A Não Relação Entre Jornada de Trabalho e Produtividade
Por: Evandro.2016 • 24/12/2018 • 1.861 Palavras (8 Páginas) • 440 Visualizações
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Mesmo com essa necessidade surgida devido ao capitalismo vemos hoje pessoas trabalhando em sua própria casa, fazendo seu horário. Para alguns que gostam mais do horário da manhã, tem a oportunidade de chegar mais cedo, enquanto para aqueles que são melhores à noite, podem ficar até mais tarde.
Como cada pessoa tem certa facilidade em trabalhar bem por determinado tempo e em determinado horário, compete a organização perceber e flexibilizar de forma a melhorar a qualidade do trabalho. Como Tony Schwartz diz, deve-se administrar a energia, não seu tempo. Ou seja, é necessário analisar o estado de saúde, humor, nível de concentração e compreensão do quê e o por quê de estar fazendo aquela atividade. O desemprenho produtivo do indivíduo depende de diversos fatores e em como cada ser humano aplica suas particularidades e ações no desempenho de sua função no espaço corporativo.
- Objetivo geral:
- Analisar a não relação entre horas de trabalho e produtividade.
- Objetivos específicos:
- Verificar a relação entre jornada de trabalho e desempenho produtivo.
- Descrever as consequências advindas das longas horas de tarefas.
- Destacar a importância da flexibilidade das horas de trabalho.
- Problematização:
Diante disso, esse estudo pretende responder a seguinte pergunta: O tempo de jornada de trabalho equivale ao desempenho?
- Justificativa
É importante lembrar que há uma grande diferença entre jornada de trabalho e horas trabalhadas. A jornada é o tempo que o empregado passa disponível para atender as demandas exigidas do empregador ou da empresa, enquanto que horas trabalhadas está relacionado ao horário que marca o início e o fim do trabalho.
Este tema deve ser analisado, pois desta forma pode-se formular maneiras mais eficazes para aprimorar e desenvolver o potencial produtivo do indivíduo. De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) longas jornadas de trabalho estão associadas a fadiga, sonolência e desatenção, estes fatores favorecem a baixa produtividade e aumentam as chances de que ocorram erros.
Podemos notar que atualmente o número de pessoas que estão tendo depressão, estafa, distúrbios do sono, etc. se deve, principalmente ao ritmo frenético que se tem adotado para poder acompanhar as demandas surgidas com essa era tecnológica.
- Referencial Teórico
Este artigo mostra que não há relação entre as longas jornadas de trabalho e a qualidade e quantidade que é produzida, visto que, como afirmado por um estudo elaborado pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP): “O número de horas trabalhadas é apenas uma variável em todo o processo produtivo”, ou seja, não importa quanto tempo as pessoas passam no trabalho, mas sim quanto produzem. Pode-se passar pouco tempo e produzir muito e em muito tempo não desenvolver o que se espera ser equivalente ao tempo. Visto isso tem-se que, ao contrário do que se diz, os aspectos que melhoram a produtividade está ligado “apenas a articulação saudável entre as variáveis de produção (qualificações, horas trabalhadas, motivação, identificação pessoal com os objetivos organizacionais, adequação das Tecnologias de Informação e Comunicação aos conteúdos e postos de trabalho, etc….) e os modelos de organização do trabalho existentes poderá determinar melhorias na produtividade”.
A DGAEP faz referência a estudos feitos nos últimos 20 anos e que revelam que “à medida que se avança no número de horas trabalhadas durante o dia, a produtividade vai-se tornando gradualmente mais baixa". Com isso vê-se o que que o filósofo e economista escocês Adam Smith afirma, “O homem que for capaz de trabalhar moderadamente, assim como de trabalhar continuamente, não só mantém a sua saúde por mais tempo, como por ano executa uma maior quantidade de obras”.
Desde o início da industrialização, as horas trabalhadas tem sofrido considerável redução, como nos afirma o sociólogo Mocelin:
Do final do século XVIII a meados do XIX, em algumas fábricas, as jornadas semanais para homens, mulheres e crianças atingiam mais de 80 horas. Do início do século XIX até meados do século XX, a redução na semana média do trabalho foi de 67 horas para 48 ou 44 horas. Na virada para o século XXI, muitos países já possuíam jornadas semanais de menos de 40 horas, e em algumas atividades laborais que demandam trabalho de elevada qualificação, as jornadas chegam à média de 36 horas semanais. (MOCELIN, 2011)
Desde a Revolução Industrial, empregados e empregadores tem discutido sobre o tempo e a intensidade do trabalho. Os trabalhadores procuram, então, o aumento do tempo de não trabalho, enquanto os empregadores querem aumentar as horas trabalhadas para ter maior produtividade. Mas, como eles vão observar mais tarde, o mal ocorrido com a intensificação das horas de trabalho e passam então a investir em tecnologia e a exigir que os trabalhadores se adaptem ao novo ritmo que já nasce acelerado, intensificado. Estabelecendo assim uma luta sem fim entre intensidade e descanso.
Como Dal Rosso (2008) afirma em seu livro “Mais Trabalho”: “O tempo livre, o tempo de não trabalho, passa a ser engolido pelo trabalho. A tecnologia que poupa trabalho está falhando em liberar aqueles que trabalham”.
Em um estudo realizado pelo Federal Reserve Economic Data, feito em 2011, afirma que, os brasileiros trabalham em média 1.841 horas por ano. Mas, por mais que se trabalhe por tantas horas, o nível produtivo não equivale a quantidade de horas trabalhadas.
- Metodologia
A metodologia utilizada nesse trabalho será de revisão bibliográfica, através do levantamento de dados de literatura já existente, por meio de comparação entre livros e artigos dispostos na internet. Foram analisados autores que abordem a temática que relaciona tempo e produto. Para isso foram utilizados 17 (dezessete) artigos e 2 (dois) livros. Cada qual com sua abordagem acerca do que se entende por jornada de trabalho e a luta sindical para que as horas trabalhadas sejam mais curtas.
- Cronograma
Realizar uma análise de dados relacionando jornada de trabalho e o desemprenho
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