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Artigo Padre Cicero

Por:   •  31/1/2018  •  2.557 Palavras (11 Páginas)  •  359 Visualizações

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Com o auxílio de seu padrinho Cícero começa sua formação, mas planos e o sonho da batina parece ter mudado temporariamente, inicia lecionando em escola local e no próprio seminário dando aulas de latim.

Em 1871 o Professor Jose Joaquim Marrocos convida-o para celebrar uma missa no vilarejo de Juazeiro, assim fazendo praticar seus ensinamentos até então não feitos após sair do seminário. Chegado no local foi alojado em uma sala de aula, um lugar simples, e ali tem sua nova visão-reveladora, onde treze homens entravam no local que ele estava, sendo um Jesus, com seu coração exposto conversa com o mesmo, e lhe deixa um recado, falando para que cuidasse do seu povo, tal fato fez que repensasse e assim muda seus planos e começa sua vida com a batina.

O milagre e seu conflito.

Assumindo a batina na cidade de Juazeiro, introduz um projeto de reformar a capela em homenagem a Nossa Senhora dos Amparos, com auxílio e doações tanto de pessoas importantes como do próprio povo. Desenvolve com a comunidade trabalho que o fará se aproximar de sua gente e com isso ganha admiração dos mesmos, que muitas vezes, por ter o carisma do povo era chamado para resolver os problemas locais.

Após a reforma começam as missas no local, ali as rezas e promessas pela seca se iniciam, pois naquela época como cita o autor MONTEIRO foi um longo período de seca no qual estavam passando, e claro pelas coisas corriqueiras como os enfermos e a comunidade em geral. Até o episódio na celebração do Sagrado Coração de Jesus em 6 de março 1889, onde “da boca de Maria de Araújo- uma de suas beatas- verte sangue no momento em que recebe a hóstia das mãos de Cícero”[5](MONTEIRO p.54). Ocorrendo mais vezes essa mesma cena e tomando proporções maiores, aonde chegou a ter procissões na capela, o reitor do seminário de Crato se desloca para averiguar o fato, no qual afirmou a veracidade do sangue e dizendo ser de Jesus.

Como a situação tornou-se pública, surge o conflito eclesiástico, que formaram uma comissão para averiguar os fatos, no qual quem determinava era o Bispo Dom Joaquim, que deu a incumbência a um grupo de padres de sua confiança. Saído o primeiro relatório que afirma o “milagre”. O Clérigo não satisfeito forma uma segunda investigação, mas com novos padres, neste o relatório justifica o fato citando que a beata encontrava-se com uma ferida na garganta.

Com uma nova Guerra de Canudos manifestando-se, os Coronéis tomam a frente e pressionam o Bispo e a Arquidiocese para por um fim com toda essa história, sendo assim Roma pede a presença de Padre Cícero, ocasionando a suspensão de seu cargo. Quando retorna é banido relata o Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO-Quinta-feira, 19 de agosto de 1897, com a seguinte reportagem:

“O sr. Padre Cicero retirou-se do Joazeiro, no Ceará, para Salgueiro, neste Estado. Segundo communicações recebidas pelo governador, a sua ida para ali tem intuitos pacíficos, sendo hostil ao Conselheiro.”(O ESTADO SP.1897.p.2)

A parte religiosa agora afastada de sua vida, não por muito tempo, o mesmo liga-se a Coronéis do Vale do Cariri e a parte política.

A batina e a política.

Seu envolvimento inicia-se na política com o ideal de adquirir terras, mas não simples terras, essas continham um atrativo maior, ali se encontrava um jazida de minério, então o mesmo entra com seus planos, de ali construir a sua futura Igreja, com isso poderia fazer o Papa revogar a sua suspensão. “Foi nessa ocasião que Floro Bartolomeu, um médico baiano que se radicara na vila sob a proteção de Cícero, iniciou sua agitada e bem-sucedida carreira política”[6](MONTEIRO.p.55). Floro fez um importante papel para a aquisição da terra sonhada por Cícero, mas essas terras trouxeram confusões e conflitos, no final a derrota chegou a eles.

Tendo a ajuda dos coronéis e de seu amigo Floro agora terão de enfrentar a rivalidade de emancipar a localidade de Juazeiro que até então ainda seria distrito de Crato, fazendo Padre Cícero se envolver novamente com o meio político. Mas essa luta refletira na Assembleia Estadual, essa insatisfeita manda a polícia para manter a ordem do local, mas não obtiveram o sucesso nessa revolta, pois Cícero e seu grupo continuaram firmes com esse conflito, que 1911 conseguem ter autonomia de seu município e com tudo isso o mesmo se torna prefeito.

Cícero agora prefeito e seus aliados, da exílio a um foragido, como mostra o Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO- Sexta-feira, 10 de novembro de 1911, com o seguinte título: O BANDITISMO NA PARAHYBA, o Presidente da Paraíba o Dr. João Machado manda ao Presidente da República, informando os acontecimentos em Juazeiro e explicando que o Bacharel Augusto Santa Cruz se encontrava no local que até então era calmo e as pessoas de lá tinham o cotidiano de sempre até a chegada deste Bacharel que ,

“ após o inaudito atientado que praticou na villa Alagoas do Monteiro, prendendo e sequestrando as autoridades e assassinando barbaramente o fazendeiro Zeferino Neves, cujos olhos foram vasados a punhal pelos sicários (não está legível está palavra) do dito bacharel[...]”(O ESTADO DE SP.1911).

Assim explicando os atos ocorridos ambos se comunicaram por telegramas, esses repassados ao Presidente da República, mas analisando toda a reportagem nota-se a rivalidade e a insegurança, pois Cícero não deixa por pouco, pois aqui esta sendo cobrado e intervindo por ele ao governo uma importância em dinheiro que os mesmos recusam por achar absurda. Cícero ainda diz não se responsabilizar com os atos de Santa Cruz, e pede auxílio do governo para manter a salvo o Estado da Paraíba da conflagração e anarquia.

Respondendo ao telegrama do Padre Cícero, Dr. João fala do coronel Pedro Bezerra que não seria capaz de armar ciladas, que o mesmo seria o intermediário do governo, onde aqui tratarão das vendas da propriedade e a importância em dinheiro que Santa Cruz exigiu. Seria importante ter alguém de confiança de ambos para o ato, dando a sugestão o Dr. Arthur Santa Cruz irmão do “meliante”, que se entende muito bem com ele, que o mesmo não tem intuito de perseguir, sendo o Santa Cruz o causador de atos bárbaros. E termina agradecendo o auxílio de tirar de novos crimes, mas ao mesmo tempo alfineta dizendo que ambos podem ter planos tenebrosos.

Padre Cícero responde ao telegrama recebido em 31 de outubro de 1911:

“Respeitosamente pondero que a resolução de adquirir para o Estado as propriedades de Santa Cruz não significa, no momento

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