O CASO DO DEPARTAMENTO DE CONTRATOS

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Quando a instituição tomou a decisão de substituir o coordenador de contratos, o Prefeito Antônio Marcus, logo pensou no Sr. Paulo Roberto uma pessoa com um excelente currículo e uma vasta experiência na área de Administração Pública, já que a área é muito demandada por problemas difíceis de resolver.

No início do trabalho, parecia que as coisas estavam sendo bem encaminhadas. Sr. Paulo Roberto começou com tranquilidade, observando e verificando a função que cada uma exercia dentro do setor. Mas, com o passar dos dias, Sr. Paulo não gostou do que viu, achou que as servidoras não estavam trabalhando da melhor forma, que o setor não estava produtivo, e começou a ouvir uma frase dita por muitos servidores: “aquele Setor não faz absolutamente nada” e resolveu mudar bruscamente a sua Coordenação.

Com um jeito ríspido, trocou o layout do setor de contratos, sem dar qualquer justificativa ou orientação às funcionárias, passou a ter controle de todo o serviço que entrava no setor e então o direcionava para cada uma da equipe. O tratamento com elas era feito sempre de forma grosseira, sem muito contato direto. Era um chefe controlador, não tolerava conversas paralelas dentro do setor, proibiu o horário do lanche (horário que era concedido pela Prefeitura), fazia reuniões semanais com intuito de colocar os pontos positivos e negativos da semana, mas nas quais, por ele ser centralizador e controlador, as servidoras tinham receio de expor opiniões ou ideias com medo de posteriores retaliações, já que ele só mostrava a elas os pontos negativos do que acontecia no setor. Sr. Paulo não sabia resolver os problemas sem gritar e, de uma forma explosiva, exponha as funcionárias, sem permitir que elas tivessem sequer uma chance de se justificar. Passou a ter Carolina como sua rival, não tolerava qualquer argumento dela. Mesmo sabendo que ela estava a par da situação dos problemas anteriores, ele a excluía das reuniões. Tirou quase todo o seu serviço, tomou todo e qualquer tipo de poder que ela tinha dentro do setor.

Com a postura desse líder dentro do setor da administração pública, as servidoras ficavam exaltas com suas atitudes explosivas, não sentiam mais prazer em sair de casa para ir ao trabalho, já que sabiam que chegariam e seriam menosprezadas, diminuídas, ficaram desmotivadas e desanimadas, tendo como consequência a baixa produtividade no departamento de contratos.

As servidoras se reuniram e decidiram que não aguentariam muito tempo aquela situação que estava ficando insuportável, decidiram procurar ajuda, já que trabalham em instituição pública, eram concursadas e não corriam o risco de serem desligadas. Carolina, que sempre esteve à frente da equipe, se prontificou a procurar o departamento de Recursos Humanos e pedir ajuda para tentar solucionar aquele problema interno.

Ao chegar ao Recursos Humanos, Carolina decidiu procurar a Sra. Juliana Bauller, gestora da área para contar o que estava acontecendo. Resolveu falar tudo, nos mínimos detalhes, mas com um pouco de receio do que seriam as consequências.

No começo da conversa as coisas ficaram confusas para a Sra. Juliana, já que o Sr. Paulo Roberto era visto na Prefeitura como uma pessoa equilibrada, comprometida e responsável. Ela precisava saber o realmente estava acontecendo no departamento de contratos.

Dessa forma, ela propôs uma oitiva para saber o que estava se passando entre as servidoras da área contratos. Chamou individualmente cada colaboradora e o coordenador de contratos, para que cada um expusesse sua opinião sobre os fatos relatados inicialmente por Carolina. Foi aí que a Sra. Juliana viu a gravidade do problema, já que todas as servidoras expuseram as mesmas opiniões, e o Sr. Paulo expôs sua opinião de uma forma bem diferente dos fatos narrados por sua equipe.

A gestora de Recursos Humanos não teve alternativa a não ser apresentar os acontecimentos para o Secretário Municipal de Administração, já que o problema estava afetando a coordenação em geral, e o Sr. Paulo era uma indicação do prefeito. Sra. Juliana abriu um processo administrativo interno, e levou o caso para que o Secretário Sr. Bruno Souza e o setor de Recursos Humanos conseguissem chegar a uma conclusão sobre o que fazer perante essa situação.

Como deveriam expor a situação ao Sr. Paulo Roberto que nenhum desgaste com o Prefeito, para que ele continuasse na Prefeitura, mas com outras atitudes? Como evitar que o coordenador tivesse uma reação por impulso para que conseguisse refletir sobre os problemas do setor com a “cabeça fria”? Como mostrar para as servidoras que, talvez com uma nova gestão, a execução dos trabalhos poderia ser melhor? Como motivar a equipe perante a situação de que o envolvido era uma indicação? Qual método deve ser utilizado para que o coordenador e a sua equipe consigam ter um bom relacionamento interpessoal?

NOTAS DE ENSINO

1 Apresentação

Em uma instituição da administração pública, a Gestora do Departamento de Recursos Humanos se vê diante de um dilema de gestão, a respeito de como proceder adequadamente em relação a um desacordo de gestão, diante de um conflito criado pelo coordenador, em um setor de sua responsabilidade. Ao se deparar com esse dilema, a gestora não sabe como agir para resolver o problema, já que se tratava de um conflito entre servidoras e uma indicação do Prefeito.

2 Fontes dos dados

As informações sobre os dados utilizados neste Estudo de Caso para Ensino foram vivenciadas pela autora em uma instituição pública. Modificou-se o nome dos personagens, preservando-se, desta forma, todos os envolvidos, e, criando-se assim, um caso fictício, baseado numa história verídica, ocorrido numa instituição Pública. Para isso procedeu-se a:

- Realização de entrevistas com os funcionários do setor;

- Realização de entrevista com o coordenador direto;

- Realização de entrevistas com funcionários de outras áreas.

3 Objetivos educacionais

Objetivo educacional é um enunciado que expressa um comportamento esperado de um indivíduo ou grupo após submetê-lo a uma situação de ensino-aprendizagem um objetivo educativo pode ser analisado de forma geral ou de uma forma específica.

O objetivo educacional deste Caso é desenvolver habilidades para a tomada de decisão, debatendo os problemas ocorridos em consequência da forma de liderar de um