Do padrão ouro a Bretton Wood

...

Entre as instituições criadas com Bretton Woods está o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o GATT. O FMI tinha a função é de regulação dos países membros por meio de um código de conduta, garantindo o cumprimento desse. Ao fundo cabia zelar pelo câmbio fixo, para impedir flutuações das taxas de câmbio. O Banco Mundial foi em tese criado como um instrumento para a recuperação das economias após a Segunda Guerra, no entanto, como houve o Plano Marshall, que ficou com esse papel, o banco passou a focar mais com o desenvolvimento econômico, de modo em que opera levantando recursos junto ao mercado financeiro, fornecendo créditos em melhores condições, ajudando países que não teriam isso através dos mecanismos de mercado. Já o GATT regulava o comércio entre as nações.

O sistema de Bretton Woods foi uma evolução comparado ao anterior – o padrão ouro –, porém ainda teve seus problemas. Havia uma falta de mecanismos adequados para o ajuste das economias, pois esse permitia a desvalorização cambial se por acaso não conseguisse uma recuperação por outros meios, um desequilíbrio fundamental, porém esse nunca foi totalmente definido. Isso fazia os países desenvolvidos relutarem para desvalorizar suas moedas, e os países em desenvolvimento as desvalorizassem em demasia. A liquidez internacional também era um problema, então, deveria ser criado um sistema que permitisse o aumento da liquidez, visto que um que um do tipo padrão-ouro era instável, e não inspirava confiança aos investidores. Foi criado então um novo ativo de reserva, entretanto não adiantou muito, visto que o sistema de Bretton Woods chega ao fim no período de 1971-1973, e então durante esse tempo é criada uma série de reuniões para reconstruir o sistema monetário internacional, contudo, não tiveram êxito. Pela falta de consenso político entre os países, essa meta foi abandonada e substituída por uma mais possível – criaram uma série de acordos parciais sobre a composição da cesta dos Direitos Especiais de Saque, uma linha de crédito para os afetados pela crise do petróleo e um comitê de desenvolvimento do Banco Mundial e FMI, reformas internas no FMI, entre outras –, porém isso não eliminava a existência de moedas cujas paridades eram determinadas livremente pelo mercado, e isso não era contemplado nos artigos do FMI, demandando uma reorganização dos textos. Isso tornou-se realidade em 1976, quando legitimaram as práticas de taxas cambiais flutuantes, anularam o preço oficial do ouro e fizeram com que os Direitos Especiais de Saque virassem a reserva nacional, sendo esses os ativos fundamentais dos principais bancos.

Diante desse contexto podemos refletir sobre a evolução da economia e dos sistemas monetários internacionais, que surgiram pois era imprescindível um mecanismo de troca internacional, criando assim o padrão-ouro, que foi de extrema importância para a evolução do comércio mundial, pois esse não deve, de forma alguma, se resumir a simples trocas. Evoluiu então com o sistema de Bretton Woods, que apesar dos problemas, foi de essencial para a recuperação dos países depois da Segunda Guerra e deixou o sistema monetário de alguma forma mais maduro, proporcionando uma base para o que temos hoje, e quem sabe o que vivemos hoje em dia será uma parte essencial de uma economia mais madura e estável em um futuro próximo.