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Sistema de Bretton Woods e suas Relações com o Sistema Monetário Privado

Por:   •  13/3/2018  •  1.685 Palavras (7 Páginas)  •  244 Visualizações

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do organismo que simbolizou em maior meda a nova institucionalidade do sistema financeiro capitalista: o Fundo Monetário Internacional (LICHTENSZTEIN; BAER, 1987, p. 35).

Sua prerrogativa era conceder auxílio econômico aos países requerentes - através de empréstimos ou articulações entre os países e os bancos privados - em busca de uma maior abertura econômica, fortalecimento da balança de pagamentos e equilíbrio das forças produtivas através da livre circulação de mercadorias e capitais. Além da ajuda financeira, o FMI deveria utilizar o padrão ouro/dólar e promover uma série de obrigações aos países para que estes alcançassem o equilíbrio de suas contas.

Os ajustes propostos pelo FMI em sua maioria era de influência liberal, apesar de ter princípios keynesianos. Ficou conhecido pela linha mais ortodoxa, pois defendia que o desequilíbro na balança de pagamentos era reflexo de alta demanda e excesso de gastos dos agentes econômicos. Focou principalmente no controle da inflação e na adoção de políticas restritivas para saldar dívidas. Esse posicionamento ficou evidente principalmente na América Latina.

Para um país ter acesso ao financiamento deveria ser obediente a uma série de políticas rígidas.

• Política Monetária: para a circulação da moeda, para mensurar riqueza e para as transações internacionais o padrão seria o ouro/dólar. Evitaria assim o excesso de moeda creditícia no mercado.

• Política Cambial: deveria ser abandonado as práticas artificiais de valorização/desvalorização da moeda em busca de uma vantagem competitiva desleal no comércio internacional ou para saldar dívidas.

• Política Salarial: O FMI corrobora a escola clássica ao sugerir que os salários sejam em função direta da produtividade do trabalho e não em valores pré-fixados.

• O governo deveria evitar ao máximo as interferências equivocadas nas forças de mercado e evitar medidas de cunho protecionista e promover a livre circulação dos fatores produtivos e capitais.

É possivel identificar a atividade do FMI em três momentos. O primeiro na década 50-60 através das negociações com a América Latina, ainda conseguia colocar em prática os presupostos de Breton Woods. Na década de 70 o FMI já não satisfaz os mercados financeiros por ser bastante inflexível e por ter um teto baixo nos limites para empréstimo, perdendo espaço para os mercados de eurodólar. E finalmente o dias atuais, o FMI tenta se adaptar em um mercado globalizado, sugerindo medidas que visam o longo prazo.

4. O COMEÇO DO FIM: O MERCADO DE EURODÓLARES

Com a expansão das empresas e bancos americanos e com a ajuda financeira na reconstrução das economias européias e asiáticas pós Segunda Guerra Mundial, o dólar já era a principal moeda de comercialização no mundo, além de ser a principal moeda que os países buscavam para suas reservas. Tanto os bancos como as empresas norte-americanas já dispunham de certa liberdade para movimentar suas finanças, soma-se a isso a crescente demanda por dólares das mais diversas partes e setores do mundo, resultou na formação credíticia tão forte e autonômo que fugiu do controle governamental dos Estados Unidos.

Para entender como o processo ganhou força, vale relembrar que os mercados privados, especialmente os bancos americanos, foram favorecidos e legitimados pelas regras do Sistema de Bretton Woods. O que começou sob as rédeas do governo americano, acabou crescendo para além das fronteiras iniciais, principalmente em direção aos suecos e britânicos que detinham as regras mais flexíveis para transações monetárias. Tornou-se um mercado paralelo de dólares fora do escopo do Banco Central norte-americano. Os Estados Unidos adotaram várias medidas restritivas na expectativa de controlar a criação de moeda sem garantia de lastro, porém foram ineficazes no controle, resultando em déficits contínuos.

O mercado de eurodólares se popularizou especialmente por ser uma alternativa mais realista para as necessidades dos países, especialmente aqueles devastados pela guerra. A ajuda financeira que o FMI oferecia tinha várias restrições e regras, como limite para tomar empréstimos, prazos etc, além de estar estritamente ligado as políticas estadunidenses.

Os ataques especulativos voltaram a ganhar força na década de 60-70, criando mais moeda credítica no mercado; Esse foi o período de maturação dos mercados alternativos de dólares.

. Com o apoio do mercados cambiais suiços e britânicos, a Europa seguiu como a principal reserva de dólares até o choque do pretróleo em 73 que instaurou a crise e evidenciou o excesso de dólares sem lastro.

5. CRISE E O COLAPSO DE BRETTON WOODS

A década de 60 foi marcada pela desorganização do sistema monetário internacional, impulsionada pelos ataques especulativos. Em 1971 a crise ganhou contornos dramáticos quando o governo dos Estados Unidos oficializou o que muita gente já sabia, reserva de ouro não era suficiente para garantir a paridade da quantidade de dólares circulante.

Foram cogitadas adoção de novas medidas para combater a crise e alterar o sistema monetário vigente. Os países faziam reuniões para discutir a crise e maneiras de contorná-las, deixando o FMI de fora. As diretrizes de Betton Woods evidenciava a incapacidade em dar soluções eficazes e já na década de 70 o projeto já estava totalmente desgastado. Oficialmente foi abandonado em 1978.

Não obstante, a segunda emenda do Convênio Constitutivo do FMI, delineada na JAMAICA (1976) e aprovada no México (1978), veio finalmente institucionalizar um sistema monetário internacional instável, ao permitir a flutuação generalizada das moedas e ao prescindir do ouro como unidade monetária internacional, eliminando o preço oficial para esse metal. Abandonou-se, assim, o princípio

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