A Inflação persegue o povo desde a época da industrialização
Por: Rodrigo.Claudino • 1/10/2018 • 7.692 Palavras (31 Páginas) • 330 Visualizações
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de solução para tal caso.
Foi nesse contexto monetário que surgiu a inflação. A inflação se processa de diversas maneiras. Ela existe por pressão de demanda, por pressão de oferta e finalmente, a inflação se processa de maneira administrada.
A questão fundamental, é que a inflação constitui um resultado do problema, oriundo do próprio conceito de economia, ou seja, a alocação dos recursos, a distribuição da produção à comunidade e, em especial, quem participa do mercado direta ou indiretamente.
Uma curiosidade sobre a inflação é o fato ocorrido na Alemanha entre janeiro de 1919 e novembro de 1923, onde o índice inflacionário alemão variou em um trilhão por cento (1.000.000.000.000%). Foi a pior inflação registrada na história, chegando ao ponto de queimar as cédulas monetárias em lareiras para aquecer-se contra os rigorosos invernos.
I.3 – Classificação dos tipos de inflação
I.3.1 - Inflação de demanda
É um processo inflacionário gerado pela expansão da procura agregada em relação à oferta da economia. Os meios de pagamento crescem além da capacidade de expansão da economia, ou antes, que a produção seja capaz de atender as necessidades do mercado. “Ela resulta de uma situação em que a procura agregada está muito aquecida enquanto a oferta de bens e serviços não tem condições de acompanha-la, o que leva à elevação dos preços.” (BOARATI, 2006, p.88).
De acordo com Sandroni (1999. p.302):
Também chamada de inflação dos compradores, é o processo inflacionário gerado pela expansão dos rendimentos. Ocorre que os meios de pagamento crescem além da capacidade de expansão da economia, ou antes, que a produção esteja em plena capacidade, o que impede que a maior demanda decorrente da expansão dos rendimentos seja atendida. Com isso, aumentam os preços e, por extensão, os salários e os rendimentos em geral, dando origem a uma espiral inflacionária.
I.3.2 - Inflação de custos
Está relacionada à oferta de produtos. Os preços dos produtos sobem devido a menor oferta dos mesmos, ao tempo que a demanda permanece a mesma.As causas mais comuns da inflação de custos são: os aumentos salariais, o aumento do custo da matéria-prima, que provocam um aumento nos custos de produção, gerando um aumentono custo final do produto.
I.3.3 - Inflação de papel-moeda
Inflação que ocorre devido à emissão excessiva de moeda (papel) não conversível. O excesso de moeda torna as coisas mais valiosas, portanto há uma espiral, mais moeda, preços mais altos, preços mais altos, mais moeda.
I.3.4 - Inflação galopante
Elevação inflacionária em que os preços sobem rapidamente, a inflação se mantém alta (no mínimo de 20 a 50%) e se torna crônica, tendendo a se realimentar. O Brasil sofreu inflação galopante em 1958-1964 e a partir de 1978. O país que esteja passando pela situação de inflação galopante, o dinheiro perde valor a uma velocidade vertiginosa, por isso, surgem mudanças de impacto na economia. Nestes casos é comum que os contratos de fabricação ou entrega de produtos e serviços incluam cláusulas relacionadas com o índice de preços ou até com uma moeda estrangeira, para garantir a estabilidade para ambas às partes. Se os preços das matérias primas subirem exageradamente, dificilmente se poderia manter o preço de venda fixado anteriormente. Nestes casos, a população tende a adquirir apenas o necessário para a sua sobrevivência, afastando o consume de bens supérfluos.
I.3.5 - Inflação inercial
Processo inflacionário muito forte, originário do reajusto de preços de acordo com a inflação observada no período imediatamente anterior.
Segundo Boarati (2006, p.122):
Trata-se de um processo inflacionário gerado pela existência de contratos na economia com cláusula de correção monetária (indexação) em que os valores nominais são reajustados pela inflação do período imediatamente anterior, reduzindo o grau de incerteza, o que inicialmente possibilita, quando a inflação não é excessiva, um ambiente econômico mais estável.
I.4 – Estratégias para controle da inflação
Atualmente, no Brasil, a principal estratégia utilizada para controlar a inflação é a política de juros. A Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que é a taxa básica, é fixada pelo Banco Central. Quando ela é aumentada, o Banco Central também eleva o custo do dinheiro, tornando mais caro o crédito para consumo e para aumentar a capacidade de produção. Com a diminuição do consumo das pessoas e empresas, os preços tendem a baixar.
A redução dos gastos públicos também poderia contribuir para o combate da inflação. O gasto público elevado gera um circulo vicioso. Para equilibrar as contas públicas (após excesso de gasto) o governo aumenta os tributos e corta os investimentos públicos, o que acaba gerando uma diminuição de investimentos no setor privado.
“A explicação é que o Estado, assim como as famílias e o setor privado, é um importante demandante de tudo o que se produz na economia. Só que, ao contrário dos outros dois, o setor público pouco reage à alta dos juros e dificulta o trabalho do Banco Central de controlar a elevação dos preços.” 1
I.5 – Importância do controle da inflação
O controle da inflação se faz necessário, pois o seu desiquilíbrio afeta a distribuição de renda e esta fica comprometida. Os trabalhadores saem perdendo, pois seus salários são reajustados periodicamente, ao passo que os preços de bens e serviços sobem quase diariamente. Os empresários defendem seus ganhos repassando o aumento de seus custos para o consumidor elevando o preço de seus produtos. Por outro lado, os donos de imóveis têm suas propriedades valorizadas e os profissionais liberais podem aumentar seus honorários.
Outro motivo que justifica o controle da inflação é que esta, estando em alta, compromete severamente o orçamento das famílias.
É o que podemos ver no relato publicado pelo economista e senador brasileiro Aécio Neves em seu site:
“Nos últimos 12 meses, a inflação de alimentos para
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