Serviço Social no âmbito da formação profissional
Por: eduardamaia17 • 11/4/2018 • 1.989 Palavras (8 Páginas) • 372 Visualizações
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A formação do assistente social consistia em quatro aspectos principais: científico, técnico, moral e doutrinário, a prática era o elemento essencial para a formação, nesse ponto se formaria a mentalidade, a moral era a visão do conjunto de verdadeiras normas de como agir de forma individual ou grupal, o científico era composto pelo conhecimento do homem, da sua vida física, social e cientifica, e a técnica ensinaria a combater os males sociais e imprimir ao assistente social um caráter diverso.
Com o movimento de reconceituação do serviço social as práticas assistencialistas formam abandonadas, a profissão adquiriu então um caráter crítico, exigindo a formação de profissionais capazes de investigar e produzir conhecimento sobre o campo que circunscreve sua prática, capazes também de reconhecer seu espaço ocupacional dentro da realidade socioeconômica e política do país. Diante do viés critico que a profissão adquiriu, Iamamotto (2008) chama a atenção para a formação dizendo que:
“A preparação para a profissão não pode ser confundida com a preparação para o emprego, devendo um projeto de curso articular dialeticamente as demandas reais aquelas potenciais, que vão contribuir para alterar o panorama profissional vigente.” (Iamamotto 2008, p.164)
Guerra (2010) vai além destes conceitos para a formação, ressaltando a importância do ensino continuado que ultrapasse os limites da academia.
“(...) compreender a formação profissional como algo permanente e desenvolver a cultura de uma formação continuada, em construir um perfil profissional que conhece o significado de sua prática profissional e as implicações éticas e políticas das suas ações e, ainda que invista na criação de institutos, canais, mecanismos e vias democráticas para viabilizar a realização e o acesso a estes; desenvolver novas competências e legitimidades com outros sujeitos e formar o profissional com o perfil adequado ao projeto profissional.” (Guerra 2010, p.102).
Portanto, Guerra, alerta para a necessidade de uma boa formação na construção de um bom profissional, fugindo este da imediaticidade e que através dos conhecimentos adquiridos na academia saiba articular os instrumentos e técnicas da profissão para intervir nas relações sociais, elaborar respostas profissionais, criar projetos, ou seja, ser um profissional preparado para enfrentar os desafios da profissão, de modo que, ao se deparar com a realidade o assistente social não pense ou diga que a teoria é diferente da prática, pois sem a teoria (conhecimento) não se pode saber lidar com os dilemas cotidianos, correndo assim o risco de suas práticas tornarem-se focalistas e imediatistas. Em relação a este dilema Forti e Guerra (2009) em seu artigo: Na prática a teoria é outra? Expressa a importância do estudo continuado e dos conhecimentos adquiridos no âmbito acadêmico para a construção de um profissional competente.
“(...) é inerente ao exercício profissional a necessidade de conhecimento qualificado e seu constante aprimoramento que viabilize uma intervenção crítica, criativa e propositiva.” (Forti, Guerra 2009, p.6).
Apesar de, até o momento, termos ressaltado a importância de uma boa formação profissional, não podemos deixar de mencionar um dos maiores dilemas enfrentados pela profissão na contemporaneidade: a precarização do ensino, fato que se dá principalmente com a Reforma Universitária, com a criação do ensino a distância, a valorização do ensino privado e o sucateamento do público que assim complementam os desafios da profissão.
A educação tem se tornado mercadoria, o Estado preocupa-se mais com a quantidade de alunos que estão se formando do que com a qualidade deste ensino, visto que tal situação apenas o favorece; pois enquanto que as universidades públicas geram gastos, do contrário as privadas geram lucros, também nas universidades públicas há um comprometimento com o ensino o que para o Estado pouco importa. As instituições privadas, em destaque as EAD, não tem compromisso com os alunos, lhes oferecendo uma formação precária, baseada em relações virtuais e com matérias de ensino de origem duvidosa, isto por que:
“A concepção é a de que profissionais que trabalharão com pobres não necessitam de formação qualificada.” (Guerra 2010, p.103).
Em Serviço Social e Educação, Pereira (2013) demonstra que:
“O crescimento do EAD no Brasil relaciona-se fundamentalmente cm o modelo de expansão do ensino superior, via setor privado mercantil, com crescentes fusões, concentração e centralização do capital no mercado educacional.” (Pereira 2010, p.54).
O governo está investindo cada vez mais no ensino privado, visando sua lucratividade, sendo que esta é uma sociedade capitalista onde o que importa é a exploração e o lucro, não importando se deste modo fragiliza-se as instituições públicas nas quais pouco é investido. O fato é que a privatização caminha a passos largos, disfarçada em um discurso de ampliação do ensino superior dentro de um país que não valoriza o ensino qualificado.
“A influência da ideologia é tamanha que o sistema forja a ilusão se que esta se promovendo o acesso ao ensino superior e a de que esta é a única opção que restou aos sujeitos que dele participam: a educação parcial, virtual e de pouca qualidade.” (Guerra 2010, p.104).
Considerações Finais
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O artigo passeou por toda a trajetória do serviço social, na intenção de mostrar todas as lutas travadas para romper com as amarras do conservadorismo da profissão, ditadas desde o seu início; no momento em que a profissão partia de uma perspectiva endogenista, até a atualidade onde os profissionais compartilham da perspectiva histórico-crítica.
Quando aconteceu a ruptura do conservadorismo na profissão, tanto os profissionais, quanto as instituições de ensino, passaram a atuar de forma crítica, sendo o objetivo desta profissão uma efetiva luta contra as desigualdades sociais, as degradações das condições de vida, e todas as diversas expressões da questão social.
Conclui-se que para conseguir atingir o objetivo profissional, é necessária uma vinculação entre a teoria e prática, que seja capaz de obter uma atuação crítica e uma competência teórica que possam desmitificar o cotidiano e suas relações retificadas pela sociedade capitalista, buscando construir
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