com contratos de negócios sujeitos às oscilações da moeda.[8]

Regime de flutuação suja (chamado de dirty floating)

No regime de flutuação suja, chamado de dirty floating, o país utiliza o regime de flutuação flutuante mais com intervenção do Banco Central, que compra e vende dólar com o intuito de controlar o valor.[9]

No Brasil utilizamos o sistema de flutuação suja, onde o Banco Central, ocasionalmente e de forma limitada, com o objetivo de conter movimentos desordenados da taxa de câmbio, atua topicamente no câmbio, comprando e vendendo a moeda americana como método de controle do câmbio. Exemplo: se o dólar está muito valorizado, o Banco Central realiza leilões de venda para forçar o preço para baixo, e quando o dólar cai demais o Banco Central intervém comprando no intuito de elevar a sua cotação.

Experiência cambial do Brasil entre 2001 e 2016

Conforme Lara, o câmbio no Brasil de 2001 a 2006 se apresentou da seguinte forma:

Em 2001, em comparação com 2000, houve maior instabilidade, devido ao agravamento da crise Argentina, a crise energética brasileira e aos atentados de 11 de setembro de 2001. O ano de 2002 foi de grande desvalorização da taxa de câmbio, chegando ao valor de R$3,95 em 20/10/2002, maior valor desde a implantação do regime de câmbio flutuante em 1999. Para este fato contribuíram o fim do sistema de currency board na Argentina em 8/02/2002 e as incertezas geradas pela possível vitória do candidato Luis Inácio Lula da Silva. Em 2003, com exceção do terceiro trimestre

...

Baixar como  txt (26 Kb)   pdf (77.3 Kb)   docx (23.7 Kb)  
Continuar por mais 15 páginas »
Disponível apenas no Essays.club