O Poder nas Organizações Burocráticas
Por: eduardamaia17 • 7/11/2018 • 944 Palavras (4 Páginas) • 247 Visualizações
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Todos os anos, no mês de setembro, desafiando o poder que os controlava, o Sindibancários (apresentando-se aqui com poder “ilegítimo”) reivindicava direitos para a categoria através de sua maior forma se exercer pressão (e poder): realizando a greve dos bancários (às quais os funcionários eram “orientados” a não aderirem; para tanto eram alocados nas agências que permaneciam abertas). Em uma disputa desigual, após dias de paralisação parcial, normalmente o sindicato conseguia atingir, alguma de suas reivindicações. Uma parte significativa dos funcionários apoiava a greve (sem aderir), contudo, ainda que todo este movimento fosse pela luta da categoria, não raros eram comentários de insatisfação por parte de alguns funcionários: i) como, apesar da paralisação, a meta permanecia inalterada, quanto mais demorassem a voltar ao trabalho, mais difícil seria atingirem os objetivos fortemente impostos pela organização; ii) alguns também alegavam que quando assinaram o contrato de trabalho, as pessoas sabiam quais eram as condições, então porquê manchar a imagem dos funcionários fazendo aquilo todo o ano; iii) como internamente as agências precisavam funcionar, alguns funcionários precisavam entrar na agência antes da chegada do sindicato (por volta de 06:00 – 07:00, variava em função da realidade de cada unidade). Conforme apresenta Marx na teoria da alienação do trabalho “o trabalhador torna-se mais pobre na medida em que produz mais riqueza; torna-se mercadoria tão mais insignificante quanto mais riqueza produz” (FARIA, J.H de; MENEGUETTI F.K, 2011, 434)
Como extrapolação das observações do período e considerando-se esta uma organização burocrática (seguindo ordens de uma verticalizada e rígida hierarquia), poder-se-ia fazer suposições de que os fatos observados não são exclusivos destas unidades de trabalho e que (supostamente) seriam aplicáveis de forma genérica às demais agências da organização Bradesco S/A (observadas as características particulares de cada unidade).
O homem trabalha (vive, estuda, diverte-se, e tudo mais) em uma sociedade burocrática, na qual a impessoalidade, o formalismo, o profissionalismo imperam, lado a lado ao desencantamento do mundo (apontado nos estudos de Weber). Como abordado por Marx, o trabalho aparece como fator de mediação que enriquece o mundo dos objetos e empobrece a vida interior do trabalhador na medida em que este não é dono de si mesmo (FARIA, J.H de; MENEGUETTI F.K, 2011, 430).
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